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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Adolescência, amizade e livros – 2ª PARTE

Por: António Orlando dos Santos 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

...continuação
Sr. Mário Péricles
É no entanto razoável distinguir a génese da sociedade pós anos 50, dentro de um quadro que por razões que embora hoje pareçam inevitáveis ninguém foi capaz de prever e muito menos obstar!
No entanto dali até aqui, que é como quem diz, desse tempo até hoje algum tempo passou e ainda não é suficiente para apagar certos preconceitos e mesmo atavismos de que sempre padeceu a nossa sociedade que continua a dar mais importância ao penacho que à sapiência. Anda até muita gente a construir árvores genealógicas com o desejo fremente de achar um antepassado de sangue azul. 
Mas já Cristo disse na parábola da mulher adúltera: -Quem nunca pecou, atire a primeira pedra!
Sigamos, foi mais ou menos neste contexto que eu e os meus condiscípulos passamos a juventude. Grande número dos que perdem tempo lendo os meus escritos compreenderão que as omissões são apenas notadas no texto e uma crónica destas não deve ser grande que se torne fastidiosa.Teria mais matéria para analisar, mas, escasseia o espaço e o jeito.
Ora nos anos sessenta aconteceram muitas coisas marcantes. Algumas importantes mas não nossas conhecidas, porque ninguém no-las explicou e outras menos, que foram mencionadas, mas só depois de retocadas pelos senhores do lápis, que diziam ser de cor azul.
Mas à falta de outros apareceram os livros da Gulbenkian. E como a carreira militar para alguns chegaram para nós os livros que avidamente fomos lendo, enquanto tivemos tempo! E só tomei contacto com os manuais militares, que diga-se, foram bem concebidos e escritos, quando cheguei ao RCP em Tancos.
Até ali tinha lido uns quantos livros que não falavam de azimutes, peças de comando e travamento, fustes e tapa-chamas mas de coisa mais teóricas e não tangíveis. E destaco, Bertrand Russel e Jean Paul Sartre. De Russel ainda possuo um titulado, “Porque não sou Cristão” e outros ensaios sobre temas afins, comprado no Mário Péricles no quarto de hora seguinte àquele em que o Zé Poças me passou para a mão os 600$00 que eu ganhava por mês.
Ora seria cansativo enumerar livros e até obituários. Sim cheguei a lê-los à falta de outra coisa melhor, que quando não havia mais nada ficava a saber que alguém havia sido sepultado no Cemitério de Agromonte ou no de Paranhos. E foi com este treino que cheguei aos Páras. No primeiro mês andei perdido, mas não completamente, ajudou-me Jean Latergui com os seus Centuriões. O ter lido esse livro antes da tropa salvou-me de ir parar ao A.M. (Exército). A seguir agarrei-me aos manuais da Instrução que eram, saber de experiência feito. Com o treino que tinha, aquele exercício era o mais fácil de todos, pois barras e flexões só ao segundo mês comecei a gostar delas. De pernas, não estava mal mas de braços foi preciso esculpi-los e fi-lo com a lembrança dos Centuriões de Latergui e dos Boinas Verdes de Robin Moore. Tenho-o ali, a este último, na estante com a data escrita do dia em que o comprei no Mário Péricles, onde mais poderia ser? Era o dia 11/07/1970, cinco semanas antes de assentar praça,17/08/1070, preço? Sessenta mil réis! 

continua...




09/11/2018
A. O. dos Santos 
(Bombadas)


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