Apesar de a morte ainda ser um bom negócio, os empresários das funerárias em Bragança queixam-se de que já não se lucra como noutros tempos.
Um funeral custa, em média, no nosso país, 1500 euros e é na hora da morte que já quase todas as famílias olham aos custos associados ao último adeus,
Em Bragança estão, de momento, cinco funerárias de portas abertas e é na hora da morte que se tem percebido que as pessoas se importam cada vez mais com os custos do último adeus. Os agentes funerários na cidade dizem que há cada vez mais pessoas a pedir orçamentos e que os lucros das agências já em nada se compararam com os de outros tempos.
“As agências funerárias já não são aquela galinha dos ovos de ouro de antigamente”, admite Eduardo Ferreira que, desde 2015, é sócio-gerente da funerária aberta em 2005. “Hoje em dia as coisas são muito espremidas e é muito usual as pessoas pedirem orçamentos e quando acham que o limite é ultrapassado falam connosco no sentido de retirar serviços para baixar ao preço”, adiantou.
É também na hora da morte que o tradicionalismo dos brigantinos se sente no que diz respeito à forma como se despedem dos seus entes queridos e na cidade tem-se contado pelos dedos de uma mão o número de cremações feitas anualmente por cada uma destas três agências.
Rita Pires diz que, na sua agência, “já houve anos de se fazerem três ou quatro, outros apenas uma e anos até que nem uma se fez”.
“As pessoas aqui na região seguem o dito funeral tradicional, principalmente nas aldeias”, conta Rita Pires.
Quem está no negócio admite que ter uma agência que trata das pessoas após a morte nunca foi um sonho mas que, no fundo, é um trabalho como qualquer outro.
Em 2017 houve mais 24 mil mortes do que nascimentos em Portugal, o que foi apontado como o possível recorde do século. Os números mostram que se morre mais mas quem está no negócio diz que se ganha menos. Um funeral, no nosso país, custa, em média, 1500 euros mas tudo depende dos serviços que a família queira que sejam prestados na hora do adeus. Não é recorrente mas estes empresários assumem que já houve casos de quem tenha escolhido o próprio caixão e pago a que seria a última despesa no mundo dos vivos.
Escrito por Brigantia
Carina Alves
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