terça-feira, 27 de março de 2018

Dizeres e Ditos na Carta Gastronómica de Bragança

Maria Ricardina Pires
Sr.ª Dona Maria Ricardina Pires67 anos, vive em Rabal. As pessoas viviam de uma forma simples, comia-se carninha do porco e não era todos os dias.
Tinha sempre quatro ou cinco galinhas, maneira de ter ovos para o gasto da casa.
Criavam frangos destinados à venda, o dinheiro obtido empregava-se na compra de azeite ou outras coisas. O peixe de gasto era a sardinha, o carapau, o chicharro, a corvina e o capatão (pargo mulato).
Comiam milhos na época da couve-galega, algumas pessoas confeccionavam milhos doces.
Os porcos tinham melhor tratamento do que muita gente, o presunto tratavam-no e mandavam-no para o Pai, a viver em África. Nas festas assavam leitões, a gordura usada era o pingo.
Quando se viam penas na estrumeira as pessoas que passavam na rua diziam: o tio X ou a tia Y devem estar a morrer. Já lhe mataram a galinha?!
As passotas punham-se a amolecer na água, não se comiam sem as abrir.
A Mãe ia comprar bacalhau e capatão (pargo mulato) a Bragança.
Costumava ir aos cornichós. Uma mão cheia de cornichós valia tanto como um dia de trabalho (12$00).
Os buracos nas casas tapavam-se utilizando caroços de milho.

Carta Gastronómica de Bragança
Autor: Armando Fernandes
Foto: É parte integrante da publicação
Publicação da Câmara Municipal de Bragança

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