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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 21 de outubro de 2018

10 CURIOSIDADES SOBRE TRÁS-OS-MONTES

Muitas vezes esquecemo-nos desta região de Portugal. Fica no extremo norte do país, no interior isolado e remoto. Contudo, há muito para descobrir por Trás-os-Montes. Estive por lá uns dias e descobri várias coisas sobre a região. Hoje trago-vos 10 curiosidades sobre Trás-os-Montes.

1 – Terra Fria e Terra Quente
A região está dividida entre Terra Fria e Terra Quente. A Terra Fria corresponde à região nordeste transmontana, que inclui Bragança, Vinhais, Vimioso, Miranda do Douro e Mogadouro. Já a Terra Quente corresponde aos concelhos de Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Valpaços e Vila Flor. Esta é uma divisão puramente morfológica. Enquanto que na Terra Fria temos os campos povoados de castanheiros, na Terra Quente há principalmente oliveiras.



2 – As Amendoeiras em Flor
As amendoeiras em flor são a imagem de marca dos Trás-os-Montes na Primavera. No início de março, os campos pintam-se de rosa e branco. Existem, até, algumas festas da amendoeira em flor, que celebram a chegada das temperaturas mais amenas em Mogadouro, Torre de Moncorvo e Vila Flor. Para quem prefira o comboio, a CP – Comboios de Portugal organiza nos sábados de março passeios por esta região, com partida do Porto. Vejam aqui.

3 – Azeite do Melhor que há
Apesar de associarmos as oliveiras ao Alentejo, na Terra Quente transmontana produz-se algum do melhor azeite do mundo. Há várias marcas de azeites desta região premiados, incluindo o azeite da Casa de Santo Amaro, Porca de Murça e de João das Barbas. O azeite transmontano já tem certificação DOP (Denominação de Origem Protegida) e aqui são produzidos anualmente 100 milhões de quilos de azeitona.

4 – Os Mascarados transmontanos
A cultura viva de Trás-os-Montes é muito rica. Uma dos símbolos da região são os mascarados, que podem ser Caretos, Chocalheiros, Sécias, Farandulos, entre outros.

Uma das festividades dos mascarados é a Festa dos Rapazes, onde apenas membros do sexo masculino até aos 16 anos podem participar. De origem pagã, este culto está associado ao solstício de inverno, mas foi adaptado e integrado pelo Cristianismo. Hoje, as festas decorrem principalmente entre 25 de dezembro e 6 de janeiro. É dada a alvorada de manhã, com cânticos acompanhados de gaita-de-foles e tambores e, depois, os mascarados passeiam-se pelas povoações, recolhendo dinheiro para a igreja. Vejam a Agenda das festas de inverno 2017.


Outra das festividades associadas aos mascarados é a Festa dos Caretos, de origem celta. Muito semelhante às festas dos rapazes, este culto está associado ao fim do inverno e é celebrado no dia Carnaval. Desta vez, os protagonistas são os rapazes solteiros, que se passeiam pelas povoações criando algazarra com os seus trajes excêntricos, as campainhas e os guizos.



5 – O pelourinho pagão de Bragança
O pelourinho junto ao Castelo de Bragança é um elemento católico da época quinhentista (dado que o segundo foral da cidade foi outorgado por D. Manuel). Mas será apenas isso? Na base deste pelourinho há um elemento que parece destoar… É que foi colocada uma estátua pagã bem mais antiga para suportar o pelourinho. Se olharmos com atenção, assemelha-se a um porco perfurado, representando a fertilidade masculina. Os locais chamam-se a “porca da vila“.

6 – O primeiro monumento civil em Portugal
Junto ao castelo Bragança, persiste o Domus Municipalis, edifício circular do século XV com dois andares. No piso de baixo ficava a cisterna da água e no piso de cima a comunidade da cidade reunia-se para tomar decisões.

Devido à distância da capital real, aqui as decisões eram tomadas pelos “homens bons”, aqueles que tinham terrenos e aqueles que eram considerados de grande sabedoria. A população reunia-se aqui para resolver os problemas da cidade e o povo aguardava. Existem até dentro do edifício dois jogos-do-galo gravados na pedra, com que o povo se entretinha à espera da decisão.

7 – O casamento secreto de D. Pedro e D. Inês de Castro
Diz-se que D. Pedro e D. Inês Castro se casaram em Bragança em segredo. O casamento nunca ficou provado, mas terá ocorrido na igreja de S. Vicente, fora das muralhas da cidade. Se dermos a volta à igreja, encontramos o painel de mosaico em homenagem aos amores proibidos do monarca e sua amante.



8 – Os castelos comunicantes
Existem 6 castelos visitáveis na região de Trás-os-Montes: Algoso, Bragança, Miranda do Douro, Mogadouro, Penas Róias, Vinhais. Todos estas fortificações são bastante antigas e remontam à fundação de Portugal (século XII – XIII), apesar de terem sido reabilitadas ao longo dos séculos. Para mim, o mais belo é o castelo de Algoso, construído no topo de um rochedo, que parece fazer parte do edifício.

A curiosidade em relação a estes castelos é que, num dia limpo de sol, cada um é avistado por outro, existindo uma espécie de linhas comunicantes entre eles. Na época medieval, esta proximidade servia para que as diferentes fortificações se conseguissem alertar em caso de perigo.

9 – Aqui o sol nasce mais cedo
Em Trás-os-Montes fica a povoação onde o sol nasce mais cedo: Paradela. O ponto mais oriental português fica nesta aldeia transmontana. Para apreciar o pôr-do-sol mais matutino de Portugal, basta dirigirem-se ao Miradouro da Penha das Torres, nesta freguesia. Vão ter uma vista incrível sobre o rio Douro e o espaço tem ainda um parque de merendas onde podem tomar o pequeno-almoço.

10 – Rio de Onor, a aldeia Comunitária
Rio de Onor foi recentemente eleita uma das 7 aldeias maravilha de Portugal. Aqui, ainda sobrevivem os resquícios do comunitarismo medieval. Anualmente, são eleitos 2 mordomos que distribuirem o trabalho pelos habitantes da aldeia e fazem a gestão dos bens comuns: os terrenos, o gado e das infra-estruturas. Os produtos e o lucro são depois distribuídos entre todos.
Chamo-me Diana.Gosto de ler, gosto de escrever e tenho ganho o gosto de viajar. Decidi juntar as histórias acumuladas neste espaço e chamei-lhe Contramapa. Porque nas contracapas dos meus livros existe sempre um mapa, um sítio onde ir, um local a descobrir. Aqui podem conhecer as minhas histórias e viagens em livro aberto.

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