“Há dias soubemos que o ministro do interior italiano propôs publicamente que se fizesse o recenseamento de todos os ciganos em Itália, com vista à sua expulsão. Facto que aconteceu exactamente com os judeus”, destacou Fernando Rosas.
Fernando Rosas considera que o que era inimaginável nos dias de hoje está a voltar às sociedades europeias: “está a regressar outra vez, de uma outra maneira e noutras condições. A importância da memória é alertar a cidadania” disse o historiador.
O presidente do município de Torre de Moncorvo, Nuno Gonçalves considera o tema do judaísmo transversal à actualidade e à migração.
“Ouvimos aqui importantes testemunhos, desde logo quando vemos países que não aceitamos migrantes quando nós próprios fomos migrantes”, destacou Nuno Gonçalves.
O IV Encontro de História e Cultura Judaicas, contou com sala cheia e reuniu nomes importantes na investigação do judaísmo, como Adriano Vasco Rodrigues, Adília Fernandes, a quem ficou a cargo a organização científica e também palestrantes como António Assis, Carlos Barata e Luís Reis Torgal. Um dos interessados que sempre participou em todas as edições foi Carlos Carvalheira. Jurista de profissão e curioso no tema conta que os judeus foram perseguidos por se considerarem um povo eleito.
“Os judeus foram perseguidos por se considerarem um povo eleito que suscitou sempre inveja”, contou Carlos Carvalheira.
Torre de Moncorvo voltou ao seu passado. Esta vila transmontana vai ter um Centro de Estudos Judaicos, em breve, um investimento enquadrado no PARU, o Plano de Acção de Regeneração Urbana.
Escrito por Brigantia
Maria João Canadas
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