Mostrar ao público quem foi Francisco António Correia foi o objectivo do Colóquio que teve lugar em Torre de Moncorvo, nos passados dias 5 e 6 de Outubro.
Para além de professor, historiador, economista, político e diplomata, este grande vulto da primeira república, foi antes de mais um visionário no projecto europeísta como refere Norberto Cunha, professor da Universidade do Minho.
“Francisco António Correia antecipa em quase 20 anos aquilo que vai ser dito com minúcia no Conselho de Haia que defende que se deve começar a União Europeia pela união económica e será esta que por arrastamento trará a união política”, destacou Norberto Cunha.
No seminário, esteve também Carlos Bastien como orador. O professor da Universidade de Lisboa destacou é que uma pena que o nome de Francisco António Correia esteja esquecido
“Francisco António Correia foi um economista importante e professor. Mais que a sua acção política é importante destacar o seu legado académico e nalgumas actividades ligadas à administração pública e hoje é um nome obscuro. Ele foi um economista importante na renovação em parte dos estudos desta disciplina e no desenvolvimento de um pensamento europeu, que na altura era figura única praticamente em Portugal. E portanto é uma pena que o seu nome esteja esquecido”, confessou Carlos Bastien.
Da comissão organizadora do seminário fez parte Adília Fernandes com um esboço biográfico dos trabalhos que este diplomata teve em vida: “foi um dos maiores republicanos e ocupou cargos importantíssimos. E deixou obras numerosas sobretudo sobre relações comerciais, já com uma visão europeísta defendendo relações entre os diferentes países. Para além disso, também se interessou por diplomacia e relações consulares que para ele seria uma via para se chegar à paz, porque nesta altura estavamos num período pós-guerra, tendo sido representante de Portugal na Conferência de Genebra dentro dos aspectos económicos”, contou Adília Fernandes.
Francisco António Correia nasceu em 1877, na Foz do Sabor, Torre de Moncorvo mas cedo saiu para estudar em Lisboa. Começou a sua carreira no sector aduaneiro, onde atingiu o posto de chefe de Serviços. Mais tarde foi professor, no Instituto Superior do Comércio. E em 1920 foi ministro dos negócios estrangeiros e em 1921 ministro das finanças. Faleceu com 61 anos, a 1938. Este colóquio contou com comunicações de Justino Pereira de Magalhães, António José Queiroz, Jorge Pedreira, Aurélio de Oliveira, Teresa Nunes e Norberto Cunha.
Escrito por Brigantia
Maria João Canadas
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