A escola está a ser o maior motor de desertificação. Esta é uma das principais conclusões dos Conselhos raianos que tiveram lugar este sábado, em Zamora.
Quem o diz é Francisco Alves, Presidente da direcção RIONOR, a promotora deste debate que teve como tema a escola e o futuro destes territórios: “as escolas estão a ser um dos maiores motores de desertificação e os professores ainda não se aperceberam disso, e só quando lhe fecharem as escolas e que eles vão acordar, pelo menos foi o que ali foi concluído. A mudança não pode ser através de decretos-lei e têm que ser os próprios professores a mudarem a atitude. Por exemplo, nos Conselhos Raianos foram lá relatados exemplos de alunos que queriam estudar com assuntos relacionados com o turismo ou com a agricultura e que foram ridicularizados”.
Para o presidente da direcção RIONOR é necessário despertar os governos para o desequilíbrio populacional: “portanto, há que resolver os problemas internos. Os governos também têm que entender que só ao desenvolverem as grandes metrópoles só trazem problemas para eles. Um país mais equilibrado tem de ter pessoas nas zonas do interior”.
Para além do debate e o envolvimento da cidadania um dos principais objectivos, a mobilização de público foi atingida como destacou o presidente da direcção da RIONOR: “a cidadania está pela hora da amargura. As pessoas queixam-se muito, mas fazem muito pouco e querem que os outros resolvam os problemas. A verdade é que se participa pouco. Mas também na mobilização conseguimos, com cerca de 100 participantes tendo sido uma alegria e compensação muito grande. As pessoas estiveram de manhã e de tarde, ou seja, os Conselhos Raianos estavam de facto a interessar-lhes”.
As jornadas são realizadas em colaboração com o Instituto Politécnico de Bragança e o Centro de Ciência Viva. Em Portugal, os Conselhos Raianos vão decorrer na Escola Profissional Agrícola de Carvalhais, em Mirandela, no dia 24 de Novembro.
Escrito por Brigantia
Foto: Centro de Ciência Viva de Bragança
Jornalista: Maria João Canadas
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