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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

“É urgente colocar os Cuidados Paliativos no seu merecido lugar”

No momento em que se iniciam as comemorações do mês internacional dos Cuidados Paliativos, o Mensageiro de Bragança entrevistou o Dr. Duarte Soares, médico brigantino e presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP), sobre a importância deste tipo de cuidados na sociedade atual.
Mensageiro de Bragança: Qual a missão da APCP? Que fatores estiveram na sua origem?
Duarte Soares: Desde 1995 a APCP agrega profissionais de distintas áreas, sejam eles prestadores diretos de cuidados, investigadores ou académicos com o forte interesse em desenvolver os Cuidados Paliativos em Portugal. Pretendemos ser uma plataforma de diálogo e partilha entre estes profissionais, dinamizando iniciativas nas áreas da formação, sensibilização e investigação dirigidas não apenas ao fim de vida, mas a todo o ciclo vital após o diagnóstico de uma doença crónica, progressiva e incurável. Creio que a nossa história se tem revelado uma importante garantia da defesa dos interesses de doentes, cuidadores, famílias e profissionais.


MB.: Como poderemos caraterizar, nesse sentido, o perfil dos associados deste organismo e qual a importância de se sensibilizarem médicos e especialistas das mais diferentes áreas em torno desta área?
DS.: Com mais de 1100 associados na atualidade, a associação conta com o contributo de áreas clínicas tão diversas como a medicina, a enfermagem, a psicologia, a assistência social, a fisioterapia, a espiritualidade e a nutrição, apenas para citar algumas. Mas é igualmente relevante reconhecer que estes profissionais colaboram de forma muito próxima com a Academia e a Investigação, sendo estas as ferramentas fundamentais para assegurar a qualidade científica daquilo que fazemos diariamente.

MB.: O surgimento da APCP deu-se numa conjuntura em que existia grande desconhecimento e pouca sensibilização para esta realidade. Volvidos 23 anos, quais as principais mudanças que se sentem no paradigma atual?
DS.: Reconhecemos que muito trabalho foi feito durante mais de duas décadas, tanto a nível da desmistificação do processo de doença e morte, mas igualmente com grandes avanços no conhecimento que lideraram a aposta na formação e no desenvolvimento de serviços. Homenageamos todos os sócios e particularmente os Corpos Gerentes da APCP desde a sua fundação, que tornam esta associação a instituição reconhecida que é hoje. Temos agora a responsabilidade de “Continuar a escrever esta história”, mote Português para a campanha sobre o mês dos Cuidados Paliativos, inserida na referência internacional “Porque eu Importo”. Todos importamos, começando nos doentes e suas famílias, mas também nos cuidadores, profissionais de saúde, investigadores e académicos. Apenas com o contributo de todos iniciaremos um novo capítulo no desenvolvimento dos CP em Portugal.

MB.: Quantas unidades/serviços de cuidados paliativos se encontram hoje à disposição da população portuguesa e qual será – em números aproximados – o número de doentes a carecer desta tipologia de acompanhamento? Como poderemos comentar a sua presença/distribuição no território nacional?
DS.: Estamos num momento decisivo no desenvolvimento dos Cuidados Paliativos em Portugal. Historicamente, saudamos a criação de uma Lei de Bases para os Cuidados Paliativos, a nomeação de uma Comissão Nacional para esta área - com quem temos colaborado diariamente - e acompanhamos a execução do Plano Estratégico Nacional, que termina no final do presente ano. O progresso tem sido notório, com a criação de Equipas Intra Hospitalares de Suporte em Cuidados Paliativos em praticamente todos os hospitais do SNS e sobretudo com a melhoria da quantidade e qualidade da formação dada a todas as áreas profissionais envolvidas. Contudo, muito permanece por fazer. A criação de novas camas hospitalares para doentes com necessidades paliativas complexas é uma preocupação, assim como a reformulação da formação médica, pré e pós graduada e dos distintos internatos médicos. O desenvolvimento da formação nas áreas da Enfermagem, Psicologia, Assistência Social, Nutrição e Fisioterapia, permanece alvo das nossas preocupações. Mas o principal desafio é a nível comunitário. Com apenas 23 equipas comunitárias de suporte em CP num objectivo proposto de 100 para todo o país, reiteramos a vontade de colaborar no encontro de soluções para este grave problema de iniquidade e inacessibilidade aos serviços. As assimetrias regionais são também patentes e alvo da nossa maior atenção, em particular no interior do país.

AGR
in:mdb.pt

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