segunda-feira, 1 de outubro de 2018

SERÁ A NOSSA OPINIÃO CORRECTA?

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..."
Sempre que vejo ou ouço, nos órgãos de comunicação social, opiniões de transeuntes, escolhidos ao acaso, na via pública, logo salta-me o pensamento: “O parecer do cidadão comum, é o que a mass-media quer”.
Se o jornal, que leio, e o canal de TV, que usualmente vejo, afirmar: que certo rei, de longínquo pais do extremo Oriente, é ditador perigoso, formo minha opinião, baseado nesses dados.
Ora, muitas vezes, as notícias são “cozinhadas” por jornalistas, que trabalham para empresários, que possuem interesses ameaçados por leis e decretos, desse rei, “ racista” e “xerófilo.
Sabemos e a Psicologia comprova, que a “mentira “, repetida incessantemente, torna-se “ verdadeira”.
Somos sugestionáveis: se, o que habitualmente nos dizem, for sempre igual, mesmo que seja mentira, acabaremos, por crer, que a “ maioria” fala verdade.
Há técnicas para influenciar a opinião pública; algumas aprendi-as quando cumpria o serviço militar. A publicidade conhece-as, perfeitamente, assim como: políticos e homens de negócio.
Uma, é dizer o que o público gosta de ouvir, empregando palavras que exprimam sentimentos, que lhe são queridos.
Outra, é explorar a agressividade, que “reside” no ser humano.
Uma vez difundida a ideia, pela: imprensa, rádio, Internet, cinema, livro teatro ou pela canção, a minoria, marca manifestação, onde orador experiente, explora os sentimentos dos manifestantes, que repetem, aos berros, o que diz o “condutor”.
Enfurecida, a multidão acicatada, porta-se como manada acéfala. É capaz de extremos, que, em separado, a consciência não permitiria.
Por isso o cidadão comum, muda rapidamente de opinião: tanto odeia, até à morte, como adora até ao sacrifício.
Mesmo o que gosta de estar bem informado, e busca pareceres de diferentes sectores, senta-se baralhado com tanta notícia, que em lugar de fortalecer a opinião aniquila-a.
Depois… no meio de tanto: boato, calunia, notícia falsa e meias-verdades, como pode alguém – falo do cidadão comum, – desenvencilhar-se da teia de tanta informação fabricada.
Tive primo, admirador de Hitler. Terminada a guerra, ao constatar as barbaridades cometidas, ficou horrorizado, e pasmava-se: “ Como pude deixar-me enganar pela propaganda alemã!”
Uns, mais que outros, todos somos enganados por forças persuasoras ocultas, sem termos consciência da malévola influência.


Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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