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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 20 de novembro de 2018

OS SOUTOS SÃO O GINÁSIO DO POVO

Olá gente boa e amiga!

Quando dermos por ela, já estamos no Natal! Como o tempo não pára, nos últimos dias, no nosso programa, temos vivido bons momentos com a entrada de novos participantes. Já vamos em trinta e duas novas apresentações só este mês, muitas das quais de camionistas que nos vão ouvindo dentro dos seus camiões por essas estradas de toda a Europa.

É o caso do tio Pedro, que nos fala do seu camião por terras da Suíça, o Zé do Pipo em qualquer parte da Europa também marca a sua presença, o nosso tio Cláudio, do Marco de Canavezes e o tio Joaquim, de Amarante que, através de conferência, nos têm apresentado muitos dos seus colegas de profissão, dos quais aproveitamos a ‘boleia’ para sabermos de onde nos falam e do tempo que por lá faz.

Quem adoçou a boca a cerca de cento e trinta tios e tias foi a canção do nosso primo Marco, de Estorãos (Valpaços), que engendrou uma versão da música “Arrebenta a Festa”, do Roberto Leal e Quim Barreiros, saudando em verso muitos participantes da nossa família, tendo como refrão, “mas que festa, mas que animação, é o amor e a amizade da Família do Tio João”. No sábado passado o Marco comemorou 37 anos de idade.

Antes de festejarmos a vida, vamos chorar a morte de Tadeu Carvalho, o nosso tio Tadeu dos Bolos, que trabalhava no nosso horário em Mirandela e que Deus chamou no dia 14, quando iniciava mais uma jornada de trabalho, aos 61 anos de idade. Foram muitas as viagens e as vezes que tive o privilégio de conviver com o amigo Tadeu. Que Deus o saiba recompensar por todo o bem que neste mundo fez. Paz à sua alma.

Nos últimos dias festejaram o seu aniversário connosco a Maria Augusta Machado (75), de Parada (Bragança); Aldina (84), de Lampaça (Valpaços); Manuel João (60), de Izeda (Bragança); António Maria (80) e o seu neto Moisés (15), de Argemil (Valpaços), que fazem anos no mesmo dia; Hugo Silva (18), de Vinhais e Victor Correia (50), de Zava (Mogadouro).

Como estamos no Outono, a estação dos frutos secos, a amêndoa já se apanhou, a noz está finda e a castanha está para durar. Por isso, vamos agora à apanha da castanha, o ginásio do nosso povo.

Se repararmos nos castanheiros seculares de alguns soutos da nossa zona, facilmente percebemos que a produção de castanha já tem alguns séculos nesta região do país.

Antigamente era usada para a alimentação dos animais, descascada para não cortar a boca aos porcos, triturada com as socas de brochas dentro de um balde para dar às galinhas e também era alimento das pessoas, que a comiam em substituição da batata e era considerada comida de pobre. Quem diria que agora é rainha no bolso!

Expressões como: “fazem doer muito as costas, mas este ano vale a pena”, ou ainda “a melhor parte da castanha é quando se mete ao bolso”, são ouvidas diariamente no nosso programa. Segundo o tio Luís Afonso, de Bragança, os quilos que se perdem agora com a ginástica feita na apanha da castanha, são recuperados mais tarde com o fumeiro.

“A castanha tem uma manha: vai-se com quem a apanha”. Todos os anos se tem ouvido falar de roubos de castanha já ensacada. Este ano já nos falaram que andam a apanhá-la de madrugada, com uns focos na testa para poderem ver nas terras. Este é um roubo que deve dar muito trabalho.

Há várias maneiras de apanhar castanha. A nossa tia Angelina, de Dine (Vinhais), apanha-as de joelhos, com umas câmaras-de-ar a servirem de almofadas. Há quem esteja durante algum tempo sempre na mesma posição. Também há outros que se baixam e levantam várias vezes. Uma coisa é certa: nesta altura não há reformados, inválidos ou de baixa que não deitem uma mãozinha para ajudar à apanha, apesar de nos terem dito que se nota mais juventude à castanha do que em anos anteriores, como retrata a foto. A maquinaria moderna também veio facilitar muito o trabalho e já é utilizada por muita gente, pois os sopradores juntam-nas num cordão, para serem apanhadas mais facilmente, como nos contou Júlia Rodrigues, de Vila Nova (Bragança). Uma coisa é certa: este é dos anos em que melhor se tem pago a castanha, também por haver menos mas por ser de bom calibre.

Na nossa região as variedades de castanha mais comuns são a Longal e a Judia, mas a Boaventura também é importante.

Tio João
in:jornalnordeste.com

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