quarta-feira, 31 de outubro de 2018
Esta noite há invocação de espíritos e leitura de cartas em Macedo de Cavaleiros
A noite de 31 de outubro celebra o típico dia das bruxas, ou em inglês, o Halloween. O primeiro registo desta celebração remonta a 1745, e no calendário cristão era o dia que significava a véspera do dia de todos os santos – All Hallows’ Eve.
Atualmente, embora ainda se faça a alusão aos mortos, a data converteu-se numa grande festa, com origem na Inglaterra que se foi difundindo pelo mundo e que perdura até hoje.
Muitos protestantes celebravam-na usando máscaras e visitando as casas dos católicos para exigir deles cerveja e pastéis, dizendo-lhes: trick or treat (doçura ou travessura).
Esta noite, por Macedo de Cavaleiros, a data vai ser celebrada à antiga, e a Casa do Professor organizou um evento que pretende aliar tradições e histórias, como refere Virgínia Sousa, membro da direção:
“O halloween é uma festa importada e que levou a que a juventude se esquecesse que, em muitas aldeias de Trás-os-Montes, era tradição que na passagem do dia 31 de outubro para 1 de novembro, se acendesse uma fogueira que tinha o objetivo de iluminar os mortos na passagem para o outro mundo. É uma tradição histórica, que tem origem nos Celtas, que acreditavam que no dia 31 a natureza adormecia e as almas eleitas era elevadas à qualidade de santos. Com a introdução do halloween, foi-se esquecendo esta temática e os jovens perderam esta tradição.
Na Casa do Professor, decidimos aliar o o halloween atual com o mais antigo. Vamos ter a fogueira, vamos fazer invocação das almas, e depois vai haver música, queimada e o cemitério.”
Uma noite que promete ser muito assustadora:
“Assustadora, muito assustadora. É um evento aberto a toda a gente, gostaríamos que houvesse muitas participações, era sinal que as pessoas não se querem esquecer das tradições do nosso povo.
Já decorámos a casa com muitas coisas aterradoras e o cemitério está pronto, com campas.”
Invocação de espíritos, leitura de cartas, bola de cristal, música e doces, esta noite na Casa do Professor, em Macedo de Cavaleiros.
É caso para dizer, doçura ou travessura?
Hoje, as partir das 21h00, celebra-se o halloween na casa do professor de Macedo de Cavaleiros, para o qual estão todos convidados. A entrada é gratuita.
Escrito por ONDA LIVRE
Atualmente, embora ainda se faça a alusão aos mortos, a data converteu-se numa grande festa, com origem na Inglaterra que se foi difundindo pelo mundo e que perdura até hoje.
Muitos protestantes celebravam-na usando máscaras e visitando as casas dos católicos para exigir deles cerveja e pastéis, dizendo-lhes: trick or treat (doçura ou travessura).
Esta noite, por Macedo de Cavaleiros, a data vai ser celebrada à antiga, e a Casa do Professor organizou um evento que pretende aliar tradições e histórias, como refere Virgínia Sousa, membro da direção:
“O halloween é uma festa importada e que levou a que a juventude se esquecesse que, em muitas aldeias de Trás-os-Montes, era tradição que na passagem do dia 31 de outubro para 1 de novembro, se acendesse uma fogueira que tinha o objetivo de iluminar os mortos na passagem para o outro mundo. É uma tradição histórica, que tem origem nos Celtas, que acreditavam que no dia 31 a natureza adormecia e as almas eleitas era elevadas à qualidade de santos. Com a introdução do halloween, foi-se esquecendo esta temática e os jovens perderam esta tradição.
Na Casa do Professor, decidimos aliar o o halloween atual com o mais antigo. Vamos ter a fogueira, vamos fazer invocação das almas, e depois vai haver música, queimada e o cemitério.”
Uma noite que promete ser muito assustadora:
“Assustadora, muito assustadora. É um evento aberto a toda a gente, gostaríamos que houvesse muitas participações, era sinal que as pessoas não se querem esquecer das tradições do nosso povo.
Já decorámos a casa com muitas coisas aterradoras e o cemitério está pronto, com campas.”
Invocação de espíritos, leitura de cartas, bola de cristal, música e doces, esta noite na Casa do Professor, em Macedo de Cavaleiros.
É caso para dizer, doçura ou travessura?
Hoje, as partir das 21h00, celebra-se o halloween na casa do professor de Macedo de Cavaleiros, para o qual estão todos convidados. A entrada é gratuita.
Escrito por ONDA LIVRE
Obras na Antiga Sé de Miranda do Douro estão paradas
A obra de instalação da estrutura de acolhimento aos visitantes da antiga Sé de Miranda do Douro está parada no âmbito de um “processo de insolvência da empresa subcontratada pela Lusocol, Sociedade Lusa de Construções, Lda, entidade a que foi adjudicada a empreitada”, esclarece, em comunicado, a Direção Regional de Cultura do Norte.
Na mesma nota, a DRCN deixa a garantia de que a referida obra, “a ser instalada nas ruinas do Paço Episcopal”, “será retomada tão breve quanto possível”, uma vez que aguarda que a “Lusocol assegure mão-de-obra necessária para prosseguir os trabalhos”, esclarecem.
SM
in:mdb.pt
Na mesma nota, a DRCN deixa a garantia de que a referida obra, “a ser instalada nas ruinas do Paço Episcopal”, “será retomada tão breve quanto possível”, uma vez que aguarda que a “Lusocol assegure mão-de-obra necessária para prosseguir os trabalhos”, esclarecem.
SM
in:mdb.pt
Pela primeira vez Carrazeda de Ansiães recebe um curso superior
Abriu ontem, de forma oficial, o ano lectivo para os 23 alunos do Curso Técnico Superior Profissional de Energias Renováveis e Instalações Eléctricas, que o Instituto Politécnico de Bragança está a ministrar na antiga Escola Profissional de Ansiães.
O presidente da Câmara de Carrazeda, João Gonçalves, espera que a seguir a este possam surgir outros cursos técnicos superiores para ajudar a qualificar a população: “uma comunidade qualificada tem sempre melhores hipóteses de decidir bem e de ter mais sucesso profissionalmente ou pessoalmente, nas suas decisões. É com base nessa qualificação da comunidade, com empresas qualificadas e pessoas mais capazes de competir no mercado e assim gerar mais postos de trabalhos e fixar mais pessoas no território”.
O presidente do Instituto Politécnico de Bragança, Orlando Rodrigues, salienta a importância deste tipo de cursos para concelhos como Carrazeda, nomeadamente para a valorização do seu sector económico: “nós entendemos que o concelho tem um dinamismo económico muito importante, com grande potencial, em torno de alguns produtos emblemáticos da região, que estão a gerar muito valor acrescentado e riqueza, como é o caso do vinho e da maçã. O sector agrícola é muito tecnológico na região e importa apoiar, mas o conselho tem outras potencialidades como o turismo.”
A maior parte dos 23 alunos é de Carrazeda de Ansiães. É o caso de Dina Tavares que vê neste curso uma oportunidade para se qualificar: “eu sempre quis fazer este curso que tem muitas saídas profissionais.”
Para além de estudantes de Carrazeda, este curso técnico superior profissional conseguiu captar jovens de concelhos vizinhos. É o caso de Manuel Afonso, de 22 anos, residente em Vila Flor: “concorri a este curso porque fiz o ensino profissional em Murça. Depois comecei a trabalhar e parei durantes 2 anos e vi aqui uma oportunidade para me qualificar”.
Daniel Fontinha é de Alijó e também se inscreveu no Curso Técnico Superior Profissional de Energias Renováveis e Instalações Eléctricas de Carrazeda de Ansiães: “trabalho no ramo da construção civil e este curso acaba por completar a minha formação”.
São 23 os alunos do Curso Técnico Superior Profissional de Energias Renováveis e Instalações Eléctricas, que o Instituto Politécnico de Bragança está a ministrar na antiga Escola Profissional de Ansiães.
Escrito por Rádio Ansiães (CIR)
O presidente da Câmara de Carrazeda, João Gonçalves, espera que a seguir a este possam surgir outros cursos técnicos superiores para ajudar a qualificar a população: “uma comunidade qualificada tem sempre melhores hipóteses de decidir bem e de ter mais sucesso profissionalmente ou pessoalmente, nas suas decisões. É com base nessa qualificação da comunidade, com empresas qualificadas e pessoas mais capazes de competir no mercado e assim gerar mais postos de trabalhos e fixar mais pessoas no território”.
O presidente do Instituto Politécnico de Bragança, Orlando Rodrigues, salienta a importância deste tipo de cursos para concelhos como Carrazeda, nomeadamente para a valorização do seu sector económico: “nós entendemos que o concelho tem um dinamismo económico muito importante, com grande potencial, em torno de alguns produtos emblemáticos da região, que estão a gerar muito valor acrescentado e riqueza, como é o caso do vinho e da maçã. O sector agrícola é muito tecnológico na região e importa apoiar, mas o conselho tem outras potencialidades como o turismo.”
A maior parte dos 23 alunos é de Carrazeda de Ansiães. É o caso de Dina Tavares que vê neste curso uma oportunidade para se qualificar: “eu sempre quis fazer este curso que tem muitas saídas profissionais.”
Para além de estudantes de Carrazeda, este curso técnico superior profissional conseguiu captar jovens de concelhos vizinhos. É o caso de Manuel Afonso, de 22 anos, residente em Vila Flor: “concorri a este curso porque fiz o ensino profissional em Murça. Depois comecei a trabalhar e parei durantes 2 anos e vi aqui uma oportunidade para me qualificar”.
Daniel Fontinha é de Alijó e também se inscreveu no Curso Técnico Superior Profissional de Energias Renováveis e Instalações Eléctricas de Carrazeda de Ansiães: “trabalho no ramo da construção civil e este curso acaba por completar a minha formação”.
São 23 os alunos do Curso Técnico Superior Profissional de Energias Renováveis e Instalações Eléctricas, que o Instituto Politécnico de Bragança está a ministrar na antiga Escola Profissional de Ansiães.
Escrito por Rádio Ansiães (CIR)
GNR recupera material roubado em Carrazeda de Ansiães
O Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Mirandela recuperou ontem material furtado em Carrazeda de Ansiães.
No âmbito de uma investigação por furto num armazém agrícola, que decorria há três meses, os militares identificaram dois indivíduos, de 29 e 38 anos, e recuperaram um gerador furtado.
Os suspeitos foram constituídos arguidos e ficaram sujeitos a termo de identidade e residência.
Escrito por Rádio Ansiães (CIR)
No âmbito de uma investigação por furto num armazém agrícola, que decorria há três meses, os militares identificaram dois indivíduos, de 29 e 38 anos, e recuperaram um gerador furtado.
Os suspeitos foram constituídos arguidos e ficaram sujeitos a termo de identidade e residência.
Escrito por Rádio Ansiães (CIR)
Cooperantes da Onda Livre vão tomar posição quanto à não assinatura do protocolo de colaboração com a autarquia
A pedido dos cooperantes, a Assembleia Geral da Cooperativa de Informação e Cultura, Rádio Onda Livre Macedense, convocou uma reunião extraordinária com o fim de ser tomada uma posição relativamente à não assinatura do protocolo de colaboração com a Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, situação esta que está a causar constrangimentos financeiros à instituição.
Este é um compromisso que existia há quase três décadas e assegurava um pagamento mensal por parte da autarquia à rádio, para que esta, em contrapartida, prestasse os serviços designados no plano de atividades, divulgasse a Agenda Cultural, assim como outros assuntos do interesse da população macedense.
O primeiro protocolo, assinado em 1990, garantia que o município pagaria à rádio o valor mensal de 140 contos, o que é hoje equivalente a 700€. O último, que vigorou durante o ano de 2017, assegurava um valor mensal correspondente a 1500€ durante os 12 meses.
No entanto, chegado janeiro do presente ano, este protocolo não foi renovado sem que tal fosse comunicado por escrito, apesar das várias tentativas de negociação por parte da direção da rádio, e sucessivas promessas feitas pela autarquia, como refere Joaquim Santos, presidente da Rádio Onda Livre Macedense:
“Desde novembro do ano passado até maio deste ano, esta direção tentou negociar várias vezes com a câmara, de forma a chegar a um entendimento.
Nós compreendemos que a autarquia atravessa dificuldades financeiras, mas a verdade é que nos foi prometido que iriam dar, pelo menos, o que era dado pelo anterior executivo. O sr. presidente, Benjamim Rodrigues, disse inclusive que ia tentar ajudar-nos com um pouco mais devido ao esforço que estávamos a fazer com o desenvolvimento da Onda Livre TV.
Assim me foi dito de todas as vezes que conversamos até que, em maio, o senhor diretor de departamento recusou o protocolo, alegando que não estava bem e queria fazer outras coisas. Mesmo assim, o sr. presidente disse que iria resolver este problema.
Em junho, liguei novamente ao presidente e foi ai que ele me disse que não havia dinheiro para a Rádio Onda Livre e que iria arranjar outra forma para nos ajudar. Ainda não tivemos nenhum documento que nos dissesse oficialmente que não há protocolo, mas a verdade é que neste momento não estamos a usufruir dele.
O município dá a entender para a população que nos deu 17 mil euros no até ao mês de julho, mas até à data de hoje só nos deu 2 mil pela realização de alguns trabalhos que fizemos a pedido deles. Todos os restantes foram a nossa conta e saldo.
Portanto, vamos desmistificar estas coisas e tomar as decisões certas e necessárias para que a Rádio Onda Livre continue a fazer o seu trabalho como deve fazer em prol dos macedenses, do concelho e distrito em geral.”
Neste momento, a Rádio Onda Livre emprega cinco funcionários a tempo inteiro e desde janeiro que a fonte de rendimento da instituição resume-se quase ao angariado com os trabalhos de publicidade.
Este assunto foi exposto na Assembleia Geral Ordinária desta cooperativa que aconteceu segunda-feira, e os 26 cooperantes presentes concordaram em marcar uma sessão extraordinária com o objetivo de ser tomada uma posição conjunta para resolver o problema.
Joaquim Santos garante que a Rádio está no limite das suas posses financeiras, e se mesmo depois desta reunião o protocolo não for assinado, terá de reduzir despesas, começando pelo despedimento do pessoal:
“A Rádio atualmente não está a ter os meios necessários para continuar com os profissionais que tem, e teremos de despedir três pessoas.
Depois, passará a ser uma rádio mais dedicada à musica e menos às notícias pois ficará só uma jornalista.
Esta situação está a tornar-se insuportável e, como tal, temos de tomar uma decisão.
Ou o município aceita ou não aceita, ou então que nos diga quais são as condições para que cheguemos a um entendimento. Porque dizer que vai fazer têm-nos deixado até hoje à espera de resposta, e nós não podemos continuar assim porque o fim do mês está ai.
Nós estamos abertos a todas as opções e só assim é que conseguiremos falar e resolver esta situação.”
Até lá, aguarda-se a decisão dos cooperantes que será conhecida na reunião de assembleia extraordinária convocada para dia 13 de novembro.
Escrito por ONDA LIVRE
Este é um compromisso que existia há quase três décadas e assegurava um pagamento mensal por parte da autarquia à rádio, para que esta, em contrapartida, prestasse os serviços designados no plano de atividades, divulgasse a Agenda Cultural, assim como outros assuntos do interesse da população macedense.
O primeiro protocolo, assinado em 1990, garantia que o município pagaria à rádio o valor mensal de 140 contos, o que é hoje equivalente a 700€. O último, que vigorou durante o ano de 2017, assegurava um valor mensal correspondente a 1500€ durante os 12 meses.
No entanto, chegado janeiro do presente ano, este protocolo não foi renovado sem que tal fosse comunicado por escrito, apesar das várias tentativas de negociação por parte da direção da rádio, e sucessivas promessas feitas pela autarquia, como refere Joaquim Santos, presidente da Rádio Onda Livre Macedense:
“Desde novembro do ano passado até maio deste ano, esta direção tentou negociar várias vezes com a câmara, de forma a chegar a um entendimento.
Nós compreendemos que a autarquia atravessa dificuldades financeiras, mas a verdade é que nos foi prometido que iriam dar, pelo menos, o que era dado pelo anterior executivo. O sr. presidente, Benjamim Rodrigues, disse inclusive que ia tentar ajudar-nos com um pouco mais devido ao esforço que estávamos a fazer com o desenvolvimento da Onda Livre TV.
Assim me foi dito de todas as vezes que conversamos até que, em maio, o senhor diretor de departamento recusou o protocolo, alegando que não estava bem e queria fazer outras coisas. Mesmo assim, o sr. presidente disse que iria resolver este problema.
Em junho, liguei novamente ao presidente e foi ai que ele me disse que não havia dinheiro para a Rádio Onda Livre e que iria arranjar outra forma para nos ajudar. Ainda não tivemos nenhum documento que nos dissesse oficialmente que não há protocolo, mas a verdade é que neste momento não estamos a usufruir dele.
O município dá a entender para a população que nos deu 17 mil euros no até ao mês de julho, mas até à data de hoje só nos deu 2 mil pela realização de alguns trabalhos que fizemos a pedido deles. Todos os restantes foram a nossa conta e saldo.
Portanto, vamos desmistificar estas coisas e tomar as decisões certas e necessárias para que a Rádio Onda Livre continue a fazer o seu trabalho como deve fazer em prol dos macedenses, do concelho e distrito em geral.”
Neste momento, a Rádio Onda Livre emprega cinco funcionários a tempo inteiro e desde janeiro que a fonte de rendimento da instituição resume-se quase ao angariado com os trabalhos de publicidade.
Este assunto foi exposto na Assembleia Geral Ordinária desta cooperativa que aconteceu segunda-feira, e os 26 cooperantes presentes concordaram em marcar uma sessão extraordinária com o objetivo de ser tomada uma posição conjunta para resolver o problema.
Joaquim Santos garante que a Rádio está no limite das suas posses financeiras, e se mesmo depois desta reunião o protocolo não for assinado, terá de reduzir despesas, começando pelo despedimento do pessoal:
“A Rádio atualmente não está a ter os meios necessários para continuar com os profissionais que tem, e teremos de despedir três pessoas.
Depois, passará a ser uma rádio mais dedicada à musica e menos às notícias pois ficará só uma jornalista.
Esta situação está a tornar-se insuportável e, como tal, temos de tomar uma decisão.
Ou o município aceita ou não aceita, ou então que nos diga quais são as condições para que cheguemos a um entendimento. Porque dizer que vai fazer têm-nos deixado até hoje à espera de resposta, e nós não podemos continuar assim porque o fim do mês está ai.
Nós estamos abertos a todas as opções e só assim é que conseguiremos falar e resolver esta situação.”
Até lá, aguarda-se a decisão dos cooperantes que será conhecida na reunião de assembleia extraordinária convocada para dia 13 de novembro.
Escrito por ONDA LIVRE
Uma questão de perspetiva?
Quem for visitar as quintas de Carragosa vê a placa com o brasão da freguesia, nova, junto à capela ali existente.
Uma boa ideia. Mas seria preciso gastar dinheiro nas letras que ilustram a parte de trás?
A julgar pela perspetiva que se oferece aos visitantes, só algum mais curioso, como o Zé, que vá espreitar por trás da dita ou o Super-Homem com visão de raio x a conseguem ler...
Zé
in:mdb.pt
Uma boa ideia. Mas seria preciso gastar dinheiro nas letras que ilustram a parte de trás?
A julgar pela perspetiva que se oferece aos visitantes, só algum mais curioso, como o Zé, que vá espreitar por trás da dita ou o Super-Homem com visão de raio x a conseguem ler...
Zé
in:mdb.pt
Pastores detidos por incêndios florestais
Dois pastores foram detidos esta terça-feira no concelho de Macedo de Cavaleiros por suspeita do crime de incêndios florestal. Um dos homens, com 27 anos, foi detido pela GNR na localidade de Talhas, por ter ateado um incêndio para renovar o pasto para o rebanho, informou hoje o Comando Distrital de Bragança.
O fogo deflagrou na segunda-feira e resultou numa área ardida de cerca de 200.000 metros quadrados de mato e azinheiras.
Segundo uma fonte da GNR , os militares deslocaram-se ao terreno e seguiram um trilho de passagem de gado, acabando por detetar um indivíduo que, confrontado com os factos, admitiu ter incendiado o local com o objetivo de renovar o pasto para o seu rebanho.
A Polícia Judiciária deteve outro pastor, de 57 anos, suspeito de ter ateado um foco de incêndio florestal em Vale de Ginço, também no concelho de Macedo de Cavaleiros.
Glória Lopes
in:mdb.pt
O fogo deflagrou na segunda-feira e resultou numa área ardida de cerca de 200.000 metros quadrados de mato e azinheiras.
Segundo uma fonte da GNR , os militares deslocaram-se ao terreno e seguiram um trilho de passagem de gado, acabando por detetar um indivíduo que, confrontado com os factos, admitiu ter incendiado o local com o objetivo de renovar o pasto para o seu rebanho.
A Polícia Judiciária deteve outro pastor, de 57 anos, suspeito de ter ateado um foco de incêndio florestal em Vale de Ginço, também no concelho de Macedo de Cavaleiros.
Glória Lopes
in:mdb.pt
Hoje é dia de gala dos 25 anos do Jornal Nordeste
O Jornal Nordeste completa, este ano, 25 anos. Hoje o dia é de comemorar com uma gala no Teatro Municipal de Bragança.
Uma cerimónia que ficará marcada pela homenagem a 14 personalidades da região que se distinguiram no último quarto de século, em diversas áreas desde a intervenção cívica, à criação cultural e actividade empresarial, como destaca o actual director de informação do jornal, Teófilo Vaz: “fundamentalmente com uma gala que servirá para homenagear cidadãos deste nordeste transmontano que têm tido e tiveram papéis decisivos na defesa dos interesses da região e na promoção do desenvolvimento. Naturalmente, pretendemos que sejam homenageados todos os nordestinos que permanecem e tentam que o futuro seja possível neste interior”.
25 anos passados deste percurso, a homenagem póstuma ao fundador do Jornal Nordeste, Fernando Subtil, era incontornável: “há 25 anos o jornal resultou de um empenhamento notável de uma figura memorável de Bragança e do distrito Fernando Subtil. Um cidadão exemplar, empenhado permanente activo na procura para que o futuro fosse aqui possível. O Jornal Nordeste transformou-se num meio interventivo, mas fundamentalmente direccionado para informação séria com profundidade sobre aquilo que acontece nesta nossa terra e no distrito”.
Outros homenageados serão Adriano Moreira, Jorge Nunes, Sobrinho Teixeira, Graça Morais, Costa Andrade, Galandum Galundaina, Celmira Macedo, Eurico Carrapatoso, Rentes de Carvalho, Marco Ferreira, o Solar Bragançano, Valle Pradinhos e a Tanoaria Gonçalves.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro
Uma cerimónia que ficará marcada pela homenagem a 14 personalidades da região que se distinguiram no último quarto de século, em diversas áreas desde a intervenção cívica, à criação cultural e actividade empresarial, como destaca o actual director de informação do jornal, Teófilo Vaz: “fundamentalmente com uma gala que servirá para homenagear cidadãos deste nordeste transmontano que têm tido e tiveram papéis decisivos na defesa dos interesses da região e na promoção do desenvolvimento. Naturalmente, pretendemos que sejam homenageados todos os nordestinos que permanecem e tentam que o futuro seja possível neste interior”.
25 anos passados deste percurso, a homenagem póstuma ao fundador do Jornal Nordeste, Fernando Subtil, era incontornável: “há 25 anos o jornal resultou de um empenhamento notável de uma figura memorável de Bragança e do distrito Fernando Subtil. Um cidadão exemplar, empenhado permanente activo na procura para que o futuro fosse aqui possível. O Jornal Nordeste transformou-se num meio interventivo, mas fundamentalmente direccionado para informação séria com profundidade sobre aquilo que acontece nesta nossa terra e no distrito”.
Outros homenageados serão Adriano Moreira, Jorge Nunes, Sobrinho Teixeira, Graça Morais, Costa Andrade, Galandum Galundaina, Celmira Macedo, Eurico Carrapatoso, Rentes de Carvalho, Marco Ferreira, o Solar Bragançano, Valle Pradinhos e a Tanoaria Gonçalves.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro
A mobilidade e a eficiência energética estiveram em discussão no III Seminário de Intercâmbio de Experiências
No encontro foram debatidos temas como a "Energia na Europa", "Poupança energética e sustentabilidade na Administração" e "Boas Práticas das cidades do eixo Atlântico.
Discutir assuntos como a energia, a poupança energética e a sustentabilidade foram os objectivos do III Seminário de Intercâmbio de Experiências no âmbito da Mobilidade e da Sustentabilidade do Eixo Atlântico que aconteceu ontem em Bragança.
Hernâni Dias, presidente da câmara da capital de distrito destaca esta foi uma troca de partilhas de políticas entre municípios portugueses e espanhóis, num passo muito importante no desenvolvimento dos territórios, no que diz respeito à adopção de medidas amigas do ambiente.
“Este foi um momento de tentarmos aprender uns com os outros sobre o que cada um faz e tem sucesso no seu território, tendo em conta uma vertente importante, que é a adopção de medidas amigas do ambiente. É isto que se pretende, no sentido de podermos vir a ter poupanças energéticas, no âmbito das políticas que são praticadas nos vários municípios”, sustentou o autarca.
O autarca acrescenta que são muitas as áreas que os municípios têm de trabalhar como a mobilidade e os resíduos: “sejam elas na mobilidade, nos resíduos ou nos próprios consumos de energia eléctrica quando usamos um determinado tipo de construções, por exemplo, nas habitações. É um conceito muito interessante de tentarmos perceber de que forma é que as novas tecnologias e a utilização de equipamento mais sofisticado pode ajudar a melhorar e nossa eficiência das nossas cidades”.
As boas práticas tiveram em destaque numa conferência promovida pelo Eixo Atlântico.
Escrito por Brigantia
Foto: Município de Bragança
Jornalista: Maria João Canadas
Discutir assuntos como a energia, a poupança energética e a sustentabilidade foram os objectivos do III Seminário de Intercâmbio de Experiências no âmbito da Mobilidade e da Sustentabilidade do Eixo Atlântico que aconteceu ontem em Bragança.
Hernâni Dias, presidente da câmara da capital de distrito destaca esta foi uma troca de partilhas de políticas entre municípios portugueses e espanhóis, num passo muito importante no desenvolvimento dos territórios, no que diz respeito à adopção de medidas amigas do ambiente.
“Este foi um momento de tentarmos aprender uns com os outros sobre o que cada um faz e tem sucesso no seu território, tendo em conta uma vertente importante, que é a adopção de medidas amigas do ambiente. É isto que se pretende, no sentido de podermos vir a ter poupanças energéticas, no âmbito das políticas que são praticadas nos vários municípios”, sustentou o autarca.
O autarca acrescenta que são muitas as áreas que os municípios têm de trabalhar como a mobilidade e os resíduos: “sejam elas na mobilidade, nos resíduos ou nos próprios consumos de energia eléctrica quando usamos um determinado tipo de construções, por exemplo, nas habitações. É um conceito muito interessante de tentarmos perceber de que forma é que as novas tecnologias e a utilização de equipamento mais sofisticado pode ajudar a melhorar e nossa eficiência das nossas cidades”.
As boas práticas tiveram em destaque numa conferência promovida pelo Eixo Atlântico.
Escrito por Brigantia
Foto: Município de Bragança
Jornalista: Maria João Canadas
Projeto ConnectNatura promove conservação de aves necrófagas e reforça conectividade da Rede Natura 2000
A Palombar – Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural vai avançar em breve com a implementação do projeto “ConnectNatura – Reforço da Rede de Campos de Alimentação para Aves Necrófagas e Criação de Condições de Conectividade entre Áreas da Rede Natura 2000”.
O projeto da Palombar ConnectNatura é financiado pelo Fundo Ambiental – Ministério do Ambiente e tem como parceiro o ICNF – Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas.
O seu objetivo é criar condições para recuperar e reforçar as populações de aves necrófagas em duas Zonas de Proteção Especial (ZPE) da Rede Natura 2000, classificadas ao abrigo da Diretiva Aves, e que estão localizadas no norte de Portugal, nomeadamente as ZPE ‘Serra do Gerês’ e ‘Montesinho/Nogueira’. Estas duas ZPE estão também inseridas em Sítios de Importância Comunitária (SIC).
As ZPE abrangidas pelo projeto ConnectNatura integram ainda a Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP), apresentando o estatuto de Parque Nacional, no caso da Serra do Gerês, e Parque Natural, no que se refere a Montesinho.
O Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), classificado em maio de 1971, foi a primeira área protegida criada em Portugal, sendo a única com o estatuto de Parque Nacional, reconhecido internacionalmente com idêntica classificação, desde a sua criação, por parte da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), devido à riqueza do seu património natural e cultural, sendo um dos últimos redutos do país onde se encontram ecossistemas no seu estado natural, com reduzida ou nula influência humana, integrados numa paisagem humanizada.
A natureza e a orientação do seu relevo, as variações de altitude e as influências atlântica, mediterrânica e continental traduzem-se na variedade e riqueza do coberto vegetal, nomeadamente, matos, carvalhais e pinhais, bosques de bétula ou vidoeiro, abundante vegetação bordejando as linhas de água, campos de cultivo e pastagens.
As matas do Ramiscal, de Albergaria, do Cabril, todo o vale superior do rio Homem e a própria Serra do Gerês são um tipo de paisagem que dificilmente encontra em Portugal algo de comparável.
O PNPG é território de espécies emblemáticas como o lobo-ibérico (Canis lupus signatus) e a águia-real (Aquila chrysaetos). Micromamíferos diversos, como a toupeira-deágua (Galemys pyrenaicus), diversidade de répteis e anfíbios e uma fauna ictiológica que inclui a truta-do-rio (Salmo truta) e outras espécies de peixes enriquecem também o quadro zoológico.
O Parque Natural de Montesinho (PNM) foi classificado pela primeira vez em agosto de 1979. Este Parque possui uma elevada diversidade biológica, resultante da diversidade de habitats que ocorrem nesta área de montanha. Com mais de 110 espécies de aves nidificantes, é uma área importante para as aves de rapina, como a águia-real (Aquila chrysaetos).
Estão referenciadas para o PNM 70% das espécies de mamíferos terrestres ocorrentes em território nacional, apresentando cerca de 10% destas espécies um estatuto de conservação desfavorável, segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal.
De destacar ainda a presença de uma das mais importantes populações de lobo-ibérico (Canis lupus signatus) em Portugal. As principais presas silvestres deste grande carnívoro, nomeadamente o veado (Cervus elaphus), o corço (Capreolus capreolus) e o javali (Sus scrofa) são também mamíferos abundantes nesta região.
Este parque possui também uma diversidade de vegetação que pode ser observada em percursos de poucos quilómetros, encontrando-se carvalhais, soutos, sardoais (bosques de azinheira), bosques ripícolas, giestais, urzais, estevais, lameiros, etc.
As medidas a implementar no âmbito deste projeto serão dirigidas a espécies estritamente e parcialmente necrófagas que constam do Anexo I da Diretiva Aves e que possuem um estatuto de conservação desfavorável em Portugal, em particular o abutre-preto (Aegypius monachus), o britango (Neophron percnopterus), o grifo (Gyps fulvus) e a águia-real (Aquila chrysaetos).
As ações previstas têm como objetivo melhorar as condições de alimentação e de aceitação social, de forma a reverter as tendências populacionais negativas e a promover o retorno e/ou a fixação dessas aves nesses territórios, os quais constituem áreas de presença histórica.
Para além disto, o projeto contribuirá para reforçar a conectividade entre populações/núcleos populacionais, através de corredores entre áreas da Rede Natura 2000, e para restaurar cadeias tróficas ancestrais.
No âmbito do projeto ConnectNatura, a Palombar vai aumentar a disponibilidade de alimento para as espécies-alvo, através da reativação e/ou construção de campos de alimentação, bem como através da criação de áreas de alimentação no interior de explorações pecuárias. Estas medidas contribuirão para expandir a rede de campos/áreas de alimentação para aves necrófagas no norte de Portugal, favorecendo, desta forma, a existência de um continuum espacial (ou espaços de conectividade) com disponibilidade de alimento para as espécies-alvo, criando, assim, condições para o seu retorno e/ou fixação em novos territórios, em particular nas áreas de implementação do projeto.
É também um dos objetivos específicos do projeto ConnectNatura desenvolver ações de educação e sensibilização em escolas e para o público em geral, de modo a melhorar o seu conhecimento sobre as espécies-alvo, bem como ações direcionadas a grupos de interesse relevantes (caçadores, criadores de gado, agricultores, setor turístico), de forma a torná-los agentes ativos na conservação das espécies.
Adicionalmente, pretende-se valorizar os territórios, criando e disseminando o conhecimento e a experiência adquirida na aplicação de boas práticas ao nível da conservação da natureza.
Outras espécies de aves parcialmente necrófagas, como o milhafre-real (Milvus milvus), que também apresenta um estatuto de conservação desfavorável no nosso país (sobretudo a sua população residente) e o milhafre-preto (Milvus migrans) também serão beneficiadas pelas ações que serão implementadas no terreno.
Em Portugal, as espécies de aves necrófagas, em particular as espécies-alvo deste projeto, apresentam, no geral, um estatuto de conservação delicado, encontrando-se numa situação populacional desfavorável, o que reflete a importância da implementação deste projeto de conservação da Palombar.
A Palombar – Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural é uma entidade sem fins lucrativos, criada em 2000, que tem como principais objetivos promover a conservação dos ecossistemas agrícolas, florestais e selvagens, assim como a preservação do património edificado e respetivas técnicas tradicionais de construção. Ainda que a sua área de intervenção seja cada vez mais alargada, tem vindo a atuar sobretudo em Trás-os-Montes.
in:noticiasdonordeste.pt
Projeto ConnectNatura promove conservação de aves necrófagas e reforça conectividade da Rede Natura 2000 |
O projeto da Palombar ConnectNatura é financiado pelo Fundo Ambiental – Ministério do Ambiente e tem como parceiro o ICNF – Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas.
O seu objetivo é criar condições para recuperar e reforçar as populações de aves necrófagas em duas Zonas de Proteção Especial (ZPE) da Rede Natura 2000, classificadas ao abrigo da Diretiva Aves, e que estão localizadas no norte de Portugal, nomeadamente as ZPE ‘Serra do Gerês’ e ‘Montesinho/Nogueira’. Estas duas ZPE estão também inseridas em Sítios de Importância Comunitária (SIC).
As ZPE abrangidas pelo projeto ConnectNatura integram ainda a Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP), apresentando o estatuto de Parque Nacional, no caso da Serra do Gerês, e Parque Natural, no que se refere a Montesinho.
O Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), classificado em maio de 1971, foi a primeira área protegida criada em Portugal, sendo a única com o estatuto de Parque Nacional, reconhecido internacionalmente com idêntica classificação, desde a sua criação, por parte da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), devido à riqueza do seu património natural e cultural, sendo um dos últimos redutos do país onde se encontram ecossistemas no seu estado natural, com reduzida ou nula influência humana, integrados numa paisagem humanizada.
A natureza e a orientação do seu relevo, as variações de altitude e as influências atlântica, mediterrânica e continental traduzem-se na variedade e riqueza do coberto vegetal, nomeadamente, matos, carvalhais e pinhais, bosques de bétula ou vidoeiro, abundante vegetação bordejando as linhas de água, campos de cultivo e pastagens.
As matas do Ramiscal, de Albergaria, do Cabril, todo o vale superior do rio Homem e a própria Serra do Gerês são um tipo de paisagem que dificilmente encontra em Portugal algo de comparável.
O PNPG é território de espécies emblemáticas como o lobo-ibérico (Canis lupus signatus) e a águia-real (Aquila chrysaetos). Micromamíferos diversos, como a toupeira-deágua (Galemys pyrenaicus), diversidade de répteis e anfíbios e uma fauna ictiológica que inclui a truta-do-rio (Salmo truta) e outras espécies de peixes enriquecem também o quadro zoológico.
O Parque Natural de Montesinho (PNM) foi classificado pela primeira vez em agosto de 1979. Este Parque possui uma elevada diversidade biológica, resultante da diversidade de habitats que ocorrem nesta área de montanha. Com mais de 110 espécies de aves nidificantes, é uma área importante para as aves de rapina, como a águia-real (Aquila chrysaetos).
Estão referenciadas para o PNM 70% das espécies de mamíferos terrestres ocorrentes em território nacional, apresentando cerca de 10% destas espécies um estatuto de conservação desfavorável, segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal.
Projeto ConnectNatura promove conservação de aves necrófagas e reforça conectividade da Rede Natura 2000 |
De destacar ainda a presença de uma das mais importantes populações de lobo-ibérico (Canis lupus signatus) em Portugal. As principais presas silvestres deste grande carnívoro, nomeadamente o veado (Cervus elaphus), o corço (Capreolus capreolus) e o javali (Sus scrofa) são também mamíferos abundantes nesta região.
Este parque possui também uma diversidade de vegetação que pode ser observada em percursos de poucos quilómetros, encontrando-se carvalhais, soutos, sardoais (bosques de azinheira), bosques ripícolas, giestais, urzais, estevais, lameiros, etc.
As medidas a implementar no âmbito deste projeto serão dirigidas a espécies estritamente e parcialmente necrófagas que constam do Anexo I da Diretiva Aves e que possuem um estatuto de conservação desfavorável em Portugal, em particular o abutre-preto (Aegypius monachus), o britango (Neophron percnopterus), o grifo (Gyps fulvus) e a águia-real (Aquila chrysaetos).
As ações previstas têm como objetivo melhorar as condições de alimentação e de aceitação social, de forma a reverter as tendências populacionais negativas e a promover o retorno e/ou a fixação dessas aves nesses territórios, os quais constituem áreas de presença histórica.
Para além disto, o projeto contribuirá para reforçar a conectividade entre populações/núcleos populacionais, através de corredores entre áreas da Rede Natura 2000, e para restaurar cadeias tróficas ancestrais.
No âmbito do projeto ConnectNatura, a Palombar vai aumentar a disponibilidade de alimento para as espécies-alvo, através da reativação e/ou construção de campos de alimentação, bem como através da criação de áreas de alimentação no interior de explorações pecuárias. Estas medidas contribuirão para expandir a rede de campos/áreas de alimentação para aves necrófagas no norte de Portugal, favorecendo, desta forma, a existência de um continuum espacial (ou espaços de conectividade) com disponibilidade de alimento para as espécies-alvo, criando, assim, condições para o seu retorno e/ou fixação em novos territórios, em particular nas áreas de implementação do projeto.
É também um dos objetivos específicos do projeto ConnectNatura desenvolver ações de educação e sensibilização em escolas e para o público em geral, de modo a melhorar o seu conhecimento sobre as espécies-alvo, bem como ações direcionadas a grupos de interesse relevantes (caçadores, criadores de gado, agricultores, setor turístico), de forma a torná-los agentes ativos na conservação das espécies.
Adicionalmente, pretende-se valorizar os territórios, criando e disseminando o conhecimento e a experiência adquirida na aplicação de boas práticas ao nível da conservação da natureza.
Projeto ConnectNatura promove conservação de aves necrófagas e reforça conectividade da Rede Natura 2000 |
Outras espécies de aves parcialmente necrófagas, como o milhafre-real (Milvus milvus), que também apresenta um estatuto de conservação desfavorável no nosso país (sobretudo a sua população residente) e o milhafre-preto (Milvus migrans) também serão beneficiadas pelas ações que serão implementadas no terreno.
Em Portugal, as espécies de aves necrófagas, em particular as espécies-alvo deste projeto, apresentam, no geral, um estatuto de conservação delicado, encontrando-se numa situação populacional desfavorável, o que reflete a importância da implementação deste projeto de conservação da Palombar.
A Palombar – Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural é uma entidade sem fins lucrativos, criada em 2000, que tem como principais objetivos promover a conservação dos ecossistemas agrícolas, florestais e selvagens, assim como a preservação do património edificado e respetivas técnicas tradicionais de construção. Ainda que a sua área de intervenção seja cada vez mais alargada, tem vindo a atuar sobretudo em Trás-os-Montes.
in:noticiasdonordeste.pt
QUANDO UM DIA MORRER
Por: Maria da Conceição Marques
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas..."
Maria da Conceição Marques, natural e residente em Bragança.
Desde cedo comecei a escrever, mas o lugar de esposa e mãe ocupou a minha vida.
Os meus manuscritos ao longo de muitos anos, foram-se perdendo no tempo, entre várias circunstâncias da vida e algumas mudanças de habitação.
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas..."
Não quero lágrimas, nem flores
Não quero vestes negras
Não quero gritos nem dores!
Quando um dia morrer…
Quero luz e quero paz
Podem dançar, podem rir,
Isso para mim tanto faz!
Quando um dia morrer…
Quero boas recordações
Dos amigos e familiares
Guardem-me nos corações!
Quando um dia morrer…
Quando a minha alma partir,
Deixem-na voar livremente,
Quero findar, quero ir
Quero partir para sempre!
O meu corpo…
Joguem-no no meio dos montes
Trás-os -Montes onde nasci.
Quero ser terra,
Quero ser pó!
Igual ao pó de onde surgi!
Quando um dia morrer…
Quero chegar lá no céu
Plena de luz, a brilhar.
Roçar as estrelas,
Sentir o beijo do luar.
Quero deixar para traz,
Tudo que me fez infeliz,
tudo que não me fez falta,
tudo o que nada me diz!
Quando um dia morrer…
Por favor, flores NÃO
Quero luz a iluminar-me o rosto
Um simples vestido branco,
Costurado com poesias,
bordado com o coração,
para envolver meu corpo
E... selar o meu caixão.
Maria da Conceição Marques, natural e residente em Bragança.
Desde cedo comecei a escrever, mas o lugar de esposa e mãe ocupou a minha vida.
Os meus manuscritos ao longo de muitos anos, foram-se perdendo no tempo, entre várias circunstâncias da vida e algumas mudanças de habitação.
Participei nas colectâneas:
POEMA-ME
POETAS DE HOJE
SONS DE POETAS
A LAGOA E A POESIA
A LAGOA O MAR E EU
PALAVRAS DE VELUDO
APENAS SAUDADE
UM GRITO À POBREZA
CONTAS-ME UMA HISTÓRIA
RETRATO DE MIM.
ECLÉTICA I
ECLÉTICA II
5 SENTIDOS
REUNIR ESCRITAS É POSSÍVEL – Projecto da Academia de Letras Infanto-Juvenil de São Bento do Sul, Estado de Santa Catarina
Livros editados:
-O ROSEIRAL DOS SENTIDOS
-SUSPIROS LUNARES
-DELÍRIOS DE UMA PAIXÃO
-ENTRE CÉU E O MAR
-UMA ETERNA MARGARIDA
terça-feira, 30 de outubro de 2018
Ansiães Douro Trail supera expectativas
Mais de duas centenas e meia de participantes oriundos de vários pontos do norte de Portugal estiveram presentes ontem, dia 28 de Outubro, em Carrazeda de Ansiães, na segunda edição do Ansiães Douro Trail.
Cerca de 250 participantes tiveram a oportunidade de aliar a vertente desportiva com a descoberta de um património e paisagens únicas, bem como conhecer o castelo de Ansiães e o Alto Douro Vinhateiro, classificado pela UNESCO como Património Mundial.
Este evento, que é organizado pelo Município de Carrazeda de Ansiães em parceria com a empresa Naturthoughts, teve este ano como novidade a certificação por parte da Associação Portuguesa de Trail Running (ATRP), passando o Ansiães Douro Trail a integrar a Taça de Portugal de Trail.
A edição 2018 desta prova desportiva registou um acréscimo muito significativo do número de participantes, tendo as inscrições duplicado face ao ano transacto.
O Ansiães Douro Trail compôs-se por três provas diferentes que satisfizeram uma variedade de atletas que se dirigiram até ao concelho de Carrazeda de Ansiães para participar no trail longo de 29 Km, no trail curto de 16 Km e na caminhada não competitiva, composta por 11 Km.
Os atletas participantes passaram no passado domingo por vários trilhos, tendo como ponto de partida e de chegada o Centro de Apoio Empresarial de Carrazeda de Ansiães (CAECA).
Os percursos das diferentes provas competitivas e não competitivas permitiram a quem nelas participou a fruição de extensos troços da paisagem duriense classificada como Património da Humanidade e também do emblemático Castelo de Ansiães, uma vila medieval classificada como Monumento Nacional e onde ainda permanecem estruturas de grande valor arquitectónico, como é o caso da igreja de São Salvador de Ansiães, considerada por muitos historiadores de arte como uma verdadeira jóia do românico português.
in:diariodetrasosmontes.com
Cerca de 250 participantes tiveram a oportunidade de aliar a vertente desportiva com a descoberta de um património e paisagens únicas, bem como conhecer o castelo de Ansiães e o Alto Douro Vinhateiro, classificado pela UNESCO como Património Mundial.
Este evento, que é organizado pelo Município de Carrazeda de Ansiães em parceria com a empresa Naturthoughts, teve este ano como novidade a certificação por parte da Associação Portuguesa de Trail Running (ATRP), passando o Ansiães Douro Trail a integrar a Taça de Portugal de Trail.
A edição 2018 desta prova desportiva registou um acréscimo muito significativo do número de participantes, tendo as inscrições duplicado face ao ano transacto.
O Ansiães Douro Trail compôs-se por três provas diferentes que satisfizeram uma variedade de atletas que se dirigiram até ao concelho de Carrazeda de Ansiães para participar no trail longo de 29 Km, no trail curto de 16 Km e na caminhada não competitiva, composta por 11 Km.
Os atletas participantes passaram no passado domingo por vários trilhos, tendo como ponto de partida e de chegada o Centro de Apoio Empresarial de Carrazeda de Ansiães (CAECA).
Os percursos das diferentes provas competitivas e não competitivas permitiram a quem nelas participou a fruição de extensos troços da paisagem duriense classificada como Património da Humanidade e também do emblemático Castelo de Ansiães, uma vila medieval classificada como Monumento Nacional e onde ainda permanecem estruturas de grande valor arquitectónico, como é o caso da igreja de São Salvador de Ansiães, considerada por muitos historiadores de arte como uma verdadeira jóia do românico português.
in:diariodetrasosmontes.com
INQUISIÇÃO – LUTAS POLÍTICAS – PUREZA DE SANGUE (4) - VILA FLOR: ÂNGELA LEMOS
Depois de ouvir muitas dezenas de testemunhas em Vila Flor, Torre de Moncorvo, Lisboa, Aveiro e Setúbal, os inquisidores não conseguiram saber se Ângela Lemos era cristã-velha inteira, como ela dizia ou se tinha alguma percentagem de sangue judeu, como afirmavam os denunciantes.
Foi presa em fevereiro de 1667, com base em uma dezena de denúncias feitas por cristãos-novos de Vila Flor dizendo que com ela tinham feito cerimónias ou declarações de judaísmo, 4 delas em sua própria casa, e uma no seu quintal. Outra testemunha contou mesmo, com todos os pormenores, a celebração de uma “missa judaica” presidida por um oficiante de T. Moncorvo, na qual participou Ângela de Lemos.
Seis anos depois, em março de 1673, foi solta como “levemente suspeita” e presumindo que ela foi vítima de uma “conjuração” urdida por Diogo Henriques Julião e outros cristãos-novos de Vila Flor, em vingança contra as famílias nobres e da governança da terra.
Sem dúvida que a sua prisão se inscreveu no domínio da luta política que, com mais ou menos intensidade, se desenrolou em Vila Flor, como, aliás, na generalidade das terras Transmontanas, mais ou menos em paralelo e como pretexto na questão religiosa.
Razões para os cristãos-novos se vingarem de Ângela é que não faltavam, derivadas da profissão e atividade do seu marido, Luís Cabral de Sousa – tabelião do público judicial e notas, conforme ela explicou aos inquisidores, em muitas audiências.
Na verdade, Luís Cabral(1) era um dos homens nobres de Vila Flor que a inquisição costumava encarregar para executar prisões, como foi o caso de Inês Álvares e Maria Lopes Vinagre, presas na grande leva de novembro de 1664 e que ele fez “com toda a satisfação, dando inteiro cumprimento ao que lhe mandavam”.
Sendo notário do público judicial, competia-lhe também assistir e “tomar nota” nos inventários dos bens sequestrados aos que iam presos, trabalho que ele fazia “com todo o zelo e cuidado da Fazenda Real”.
Parte dos bens sequestrados eram logo vendidos em hasta pública para se fazer dinheiro e pagar as despesas da prisão e condução dos prisioneiros para Coimbra. Obviamente que, algumas vezes, tais bens eram arrematados por umas “cascas de alhos” pelos nobres da terra, seus familiares ou apaniguados. A propósito, veja-se a seguinte declaração de Ângela perante os inquisidores:
— A viúva que ficou do Alferes de Vila Flor e suas filhas (…) todas são suas inimigas e de seu marido por lhe comprar alguns móveis ao tempo de suas prisões, e por o marido da ré ser o que as prendeu (…) e lhes comprar os seus móveis.
Para conduzir os presos a Coimbra, com seu “ fato, cama e cozinha” tomavam-se cavalgaduras, de forma algo suspeita, dependendo dos “humores” do responsável pela prisão ou condução, nisso havendo pessoas que teriam queixas contra o marido de Ângela de Lemos.
A este respeito temos uma história incrível, com o cristão-novo João Lopes a tentar “entalar” Luís Cabral, na sua qualidade de “homem da inquisição”. Com efeito, dirigiu-se a ele dizendo que desejava ir a Coimbra apresentar-se na inquisição. Para isso, necessitava de transporte que não tinha, e pedia a ele, Luís Cabral, que lhe emprestasse um macho… Obviamente que este não lhe emprestou o macho, mas nem por isso João Lopes deixou de ir a Coimbra e… Ironia: este João Lopes foi a Coimbra dizer que Luís Cabral e Ângela Lemos, em sua própria casa, se declararam judeus, com ele e com sua prima Inês Álvares Vinagre!(2)
João Lopes, Inês Vinagre, Isabel Coutinho, Constança Rodrigues seriam alguns dos que foram apresentar-se em Coimbra, pagos por Diogo Henriques Julião e por ele instruídos para denunciarem como judeus os nobres que “se mostravam solícitos em dar ajuda e favor nas prisões dele confitente e das pessoas de Vila Flor que foram presas”.
Esta foi a defesa apresentada por Ângela Lemos (e outros nobres acusados falsamente). Vejamos um pouco das suas próprias palavras:
— A ré foi culpada por conjuração que contra ela e outras pessoas ordenou Diogo Henriques e outros seus parentes e apaniguados de Vila Flor, dando meio tostão por dia aos que vieram testemunhar (…) e João Carvalho, de Vila Flor dizem também ser da conjuração e é inimigo do marido dela ré e a razão da inimizade foi por que, tendo tomado ambos os foros do senhorio de Vila Flor, depois disso, ao fazer as contas, tiveram grandes dúvidas e diferenças, de que ficaram inimigos e por tais conhecidos.
Na verdade, este João Carvalho,(3) foi um dos 30 e tantos cristãos-novos presos em Novembro de 1664 pela inquisição em Vila Flor e, em Coimbra, perante os inquisidores confessaria o seguinte:
— Haverá 3 meses e meio, na cadeia de Torre de Moncorvo, se achou com Pedro da Costa, procurador de causas em Vila Flor e com António Álvares, natural de Chacim e morador em Vila Flor, mercador, e com um filho natural do mesmo, chamado Francisco Álvares, solteiro, também mercador, e com Gonçalo Lopes Vinagre, sapateiro, e com os sobreditos Diogo Mendes Papoina e com um sobrinho deste chamado Gaspar Mendes, moradores em Vila Flor; e disse Pedro da Costa que agora que vinham presos para esta inquisição era tempo de se vingarem de alguns escudeiros de Vila Flor, que tinham parte de cristãos-novos (…) E ele confitente e outros da sua companhia disseram que não denunciavam. E Pedro da Costa tornou a dizer que se ele tivera 3 ou 4 homens do seu humor, haviam de fazer nesta matéria de denunciar nesta inquisição contra os ditos cordeiros mestiços de Vila Flor uma coisa que fosse soada.(4)
Era o levantar do véu sobre a “conjuração” dos “falsários” de Vila Flor. Mais explícitas foram as confissões de Genebra Alvim, cunhada de Diogo Henriques Julião e de Branca Rodrigues, sobrinha do mesmo, que confessaram ter jurado falso contra Ângela e contra as outras pessoas da nobreza de Vila Flor, em plano arquitetado com outros e para se vingarem deles.
Outra prova da “conjuração” e da “falsidade” das denúncias dos que se foram apresentar em Coimbra, foi reconhecida pelos inquisidores quando chegou a notícia de “terem fugido para Castela logo que chegaram a Vila Flor, idos desta cidade onde se vieram apresentar”. Obviamente que tinham medo de ser presos por “falsários”, crime bem mais grave.
Quanto a Ângela Lemos, regressaria a Vila Flor, bem mais velha e alquebrada, possivelmente mais compreensiva com as mulheres cristãs-novas e sem vontade de repetir os insultos de outrora chamando-lhe “judias, perras, putas, cadelas”.
Resta falar desta mulher que nasceu em Lisboa, cerca de 1633. O seu pai, Manuel Borges de Lemos, natural de Torre de Moncorvo, encontrava-se ali ao serviço da casa dos Senhores de Sampaio.(5) A mãe, Juliana Pereira, natural de Setúbal, viera para Lisboa, ao serviço da senhora condessa de Vila Franca. A propósito do casamento de Manuel e Juliana, a patriarca da família Lemos, vª, natural de Santarém, moradora em Lisboa, em casa de seu filho Rafael de Lemos, advogado da Casa da Suplicação, familiar do santo ofício “que sentiu o casamento de Manuel Borges, por lhe dizerem que casava pobre, em tanto que ela o remediou com algumas coisas”.
Andava Ângela pelos 8 ou 9 anos quando os pais a trouxeram para Torre de Moncorvo e a casa de morada era no castelo, pois que o seu pai foi empossado pelo Senhor de Sampaio, como seu representante, no cargo de alcaide.
O casamento de Ângela Lemos com o tabelião de Vila Flor Luís Cabral de Sousa, ter-se-á realizado ao início da década de 1640, no castelo de Moncorvo, certamente com a presença dos senhores condes de Sampaio.
Com o casamento, Ângela abandonou a morada do castelo de Moncorvo mudando-se para Vila Flor, para o paço dos senhores de Sampaio. Era também um ambiente fidalgo, espécie de “Corte na Aldeia”. Sim, que o Paço era frequentado pela família dos Senhores, pelo ouvidor, o capelão, o notário, o procurador, o alcaide… Até o espaço urbano da vila ganhou designação específica e esta é uma nota bem interessante para o estudo do desenvolvimento urbano da vila. A propósito, veja-se o testemunho de Maria Lopes Ramalha:
— Disse que conhece muito bem Ângela Lemos, haverá 16 anos, por serem vizinhas e morarem no Terreiro do Paço do senhor desta vila adentro.
Notas:
1 - inq. Coimbra, pº 5956, de Ângela Lemos.
2 - Inq. Coimbra, pº 2880, de João Lopes; pº 10441, de Inês Álvares.
3 - João Carvalho pertencia a uma família de cristãos-novos do Felgar e Mogadouro que fugiram para Madrid e ali se tornaram grandes mercadores. João teve menos sucesso que os irmãos pois faleceu nos cárceres da inquisição. Inq. Coimbra, pº 8994.
4 - Pº 5956.
5 - De acordo com o testemunho de Paulo Couraça Teixeira, homem nobre de Torre de Moncorvo, Manuel Borges de Lemos entrou ao serviço dos senhores de Vila Flor em 1631. Este Manuel Borges de Lemos era filho de António Borges de Castro, escrivão do público judicial de Torre de Moncorvo e sua mulher Ângela Lemos, natural de Aveiro, moradora em Lisboa, também na casa dos Senhores de Vila Flor, que os seus pais serviam.
António Júlio Andrade / Maria Fernanda Guimarães
in:jornalnordeste.com
Foi presa em fevereiro de 1667, com base em uma dezena de denúncias feitas por cristãos-novos de Vila Flor dizendo que com ela tinham feito cerimónias ou declarações de judaísmo, 4 delas em sua própria casa, e uma no seu quintal. Outra testemunha contou mesmo, com todos os pormenores, a celebração de uma “missa judaica” presidida por um oficiante de T. Moncorvo, na qual participou Ângela de Lemos.
Seis anos depois, em março de 1673, foi solta como “levemente suspeita” e presumindo que ela foi vítima de uma “conjuração” urdida por Diogo Henriques Julião e outros cristãos-novos de Vila Flor, em vingança contra as famílias nobres e da governança da terra.
Sem dúvida que a sua prisão se inscreveu no domínio da luta política que, com mais ou menos intensidade, se desenrolou em Vila Flor, como, aliás, na generalidade das terras Transmontanas, mais ou menos em paralelo e como pretexto na questão religiosa.
Razões para os cristãos-novos se vingarem de Ângela é que não faltavam, derivadas da profissão e atividade do seu marido, Luís Cabral de Sousa – tabelião do público judicial e notas, conforme ela explicou aos inquisidores, em muitas audiências.
Na verdade, Luís Cabral(1) era um dos homens nobres de Vila Flor que a inquisição costumava encarregar para executar prisões, como foi o caso de Inês Álvares e Maria Lopes Vinagre, presas na grande leva de novembro de 1664 e que ele fez “com toda a satisfação, dando inteiro cumprimento ao que lhe mandavam”.
Sendo notário do público judicial, competia-lhe também assistir e “tomar nota” nos inventários dos bens sequestrados aos que iam presos, trabalho que ele fazia “com todo o zelo e cuidado da Fazenda Real”.
Parte dos bens sequestrados eram logo vendidos em hasta pública para se fazer dinheiro e pagar as despesas da prisão e condução dos prisioneiros para Coimbra. Obviamente que, algumas vezes, tais bens eram arrematados por umas “cascas de alhos” pelos nobres da terra, seus familiares ou apaniguados. A propósito, veja-se a seguinte declaração de Ângela perante os inquisidores:
— A viúva que ficou do Alferes de Vila Flor e suas filhas (…) todas são suas inimigas e de seu marido por lhe comprar alguns móveis ao tempo de suas prisões, e por o marido da ré ser o que as prendeu (…) e lhes comprar os seus móveis.
Para conduzir os presos a Coimbra, com seu “ fato, cama e cozinha” tomavam-se cavalgaduras, de forma algo suspeita, dependendo dos “humores” do responsável pela prisão ou condução, nisso havendo pessoas que teriam queixas contra o marido de Ângela de Lemos.
A este respeito temos uma história incrível, com o cristão-novo João Lopes a tentar “entalar” Luís Cabral, na sua qualidade de “homem da inquisição”. Com efeito, dirigiu-se a ele dizendo que desejava ir a Coimbra apresentar-se na inquisição. Para isso, necessitava de transporte que não tinha, e pedia a ele, Luís Cabral, que lhe emprestasse um macho… Obviamente que este não lhe emprestou o macho, mas nem por isso João Lopes deixou de ir a Coimbra e… Ironia: este João Lopes foi a Coimbra dizer que Luís Cabral e Ângela Lemos, em sua própria casa, se declararam judeus, com ele e com sua prima Inês Álvares Vinagre!(2)
João Lopes, Inês Vinagre, Isabel Coutinho, Constança Rodrigues seriam alguns dos que foram apresentar-se em Coimbra, pagos por Diogo Henriques Julião e por ele instruídos para denunciarem como judeus os nobres que “se mostravam solícitos em dar ajuda e favor nas prisões dele confitente e das pessoas de Vila Flor que foram presas”.
Esta foi a defesa apresentada por Ângela Lemos (e outros nobres acusados falsamente). Vejamos um pouco das suas próprias palavras:
— A ré foi culpada por conjuração que contra ela e outras pessoas ordenou Diogo Henriques e outros seus parentes e apaniguados de Vila Flor, dando meio tostão por dia aos que vieram testemunhar (…) e João Carvalho, de Vila Flor dizem também ser da conjuração e é inimigo do marido dela ré e a razão da inimizade foi por que, tendo tomado ambos os foros do senhorio de Vila Flor, depois disso, ao fazer as contas, tiveram grandes dúvidas e diferenças, de que ficaram inimigos e por tais conhecidos.
Na verdade, este João Carvalho,(3) foi um dos 30 e tantos cristãos-novos presos em Novembro de 1664 pela inquisição em Vila Flor e, em Coimbra, perante os inquisidores confessaria o seguinte:
— Haverá 3 meses e meio, na cadeia de Torre de Moncorvo, se achou com Pedro da Costa, procurador de causas em Vila Flor e com António Álvares, natural de Chacim e morador em Vila Flor, mercador, e com um filho natural do mesmo, chamado Francisco Álvares, solteiro, também mercador, e com Gonçalo Lopes Vinagre, sapateiro, e com os sobreditos Diogo Mendes Papoina e com um sobrinho deste chamado Gaspar Mendes, moradores em Vila Flor; e disse Pedro da Costa que agora que vinham presos para esta inquisição era tempo de se vingarem de alguns escudeiros de Vila Flor, que tinham parte de cristãos-novos (…) E ele confitente e outros da sua companhia disseram que não denunciavam. E Pedro da Costa tornou a dizer que se ele tivera 3 ou 4 homens do seu humor, haviam de fazer nesta matéria de denunciar nesta inquisição contra os ditos cordeiros mestiços de Vila Flor uma coisa que fosse soada.(4)
Era o levantar do véu sobre a “conjuração” dos “falsários” de Vila Flor. Mais explícitas foram as confissões de Genebra Alvim, cunhada de Diogo Henriques Julião e de Branca Rodrigues, sobrinha do mesmo, que confessaram ter jurado falso contra Ângela e contra as outras pessoas da nobreza de Vila Flor, em plano arquitetado com outros e para se vingarem deles.
Outra prova da “conjuração” e da “falsidade” das denúncias dos que se foram apresentar em Coimbra, foi reconhecida pelos inquisidores quando chegou a notícia de “terem fugido para Castela logo que chegaram a Vila Flor, idos desta cidade onde se vieram apresentar”. Obviamente que tinham medo de ser presos por “falsários”, crime bem mais grave.
Quanto a Ângela Lemos, regressaria a Vila Flor, bem mais velha e alquebrada, possivelmente mais compreensiva com as mulheres cristãs-novas e sem vontade de repetir os insultos de outrora chamando-lhe “judias, perras, putas, cadelas”.
Resta falar desta mulher que nasceu em Lisboa, cerca de 1633. O seu pai, Manuel Borges de Lemos, natural de Torre de Moncorvo, encontrava-se ali ao serviço da casa dos Senhores de Sampaio.(5) A mãe, Juliana Pereira, natural de Setúbal, viera para Lisboa, ao serviço da senhora condessa de Vila Franca. A propósito do casamento de Manuel e Juliana, a patriarca da família Lemos, vª, natural de Santarém, moradora em Lisboa, em casa de seu filho Rafael de Lemos, advogado da Casa da Suplicação, familiar do santo ofício “que sentiu o casamento de Manuel Borges, por lhe dizerem que casava pobre, em tanto que ela o remediou com algumas coisas”.
Andava Ângela pelos 8 ou 9 anos quando os pais a trouxeram para Torre de Moncorvo e a casa de morada era no castelo, pois que o seu pai foi empossado pelo Senhor de Sampaio, como seu representante, no cargo de alcaide.
O casamento de Ângela Lemos com o tabelião de Vila Flor Luís Cabral de Sousa, ter-se-á realizado ao início da década de 1640, no castelo de Moncorvo, certamente com a presença dos senhores condes de Sampaio.
Com o casamento, Ângela abandonou a morada do castelo de Moncorvo mudando-se para Vila Flor, para o paço dos senhores de Sampaio. Era também um ambiente fidalgo, espécie de “Corte na Aldeia”. Sim, que o Paço era frequentado pela família dos Senhores, pelo ouvidor, o capelão, o notário, o procurador, o alcaide… Até o espaço urbano da vila ganhou designação específica e esta é uma nota bem interessante para o estudo do desenvolvimento urbano da vila. A propósito, veja-se o testemunho de Maria Lopes Ramalha:
— Disse que conhece muito bem Ângela Lemos, haverá 16 anos, por serem vizinhas e morarem no Terreiro do Paço do senhor desta vila adentro.
Notas:
1 - inq. Coimbra, pº 5956, de Ângela Lemos.
2 - Inq. Coimbra, pº 2880, de João Lopes; pº 10441, de Inês Álvares.
3 - João Carvalho pertencia a uma família de cristãos-novos do Felgar e Mogadouro que fugiram para Madrid e ali se tornaram grandes mercadores. João teve menos sucesso que os irmãos pois faleceu nos cárceres da inquisição. Inq. Coimbra, pº 8994.
4 - Pº 5956.
5 - De acordo com o testemunho de Paulo Couraça Teixeira, homem nobre de Torre de Moncorvo, Manuel Borges de Lemos entrou ao serviço dos senhores de Vila Flor em 1631. Este Manuel Borges de Lemos era filho de António Borges de Castro, escrivão do público judicial de Torre de Moncorvo e sua mulher Ângela Lemos, natural de Aveiro, moradora em Lisboa, também na casa dos Senhores de Vila Flor, que os seus pais serviam.
António Júlio Andrade / Maria Fernanda Guimarães
in:jornalnordeste.com
O TIO ALCINO DANÇARINO
Olá familiazinha, vamos de novo falar para o nosso povo. Cada vez que me lembro que já são 29 anos de Família do Tio João, casados no passado dia 29 de Outubro, segunda-feira, e que começámos numa simples brincadeira, sem sequer imaginarmos no que iria dar e agora é uma coisa muito séria. Se quando começámos era uma incógnita, passados 29 anos é uma grande certeza, porque fazemos parte da vida de muita gente que não tem consigo a família. Todos os dias, tenho cada vez mais vontade que sejam as 6:00 horas da manhã para estar ao serviço do povo. Uma palavra de agradecimento a todos aqueles que há já 29 anos têm a pachorra de me terem em suas casas. No passado fim-de-semana, desde sexta a Domingo, tivemos mais uma peregrinação ao santuário de Nossa Senhora de Lurdes, em França. Recordo que este foi exactamente o destino da primeira das 273 viagens que já fizemos ao longo destes anos. Ao todo, já levámos mais de 1500 pessoas a Lurdes, uma vez com seis autocarros, várias vezes com dois e três e desta vez com um. Este ano tivemos a sorte de ter calhado no mesmo dia da peregrinação do exército francês a Lurdes e de termos visitado Cauterets e o alto dos Pirinéus. O nosso jornal está a comemorar as Bodas de Prata da sua existência. A página do Tio João começou há cerca de 20 anos e foi editada durante um ano e meio, tendo tido um interregno de 15 anos, retomando a publicação contínua há cerca de 3 anos a esta parte. Desejamos que a nossa página continue a fazer parte deste jornal nos próximos 25 anos. A última semana foi uma daquelas em que o nosso “ministro dos parabéns” menos cantou, porque houve pouca gente a fazer anos. Mesmo assim estiveram de parabéns a Patrícia Mendes (29), de Lagoas (Valpaços), que nasceu no mesmo dia do programa; os filhos da tia Denérida, de S. Julião (Bragança), a Maria Luísa (43) e o João Luís (41), que fazem anos no mesmo dia; a tia Donzília, de Casas da Estrada (Alijó) e a Eugénia Moreira (50), de Oleirinhos (Bragança). A todos desejo saúde e paz, que o resto a gente faz. Deixo-vos com o tio Alcino Dançarino, que tão solicitado é nas nossas festas para dançar, coisa a que ele nunca se nega, não parando do princípio ao fim. Vamos então conhecer melhor o nosso tio dançarino.
Em que ano é que nasceu? Em 1931.
Como é que foi a sua infância. O que é que recorda mais?
Recordo-me da muita fome que agarrei… Uma sardinha para três. Ia à Torre de Dona Chama, com vinte bois e um bolso cheio de castanhas assadas. Calçado com uns socos e sem meias. Também ia a Macedo de Cavaleiros três vezes por mês, a conduzir vinte bois e vacas em troca de 100 escudos, mas andava dois dias. Ia para lá com os animais e depois vinha para cá a pé.
Como foi depois a sua vida?
Depois casei, deixei a mulher grávida e dois filhos e fui para França em 1964.
Diga-me lá porque é que é conhecido como Alcino Dançarino? Onde é que arranja tanta energia para quando vai às festas do Tio João estar a dançar do princípio ao fim?
Tenho muitos conhecimentos, Tio João e como eu sou educado, tenho muitas pessoas amigas e elas próprias me chamam para dançar.
Mas o gosto pela dança já é desde garoto, ou só de agora?
Onde se descobriu que eu era artista para a dança foi no “Bolero”, em França, com a Linda de Suza, onde ganhei um prémio.
Como é que com 87 anos consegue ainda dançar tanto sem se cansar? Eu sei que há muitas mulheres que gostam de dançar consigo, porque você sabe realmente dançar…
É porque eu lhes dou muito carinho e dobro-as… Depois ao irem já a quatro centímetros do chão do baile, falo-lhes com amor e este amor prende-as e levantam-se logo, porque dizem que nunca viram dar assim carinho…
Nesta nossa última festa do Piquenicão em Vinhais, com quantas mulheres dançou?
Eu sei lá! Mais de vinte ou trinta. Elas é que me chamam porque eu sou educado…
E agora com esta idade o que espera da vida?
Já falei com o S. Pedro e disse-lhe que quero chegar aí aos 98, porque o meu pai faleceu com 94… Não sei se seria a sonhar ou pessoalmente. Ele disse-me que a porta se abria para mim mas levando-lhe uma para ele e outra para mim, ao que eu lhe perguntei se a queria gorda ou magra. O S. Pedro respondeu-me que gosta mais da carne e eu disse-lhe que gostava mais dos ossos, porque não tenho tanto trabalho nem tanto peso. Portanto ele fica com a gorda e eu fico com a magra…
Tio João
in:jornalnordeste.com
Em que ano é que nasceu? Em 1931.
Como é que foi a sua infância. O que é que recorda mais?
Recordo-me da muita fome que agarrei… Uma sardinha para três. Ia à Torre de Dona Chama, com vinte bois e um bolso cheio de castanhas assadas. Calçado com uns socos e sem meias. Também ia a Macedo de Cavaleiros três vezes por mês, a conduzir vinte bois e vacas em troca de 100 escudos, mas andava dois dias. Ia para lá com os animais e depois vinha para cá a pé.
Como foi depois a sua vida?
Depois casei, deixei a mulher grávida e dois filhos e fui para França em 1964.
Diga-me lá porque é que é conhecido como Alcino Dançarino? Onde é que arranja tanta energia para quando vai às festas do Tio João estar a dançar do princípio ao fim?
Tenho muitos conhecimentos, Tio João e como eu sou educado, tenho muitas pessoas amigas e elas próprias me chamam para dançar.
Mas o gosto pela dança já é desde garoto, ou só de agora?
Onde se descobriu que eu era artista para a dança foi no “Bolero”, em França, com a Linda de Suza, onde ganhei um prémio.
Como é que com 87 anos consegue ainda dançar tanto sem se cansar? Eu sei que há muitas mulheres que gostam de dançar consigo, porque você sabe realmente dançar…
É porque eu lhes dou muito carinho e dobro-as… Depois ao irem já a quatro centímetros do chão do baile, falo-lhes com amor e este amor prende-as e levantam-se logo, porque dizem que nunca viram dar assim carinho…
Nesta nossa última festa do Piquenicão em Vinhais, com quantas mulheres dançou?
Eu sei lá! Mais de vinte ou trinta. Elas é que me chamam porque eu sou educado…
E agora com esta idade o que espera da vida?
Já falei com o S. Pedro e disse-lhe que quero chegar aí aos 98, porque o meu pai faleceu com 94… Não sei se seria a sonhar ou pessoalmente. Ele disse-me que a porta se abria para mim mas levando-lhe uma para ele e outra para mim, ao que eu lhe perguntei se a queria gorda ou magra. O S. Pedro respondeu-me que gosta mais da carne e eu disse-lhe que gostava mais dos ossos, porque não tenho tanto trabalho nem tanto peso. Portanto ele fica com a gorda e eu fico com a magra…
Tio João
in:jornalnordeste.com
As boas refeições
A mulher disse logo que sim. Cortou fatias de queijo e presunto. Apresentou-nos pão bem recheado, escolhemos fruta e pedimos uma garrafa de água. Comemos ali mesmo, antes de seguir viagem. No final, a dona da mercearia não queria aceitar o dinheiro.
O céu estava azul como num dia de Verão, mas a temperatura matinal já era de Outono. A estrada estreita e quase deserta serpenteava entre uma paisagem a querer tingir-se, ainda timidamente, dos vermelhos e amarelos da época, e os castanheiros acompanharam grande parte do caminho assim que deixamos a auto-estrada, carregados de ouriços verdes, que o fruto, este ano, está atrasado, dizem-nos. O meu colega disse algo como “o nosso trabalho até nem é mau” ou “a nossa vida até não é má”, o que, em tantas ocasiões e horas e dias vai, de resto, dar ao mesmo.
É verdade. Por cada 20 dias que passamos presos na redacção, agarrados ao telefone ou a aturar serviços chatos, temos um dia assim, para fazer esquecer os outros. Um dia em que andamos na rua, vamos a uma aldeia, temos castanheiros por companhia e boas refeições. Não luxuosas ou cheias da sofisticação de um qualquer chef (que também as há, às vezes), mas daquelas que são oferecidas com tanta sinceridade e simpatia que não podiam saber melhor.
Neste dia de céu azul, em que o trabalho nos levou a uma aldeia de Vinhais, acabamos a comer em casa de uma das entrevistadas — nós e outra das pessoas com quem íamos falar, e que foi intimada a sentar-se também à mesa. No fogão, uma panela grande recebia, desde o final da manhã, marmelos uns a seguir aos outros, que eram cozidos com casca, para serem transformados, mais tarde, em marmelada. À mesa, havia um pão grande, daqueles a que se arrancam fatias saborosas, segurando a faca bem afiada com uma mão. Num prato, pequenas rodelas de chouriço e pedacinhos de presunto pediam para ser pousados no pão. Uma caneca de vidro estava cheia de vinho tinto, feito a partir das uvas da dona da casa, de 84 anos. A sopa de cuscos abriu-nos o apetite e os milhos que se seguiram, acompanhados de uma omeleta de cogumelos, eram verdadeiramente deliciosos. O tacho grande, pousado no centro da mesa, foi-se esvaziando à medida que os pratos se enchiam de novo. Para quem ainda tinha estômago (e já ninguém tinha), havia queijo com marmelada caseira, ainda do ano passado, mas tão saborosa como se tivesse acabado de sair do tacho (já a provara de manhã, quando uma mais do que generosa fatia aterrou num pedaço de pão e me foi passada para as mãos, sem direito a reclamar que aquilo era demasiado), castanhas pequeninas, as primeiras do ano, peras e maçãs dos campos da dona da casa.
Dessem-me a escolher e, naquele dia, não quereria qualquer outro almoço. O nosso trabalho até não é mau, de facto. Sobretudo em dias assim, em que além da formalidade de uma entrevista ou uma conversa para um serviço, podemos esticar o convívio um pouco mais com alguém que, há poucas horas, nunca tínhamos visto. Sorrir perante a fotografia dos bisnetos que nos mostra ou deixar-nos levar pela mão que, sem o esperarmos, se agarra à nossa, para nos mostrar o terreno que lhe pertence. Ou as hortaliças a crescer, o diospireiro carregado de frutos ainda verdes ou as pêras que, sem ninguém que as consiga comer todas, vão caindo ao chão, morrendo por ali.
São momentos raros e preciosos, que, por isso mesmo, se tornam inesquecíveis. Este aconteceu agora, mas não é único. No ano passado, perto da aldeia de Regoufe, em Arouca, também não nos deixaram partir sem almoçar na casa do homem que, pouco antes, nos mostrara o pinhal que perdera para o incêndio que ali passara em 2016. A hora do almoço já se extinguira há muito, quando, também aqui, o pão farto, um salpicão e vinho nos saciaram a fome, permitindo prolongar a conversa um pouco mais.
Mas, talvez, a mais comovente destas refeições tenha acontecido no Caramulo, no dia em que um dos incêndios que ali deflagraram matou uma bombeira, em 2013. Andávamos desde manhã a percorrer aldeias, a atravessar estradas ainda ladeadas por chamas, quando recebemos a informação de que haveria uma vítima mortal em Muna. Fomos para lá, recolhemos a informação. A tarde já ia a meio, ainda não tínhamos comido e parámos junto a uma mercearia à face da estrada. Perguntámos se se arranjava uma sandes, qualquer coisa para comer. A mulher disse logo que sim. Cortou fatias de queijo e presunto. Apresentou-nos pão bem recheado, escolhemos fruta e pedimos uma garrafa de água. Comemos ali mesmo, antes de seguir viagem.
No final, a dona da mercearia não queria aceitar o dinheiro. Insistimos, mas ela dizia que não. Não dissemos quem éramos nem o que andávamos a fazer, mas ela ouvira-nos certamente conversar enquanto comíamos, e percebera. Quis, assim, contribuir com alguma solidariedade para quem andava a trabalhar e a contar a desgraça que lhe caíra à porta e à dos vizinhos. No final, depois de muito insistirmos, aceitou que lhe pagássemos apenas a garrafa de água. Não há mesa farta que substitua isto.
Patrícia Carvalho (Jornalista)
Nasci no Porto, fiz a licenciatura em Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa, entre 1993 e 1997, e estagiei no Jornal do Letras. Apesar da insistência de chefes e colegas para ficar pela capital, preferi voltar a casa e estive com a equipa que abriu o 24horas no Porto. Saí ao fim de um ano, para O Comércio do Porto, onde fiquei até ao seu encerramento, em 2005. Antes de ingressar no PÚBLICO, em 2008, colaborei com várias publicações, incluindo a Grande Reportagem, Visão, Notícias de Sábado e Sábado. No PÚBLICO, integro, desde a minha chegada, a equipa do Local Porto, mas fui sempre participando em outras áreas do jornal, com trabalhos para o P2 ou a Pública (que, entretanto, terminaram), a Fugas ou, mais recentemente, a revista 2.
CRÓNICA
Jornal Público
DR |
O céu estava azul como num dia de Verão, mas a temperatura matinal já era de Outono. A estrada estreita e quase deserta serpenteava entre uma paisagem a querer tingir-se, ainda timidamente, dos vermelhos e amarelos da época, e os castanheiros acompanharam grande parte do caminho assim que deixamos a auto-estrada, carregados de ouriços verdes, que o fruto, este ano, está atrasado, dizem-nos. O meu colega disse algo como “o nosso trabalho até nem é mau” ou “a nossa vida até não é má”, o que, em tantas ocasiões e horas e dias vai, de resto, dar ao mesmo.
É verdade. Por cada 20 dias que passamos presos na redacção, agarrados ao telefone ou a aturar serviços chatos, temos um dia assim, para fazer esquecer os outros. Um dia em que andamos na rua, vamos a uma aldeia, temos castanheiros por companhia e boas refeições. Não luxuosas ou cheias da sofisticação de um qualquer chef (que também as há, às vezes), mas daquelas que são oferecidas com tanta sinceridade e simpatia que não podiam saber melhor.
Neste dia de céu azul, em que o trabalho nos levou a uma aldeia de Vinhais, acabamos a comer em casa de uma das entrevistadas — nós e outra das pessoas com quem íamos falar, e que foi intimada a sentar-se também à mesa. No fogão, uma panela grande recebia, desde o final da manhã, marmelos uns a seguir aos outros, que eram cozidos com casca, para serem transformados, mais tarde, em marmelada. À mesa, havia um pão grande, daqueles a que se arrancam fatias saborosas, segurando a faca bem afiada com uma mão. Num prato, pequenas rodelas de chouriço e pedacinhos de presunto pediam para ser pousados no pão. Uma caneca de vidro estava cheia de vinho tinto, feito a partir das uvas da dona da casa, de 84 anos. A sopa de cuscos abriu-nos o apetite e os milhos que se seguiram, acompanhados de uma omeleta de cogumelos, eram verdadeiramente deliciosos. O tacho grande, pousado no centro da mesa, foi-se esvaziando à medida que os pratos se enchiam de novo. Para quem ainda tinha estômago (e já ninguém tinha), havia queijo com marmelada caseira, ainda do ano passado, mas tão saborosa como se tivesse acabado de sair do tacho (já a provara de manhã, quando uma mais do que generosa fatia aterrou num pedaço de pão e me foi passada para as mãos, sem direito a reclamar que aquilo era demasiado), castanhas pequeninas, as primeiras do ano, peras e maçãs dos campos da dona da casa.
Dessem-me a escolher e, naquele dia, não quereria qualquer outro almoço. O nosso trabalho até não é mau, de facto. Sobretudo em dias assim, em que além da formalidade de uma entrevista ou uma conversa para um serviço, podemos esticar o convívio um pouco mais com alguém que, há poucas horas, nunca tínhamos visto. Sorrir perante a fotografia dos bisnetos que nos mostra ou deixar-nos levar pela mão que, sem o esperarmos, se agarra à nossa, para nos mostrar o terreno que lhe pertence. Ou as hortaliças a crescer, o diospireiro carregado de frutos ainda verdes ou as pêras que, sem ninguém que as consiga comer todas, vão caindo ao chão, morrendo por ali.
São momentos raros e preciosos, que, por isso mesmo, se tornam inesquecíveis. Este aconteceu agora, mas não é único. No ano passado, perto da aldeia de Regoufe, em Arouca, também não nos deixaram partir sem almoçar na casa do homem que, pouco antes, nos mostrara o pinhal que perdera para o incêndio que ali passara em 2016. A hora do almoço já se extinguira há muito, quando, também aqui, o pão farto, um salpicão e vinho nos saciaram a fome, permitindo prolongar a conversa um pouco mais.
Mas, talvez, a mais comovente destas refeições tenha acontecido no Caramulo, no dia em que um dos incêndios que ali deflagraram matou uma bombeira, em 2013. Andávamos desde manhã a percorrer aldeias, a atravessar estradas ainda ladeadas por chamas, quando recebemos a informação de que haveria uma vítima mortal em Muna. Fomos para lá, recolhemos a informação. A tarde já ia a meio, ainda não tínhamos comido e parámos junto a uma mercearia à face da estrada. Perguntámos se se arranjava uma sandes, qualquer coisa para comer. A mulher disse logo que sim. Cortou fatias de queijo e presunto. Apresentou-nos pão bem recheado, escolhemos fruta e pedimos uma garrafa de água. Comemos ali mesmo, antes de seguir viagem.
No final, a dona da mercearia não queria aceitar o dinheiro. Insistimos, mas ela dizia que não. Não dissemos quem éramos nem o que andávamos a fazer, mas ela ouvira-nos certamente conversar enquanto comíamos, e percebera. Quis, assim, contribuir com alguma solidariedade para quem andava a trabalhar e a contar a desgraça que lhe caíra à porta e à dos vizinhos. No final, depois de muito insistirmos, aceitou que lhe pagássemos apenas a garrafa de água. Não há mesa farta que substitua isto.
Patrícia Carvalho (Jornalista)
Nasci no Porto, fiz a licenciatura em Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa, entre 1993 e 1997, e estagiei no Jornal do Letras. Apesar da insistência de chefes e colegas para ficar pela capital, preferi voltar a casa e estive com a equipa que abriu o 24horas no Porto. Saí ao fim de um ano, para O Comércio do Porto, onde fiquei até ao seu encerramento, em 2005. Antes de ingressar no PÚBLICO, em 2008, colaborei com várias publicações, incluindo a Grande Reportagem, Visão, Notícias de Sábado e Sábado. No PÚBLICO, integro, desde a minha chegada, a equipa do Local Porto, mas fui sempre participando em outras áreas do jornal, com trabalhos para o P2 ou a Pública (que, entretanto, terminaram), a Fugas ou, mais recentemente, a revista 2.
CRÓNICA
Jornal Público
CIDADÃOS QUE NOS HONRAM
A publicação é, principalmente, uma forma de participação cívica, um espaço de reflexão partilhada, uma forma de fornecer informação útil e necessária sobre decisões e projectos para concitar solidariedades e dedicação às causas de todos e de cada um.
Entendeu-se que a celebração do aniversário do jornal poderia servir para propor ao público a consideração do mérito de personalidades e entidades que, enraizadas nesta terra, têm contribuído para o desenvolvimento regional nas suas actividades políticas e profissionais, mas também prestigiam a região no país e no mundo.
Naturalmente é o momento para homenagear o fundador, jornalista de muitas lutas pela dignidade do Nordeste Transmontano, pensador profícuo da condição humana e notável criador de textos que são exemplo do convívio sem preconceitos entre o jornalismo e a literatura.
Outra distinção especialmente gratificante é a atribuída à figura notável do transmontano, político e cientista que é Adriano Moreira, referência de verticalidade, coragem e cidadania para os transmontanos, os portugueses e para todas as pessoas de bem deste nosso mundo.
Doze foram as outras personalidades eleitas: Jorge Nunes, pelo seu percurso de cidadão dedicado à causa pública e ao trabalho em prol do desenvolvimento do distrito; Sobrinho Teixeira, que conduziu os destinos do IPB de forma notável, consolidando o prestígio internacional da instituição e o reconhecimento do seu papel na investigação científica; a pintora Graça Morais, original criadora, que manteve ligação sólida com as origens, sempre presentes numa pintura que continua a surpreender; Costa Andrade, presidente do Tribunal Constitucional, prestigiado professor de Direito, exemplo vivo do que se pode esperar dos bragançanos, apesar do isolamento e do abandono secular; José Rentes de Carvalho, escritor que tem semeado por cá, pela Europa e pelo mundo, o génio literário; o grupo Galandum Galundaina, que tem levado a música da região a todos os continentes; Eurico Carrapatoso, compositor erudito; Celmira Macedo, empreendedora social, expressão da solidariedade para um mundo mais igualitário; Marco Ferreira, que atingiu patamares inéditos no futebol de alto nível; os vinhos “Valle Pradinhos” que têm contribuído para o reconhecimento das potencialidades da região; o restaurante “Solar Bragançano”, referência nacional e mundial da gastronomia regional e a tanoaria “J. M. Gonçalves”, exemplo de coragem, mas principalmente da qualidade que é possível atingir num território que sofre os efeitos da omissão dos poderes distraídos.
Esperemos que as distinções sejam entendidas como estímulos para que outros acreditem que o futuro da nossa terra continua a ser possível.
Teófilo Vaz
in:jornalnordeste.com
Ranking de Transparência Municipal suspenso até Outubro do próximo ano
Depois de cinco anos consecutivos de divulgação do ranking da transparência municipal, este ano não haverá lugar à habitual avaliação dos websites dos municípios portugueses, que nos últimos quatro anos teve o Município de Alfândega da Fé, na liderança.
A Transparência e Integridade, organização não governamental (ONG), responsável por este índice de Transparência Municipal vai fazer um interregno para realizar uma consulta pública alargada para a introdução de novos indicadores, sugestão de alterações nos indicadores existentes e melhorias na metodologia.
Cumpridos cinco anos de produção do Índice de Transparência Municipal, João Paulo Batalha diz ser importante avaliar o impacto deste trabalho e implementar melhorias: “a pausa é para nos permitir fazer uma revisão e actualização que estava previsto. A ideia era trabalhar esta série de 5 anos e analisar a sua revisão para que o índice possa ser melhorado. Houve algumas alterações legislações nalgumas áreas e melhorias sobre os próprios municípios. A ideia inicial sempre foi fazer este processo de 2013 a 2017 e depois fazer este processo de revisão”.
O presidente, em Portugal, da organização Transparência e Integridade, considera que o ITM tem uma metodologia sólida, validada pela academia, através da publicação em revistas científicas conceituadas a nível internacional e pela intensa produção académica a que deu origem nos últimos cinco anos.
No entanto, João Paulo Batalha acrescenta que esta ferramenta de capacitação dos cidadãos, pretende um maior envolvimento na vida autárquica e uma melhoria da qualidade da democracia local. O que, acrescenta, nem sempre tem acontecido: “não tem sido tão profícua como nós gostaríamos. Isto é uma auto-crítica antes de ser uma crítica aos eleitos ou às sociedades civis locais. Como o índice produz um ranking, este tem muita atenção política e mediática. Mas o que interessa é melhorar a política e que o índice seja uma ferramenta para melhorar a democracia local. Não é só comparar os municípios uns com os outros e ver as posições nos rankings mas permitir através do processo de recolha que cada cidadão possa olhar para o seu município e analisar a evolução dos últimos anos”.
O ITM tem sido alvo de muitas críticas por parte do presidente da Associação Nacional de Municípios que são desvalorizadas por João Paulo Batalha: “não são críticas concretas sobre que elementos do índice é que falham ou que falhas existem na metodologia. Se alguma que o ranking mostra é que os municípios têm feito um excelente trabalho”.
O Índice de Transparência Municipal é uma avaliação anual da informação de interesse público disponibilizada pelos 308 municípios portugueses nos seus websites oficiais, em sete áreas distintas e com mais de 70 itens que contam para elaborar o ranking. Recorde-se que, em 2017, Alfândega da Fé liderava a tabela com uma pontuação de 91 pontos, em 100.
No entanto, o ranking regressa em Outubro de 2019, anunciou o presidente da ONG, na passada sexta-feira, durante o seminário “Transparência e Poder Local em Portugal”, que teve lugar na Escola Superior de Comunicação, Administração e Turismo de Mirandela.
Até 16 de Novembro, o Novo Índice de Transparência Municipal está em consulta pública, através do formulário disponível no site da ONG, para a introdução de novos indicadores, sugestão de alterações nos indicadores existentes e melhorias na metodologia.
Escrito por Terra Quente (CIR)
A Transparência e Integridade, organização não governamental (ONG), responsável por este índice de Transparência Municipal vai fazer um interregno para realizar uma consulta pública alargada para a introdução de novos indicadores, sugestão de alterações nos indicadores existentes e melhorias na metodologia.
Cumpridos cinco anos de produção do Índice de Transparência Municipal, João Paulo Batalha diz ser importante avaliar o impacto deste trabalho e implementar melhorias: “a pausa é para nos permitir fazer uma revisão e actualização que estava previsto. A ideia era trabalhar esta série de 5 anos e analisar a sua revisão para que o índice possa ser melhorado. Houve algumas alterações legislações nalgumas áreas e melhorias sobre os próprios municípios. A ideia inicial sempre foi fazer este processo de 2013 a 2017 e depois fazer este processo de revisão”.
O presidente, em Portugal, da organização Transparência e Integridade, considera que o ITM tem uma metodologia sólida, validada pela academia, através da publicação em revistas científicas conceituadas a nível internacional e pela intensa produção académica a que deu origem nos últimos cinco anos.
No entanto, João Paulo Batalha acrescenta que esta ferramenta de capacitação dos cidadãos, pretende um maior envolvimento na vida autárquica e uma melhoria da qualidade da democracia local. O que, acrescenta, nem sempre tem acontecido: “não tem sido tão profícua como nós gostaríamos. Isto é uma auto-crítica antes de ser uma crítica aos eleitos ou às sociedades civis locais. Como o índice produz um ranking, este tem muita atenção política e mediática. Mas o que interessa é melhorar a política e que o índice seja uma ferramenta para melhorar a democracia local. Não é só comparar os municípios uns com os outros e ver as posições nos rankings mas permitir através do processo de recolha que cada cidadão possa olhar para o seu município e analisar a evolução dos últimos anos”.
O ITM tem sido alvo de muitas críticas por parte do presidente da Associação Nacional de Municípios que são desvalorizadas por João Paulo Batalha: “não são críticas concretas sobre que elementos do índice é que falham ou que falhas existem na metodologia. Se alguma que o ranking mostra é que os municípios têm feito um excelente trabalho”.
O Índice de Transparência Municipal é uma avaliação anual da informação de interesse público disponibilizada pelos 308 municípios portugueses nos seus websites oficiais, em sete áreas distintas e com mais de 70 itens que contam para elaborar o ranking. Recorde-se que, em 2017, Alfândega da Fé liderava a tabela com uma pontuação de 91 pontos, em 100.
No entanto, o ranking regressa em Outubro de 2019, anunciou o presidente da ONG, na passada sexta-feira, durante o seminário “Transparência e Poder Local em Portugal”, que teve lugar na Escola Superior de Comunicação, Administração e Turismo de Mirandela.
Até 16 de Novembro, o Novo Índice de Transparência Municipal está em consulta pública, através do formulário disponível no site da ONG, para a introdução de novos indicadores, sugestão de alterações nos indicadores existentes e melhorias na metodologia.
Escrito por Terra Quente (CIR)