Este sábado, cerca de 150 pessoas, entre professores, alunos, profissionais da área e curiosos, vão rumar até ao cercado de Grijó e Vilar do Monte para tentar capturar e monitorizar os corços que lá habitam, como tem vindo a acontecer nos últimos seis anos.
Uma prática importante para a saúde destes animais e que tem despertado cada vez mais o interesse da comunidade científica, como refere Raul Fernandes, presidente da Associação de Caçadores de Grijó e Vilar do Monte:
“Todos os anos, os corços do cercado são objeto de uma ação de captura com o objetivo de serem monitorizados para que, dessa forma, possamos avaliar os animais no que respeita à sua condição física e de saúde.
A participação dos alunos do Instituto Politécnico de Bragança, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, também de professores e outros membros da comunidade cientifica, tem sido cada vez maior. No que respeita ao IPB, também o número de alunos estrangeiros que vêm conhecer o cercado tem sido crescente.
Este ano vai estar presente uma equipa de cerca de oito veterinários e ainda uma outra de cinco ou seis biólogos com muita experiência.”
Neste momento, o cercado tem cerca de 27 corços, que além desta monitorização, vão sendo acompanhados ao longo do ano através das várias câmaras instaladas naquele espaço.
Destes, cinco vão rumar até à Zona de Caça Turística de Serpa, no distrito de Beja:
“Essa é uma forma de rentabilizar o cercado. A produção neste momento começa a ser excessivo e há necessidade de retirar animas. Uma das formas de o fazer é rentabilizando economicamente o cercado com a venda de alguns animais. Em anos transatos, já foram saindo alguns, e agora iremos enviar estes para ajudar a repovoar essa zona de caça.”
Raul Fernandes espera ainda que num futuro próximo consigam colocar coleiras GPS em dois corços que serão libertados para fora do cercado, possibilitado assim a análise dos comportamentos territoriais desses animais.
Esta é uma inovação que está a ser pensada para inserir numa candidatura que a associação pretende fazer e que prevê a criação de condições para fazer do cercado um ponto de atração turístico do concelho, avança Raul Fernandes:
“Pretende-se criar condições dentro do cercado, e algumas coisas nos já começamos a fazer, de forma a que os corços possam ser observados em ambiente natural. Neste momento, temos que fazer alguma intervenção no habitat, limpar mais algumas zonas de mato, instalar dois ou três observatórios em pontos estratégicos que permitam a observação e a recolha de imagem. Estão também previstos alguns percursos para poder circular a pé, pois para se conseguir observar os animais têm que que garantir algumas regras.
Se for possível, pretendemos ainda criar um cercado mais pequeno onde possamos sediar um casal de corços para que as crianças e os adultos possam ver um corço e acompanhar todo o ciclo desde o nascimento das crias, a fase de crescimento, as diferenciações entre os machos e as fêmeas, portanto, toda essa evolução.
Pode ser aqui um ponto de interesse turístico e dinamizador da região.”
O passo seguinte é a criação de um projeto que possa ser posteriormente candidatado a verbas que possibilitem a realização destas intervenções. Quanto ao Centro Interpretativo do Corço, que vai ficar instalado na sede da Associação de Caçadores de Grijó e Vilar do Monte, o presidente diz que está apenas dependente da conclusão de algumas obras na sala onde vai ser colocado o espólio em exposição.
Escrito por ONDA LIVRE
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