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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 24 de junho de 2018

COLHER FLORES NO JARDIM PUBLICO

Por: Humberto Pinho da Silva
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..."
Finalmente a espessa e pesada cortina cinzenta, rasgou-se; e o azul cristalino do céu, surgiu, iluminado pelo Sol quente e rosáceo. Tudo: árvores, ruas, jardins, tornaram-se, de repente ainda mais coloridos e mais alegres.
Finalmente chegou a Primavera! O tão desejado Verão chegou! …
E quem fica em casa, no quarto sombrio, a ler ou a ver televisão, com tempo tão bonito, e não vai passear pela cidade? Cidade cheia de encanto, como é  nosso Porto?
Após o almoço, desta aprazível tarde de Primavera, quase Verão, resolvi dar uma volta pela baixa.
Volta dos tristes, como se dizia no meu tempo de criança, ao circuito, que incluía: “ Santa Catarina”, “ Santo António” e “ Sá da Bandeira”.
Em “ Santa Catarina” deparei um rio de gente! Rio plácido, onde, em lenta procissão, flutuavam, à tona, cabecinhas embaralhadas: que iam do negro-ébano, ao branco-prateado, da neve, passando por belos nuances de doirados.
Eram as cabeleiras dos transeuntes, que inundavam a rua.
A custo, rompi avalanches sucessivas de multidões. Multidões, portadoras de: malões, maletas e sacolas.
Cansado de turistas de smartphone na mão, e olhos no mapa, prossegui para os lados da Trindade.
Foi ai, que vi, o que nunca pensei ver: jovem, dos seus vinte anos, acompanhada de senhora idosa, colhia, tranquilamente tulipas amarelas, que embelezavam o jardinzinho público! …
O caso não é inédito. Não vai há muito, assisti, pasmado, a grupo de turistas, de nacionalidade desconhecida, a cortar flores nos canteiros que circundam as traseiras da Câmara Municipal!
Fico pasmado, porque sou do tempo em que não se podia calcar a relva, sem correr o risco de se pagar multa pesada.
Se, então, havia rigor exagerado (que servia para educar,) agora há inaudito à-vontade.
Os jardins e as floreiras da cidade, são de todos. Todos podem usufruir a beleza, olhando; mas nunca colher flores! …
Além de atrevimento, representa falta de educação e ausência total de civismo.

Humberto Pinho da Silva, nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA.Foi redactor do jornal: “Notícias de Gaia"” e actualmente é o responsável pelo blogue luso-brasileiro: " PAZ".

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