O presidente do Município de Macedo de Cavaleiros não gostou de ver o seu concelho excluído do plano de investimento em regadio anunciado recentemente pelo Ministro da Agricultura.
Benjamim Rodrigues está descontente porque tinha tido a promessa de que o seu concelho seria contemplado.
“De facto, isto já causou algum “repúdio” e alguma apreensão por parte de outros autarcas porque se sentem excluídos, e estamos a falar de alguns municípios, como é o caso do nosso, onde foi prometido que seriamos ser um dos presenteados com alguma desta fatia de investimento e, de facto, o que acabou por acontecer é que nem Macedo nem Bragança foram mencionados, dois dos municípios onde urge investir.”
Além da ampliação do regadio atual, o Município de Macedo pediu a construção de duas pequenas hídricas, nas zonas de Espadanedo e Bagueixe, que seriam usadas também para apoiar o combate a incêndios.
Pretensões que acabaram por ficar fora dos planos do Governo, pelo menos por agora, o que o autarca considera ser, em parte, culpa do mau aproveitamento da área regada feito pelo anterior executivo.
“Particularmente no nosso caso, não temos um aproveitamento do regadio existente. Talvez tenha havido no passado uma estratégia de expansão errada pois primeiro deveriam ter feito um emparcelamento de terras pois, sem ele, o regadio não é rentável.
Neste momento, a zona nascente tem grandes investimentos de jovens empresários que estão a apostar em áreas extensas e, sem regadio, essas explorações estão a ser custosas para eles.”
Em resposta, o anterior presidente da Câmara de Macedo, Duarte Moreno, esclarece que o emparcelamento dos terrenos nunca foi da competência do município.
“A Câmara pode dar uma ajuda mas não é a entidade que tem esse emparcelamento, mas sim do Governo central.
Já houve duas tentativas nas três décadas anteriores, que foram executadas no nosso concelho e nenhuma dessas tentativas teve sucesso porque, de facto, as pessoas acham que o emparcelamento da forma que é feito não os beneficia.”
Duarte Moreno defende ainda que deve ser feita uma maior aposta no regadio da zona nascente do concelho, nem que para isso se tenha de retirar água de outros blocos de rega.
” O que a Câmara deve fazer não é um projeto porque não tem essa competência, uma vez que os blocos que faltam de Limãos e Lagoa são do Governo, portanto, não vejo aqui nenhuma dificuldade em se propor isto ao Ministro, sensibilizá-lo para uma situação deste género, nem que seja retirada alguma água à zona dos Cortiços no qual grande parte é desperdiçada porque não é utilizada.”
O ministro da agricultura anunciou recentemente um investimento de cinco milhões de euros para o distrito de Bragança, que vão ser aplicados em sete projetos de regadio nos concelhos de Alfândega da Fé, Mirandela, Vimioso e Vila Flor.
Escrito por ONDA LIVRE
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