Os apicultores da região estão preocupados com a morte de abelhas nos últimos tempos. A situação acontece há alguns anos, no entanto agravou-se desde o ano passado, com a seca e os incêndios.
José Luís tem uma empresa de apicultura em Miranda do Douro e tenta manter um efectivo de 1000 colmeias, mas ultimamente não tem sido fácil: “já vamos para o terceiro ano complicado, já com dois anos antecedentes iguais. Não foi possível enxamear e não consegui renovar as rainhas devido a diversos factores mas sobretudo a alterações climáticas. A primavera já devia ter vindo há um mês atrás. No momento, estão a sair enxames mas elas já deviam estar a recolher o mel. A produção está a ser prejudicada, nomeadamente no número dos efectivos, tal como todos os apicultores se queixam” alertou e queixou-se José Luís.
Este empresário que já chegou a recolher 20 toneladas de mel, tem conseguido retirar apenas cerca de 3 toneladas nos últimos anos.
Os apicultores enfrentam ainda outros problemas ligados ao furto de colmeias e mesmo de enxames. Apesar de sempre terem existido, a utilização de caixas isco tem agora um impacto mais visível como admite Helena Guedes, técnica da Federação Nacional de Apicultores de Portugal: “o impacto que da caixa isco têm mais visibilidade e associa-se ao aumento de apicultores em nova instalação. Os apicultores como têm a necessidade de cumprir com os seus objectivos financeiros optam por esta prática para mais facilmente povoar as colmeias e manter os projectos activos e em execução. Algumas caixas isco são mais elaboradas e que estão relacionadas com a colheita de abelhas para comércio, no entanto o mais importante de destacar é que isto configura uma situação de crime” acautelou Helena Guedes.
Esta terça-feira comemorou-se o dia do apicultor e a Federação Nacional de Apicultores assinalou a data em Miranda do Douro.
Numa zona fronteiriça, a transumância das colónias de abelhas foi um dos temas em debate. Helena Guedes diz, que tendo em conta o tipo de animal, a prática pode causar problemas: “A transumância é uma prática que sempre ocorreu e que se manifesta em outras espécies animais. No caso das abelhas trata-se de uma prática problemática porque existem questões de densidade de apiários, com limites de instalação para os apicultores, colocando em causa a sua sustentabilidade e o bem-estar das abelhas que já estão instaladas” contou a técnica da Federação Nacional de Apicultores de Portugal.
A iniciativa serviu ainda para marcar o primeiro dia Mundial da Abelha, o dia 20 de Maio, que foi reconhecido em Dezembro de 2017 pela ONU. O programa com uma série de actividades como colóquios e acções de educação ambiental com crianças do agrupamento de escolas e alunos da universidade sénior.
Escrito por Brigantia
Foto: Município de Miranda do Douro
Olga Telo Cordeiro
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