Chuva forte, seguida de calor intenso, destruiu cachos e espalhou doenças nas uvas.
O clima instável dos últimos meses deixou um rasto de destruição nos distritos de Vila Real e de Bragança.
A última tempestade abateu-se esta sexta-feira sobre a região, sobretudo nos concelhos de Vila Real e Chaves, provocando inundações, abatimentos de terras e o corte de estradas.
Em muitas vinhas transmontanas a vindima está praticamente feita. Além do mau tempo e do granizo, também as doenças não ajudaram. Na região propagou-se o míldio e a podridão negra. E agora é o calor intenso a provocar estragos, em que cachos são ‘queimados’ pelo sol e acabam por secar, o que assume proporções agravadas depois de todos os ataques terem debilitado as videiras.
As quebras rondarão os 30%, mas há quem relate perdas quase totais. É o caso de João Fontoura, que tem quatro hectares plantados na aldeia de São Pedro Velho, Mirandela, e que diz ter perdas acima dos 80%. "No máximo tenho aqui quatro toneladas, se calhar nem tanto.
Em condições normais poderia colher entre 25 a 30 mil quilos", lamentou. O agricultor está revoltado com a avaliação feita pelo seguro, fixada nos 600 euros: "Ninguém aqui teve tanto prejuízo como eu. Durante o ano, só em adubos e sulfatos, gasto à volta de dois mil euros. Mais a minha mão de obra.
Durante três meses, até trabalho domingos. Nem com quatro mil euros me pagam os prejuízos", criticou. João Fontoura não aceitou a avaliação e espera por outra proposta. A Adega Cooperativa de Valpaços, que tem associados de Mirandela, Vinhais, Macedo de Cavaleiros e de algumas zonas de Murça, estima que as quebras sejam de 30%.
Tânia Rei
Correio da Manhã
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