É já a quatro de Outubro que os professores de Bragança são chamados a protestar. O pré-aviso de greve, para a primeira semana de outubro, já foi entregue pelos sindicatos de professores no Ministério da Educação, na sexta-feira.
O protesto arranca em Lisboa, dia 1, e termina no Porto, no dia 4. Na origem da greve, convocada por dez organizações sindicais, abrangendo estruturas afectas à CGTP, UGT e independentes, estão nove anos, quatro meses e dois dias de tempo de serviço que os sindicatos exigem ver reflectidos nas carreiras, nomeadamente para efeitos de progressão e reposicionamento salarial.
O secretário geral da UGT, Carlos Silva, à margem do III Congresso da UGT-Bragança, confirmou que o acordo com o Governo tem sido impossível. "Percebemos que, em termos de diálogo social, tem havido muitas dificuldades, tem havido um bloqueio efectivo para se encontrar um patamar de soluções. Ouvimos, por um lado o Governo afirmar, que os sindicatos dos professores, na área da educação, tem sido impossível o acordo ou o consenso, não tem dado passos para se atingir um patamar de negociação e, portanto, os sindicatos entendem que o Governo não tem razão e assim entendendo naturalmente que farão as suas lutas.
Estão agendadas já greves parciais e regionais, da Federação Nacional de Educação e de todos os sindicatos de educação, para o início de Outubro. Haverá uma manifestação nacional no dia 5 de Outubro em Lisboa. A UGT acompanhará e mobilizará todos os seus sindicatos para estarem ao lado desta reivindicação".
O congresso, que aconteceu sábado em Mirandela, fundamentou-se em "Vencer Injustiças Laborais". Ciente da falta de informação de alguns trabalhadores quanto a direitos laborais, a presidente da UGT-Bragança, Graça Patrício, frisou a missão da entidade no encaminhamento para os canais judicias quer da UGT quer dos sindicatos de trabalhadores que solicitam explicações. "Como o próprio nome indica, vencer injustiças laborais a todos níveis. A níveis de horas de trabalho não pagas, distribuição de rendimentos que são para trabalhadores só de elite e não para trabalhadores que realmente trabalham nas empresas, a nível de discriminação da parte da mulher, que, quando há desemprego é a primeira a ir para fora dos locais de trabalho, é a primeira a ser despedida. O que a UGT pretende é encaminhar os trabalhadores que nos solicitam explicações para os canais judiciais quer da UGT quer dos sindicatos".
No congresso assinalou ainda presença a presidente da UGT. Lucinda Dâmaso afirmou que, neste momento, se tem olhado bastante de uma forma específica para quem está em situação de desemprego. "Tem-se olhado bastante para todos os trabalhadores, inseridos nas acções e nas campanhas da UGT central mas também, de uma forma específica, para aqueles que estão em situação de desemprego".
Durante a manhã de sábado, a Escola Superior de Comunicação, Administração e Turismo de Mirandela, abriu ainda portas ao Ciclo de Conferências "Educação e Formação para um Desenvolvimento sem Desigualdades". Promovido pela UGT, em parceria com a Federação Nacional de Educação, foram debatidas ideias e sugestões para um desenvolvimento sustentável em relação à formação e educação em Portugal.
Escrito por Brigantia
Carina Alves
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