Cerca de 27 anos após a sua criação, o grupo Sousacamp, o maior produtor de cogumelos português está em risco de falência e aderiu ao Processo Especial de Revitalização (PER).
Era mesmo conhecida, até há algum tempo, como a maior produtora de cogumelos da Europa, com cinco fábricas em Portugal, duas em Espanha e mais de 500 empregados, segundo garantia Artur Sousa, o presidente e criador da Sousacamp. Tem mais funcionários do que Benlhevai, a aldeia no concelho de Vila Flor, onde a principal unidade fica sedeada.
Um império que, segundo avançou o Jornal de Negócios, “está agora em risco de falência, com a principal empresa do grupo, a Varandas de Sousa, a recorrer ao Processo Especial de Revitalização (PER)”. O PER é um programa do Governo que permite a uma entidade devedora, numa localização economicamente penosa ou em situação de insolvência iminente, negociar com os respectivos credores para alcançar a revitalização económica da empresa.
O mesmo jornal cita ainda uma fonte conhecedora do processo que diz que "está fácil de ver que a empresa precisa de sanear o seu passivo".
De acordo com o Jornal de Negócios, que avançou a notícia, a queda do Banco Espírito Santo (BES), que era um dos accionistas da empresa, contribuiu em grande parte para o grupo Sousacamp encarar neste momento impedimentos financeiros, que colocam em risco o posto de trabalho de 550 pessoas.
Ainda segundo uma fonte próxima do processo, citada também pelo Jornal de Negócios, o BES, era o principal financiador da edificação do espaço agro-industrial da empresa em Vila Real, onde se previa criação de mais 200 postos de trabalho. Todavia, com a queda do império de Ricardo Salgado, a obra calculada no valor de 45 milhões de euros ficou parada.
Certo é que o BES afundou e agora o Novo Banco, criado a partir do falido BES, cortou o financiamento à Sousacamp e o grupo viu-se obrigado a recorrer ao PER.
O grupo com fábricas em Vila Flor, Mirandela, Vila Real, Paredes, Sabrosa e em Espanha, facturou em 2015, cerca de 50 milhões de euros, e as contas de 2016 resultam em 18,8 milhões de euros de lucro e 9 milhões de prejuízos.
Escrito por Brigantia
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