sábado, 1 de dezembro de 2018

Betânia é o primeiro lar de Bragança com desfibrilhador e pessoal formado

A Fundação Betânia, que acolhe idosos, é a primeira Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) do distrito de Bragança a instalar um desfibrilhador automático com pessoal formado para acudir a emergências de paragens cardiorrespiratórias, divulgou hoje aquela entidade.
O distrito de Bragança está entre os que a nível nacional menor adesão têm tido ao programa lançado pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), em 2009, para incentivar a instalação de Desfibrilhadores Automáticos Externos (DAE) em espaços público com muito movimento, delegando nos leigos um ato médico que pode salvar vidas.

Para os leigos puderem usar o desfibrilhador têm de ter formação certificada e só podem fazê-lo mediante uma licença atribuída pelo INEM, um processo que a Fundação Betânia de Bragança começou hoje a preparar.

Como disse à Lusa a diretora, Paula Pimentel, um grupo de 20 colaboradores, entre ajudantes de ação direta, responsáveis técnicos e equipa de enfermagem, começaram hoje a formação, dividida em dois dias e certificada pela American Heart Association, uma associação reconhecida internacionalmente nesta área.

A instituição de Bragança está a investir "cerca de quatro mil euros" na formação dos colaboradores e no equipamento e espera ter o processo concluído e obter o licenciamento no início de dezembro.

Por esta estrutura residencial para idosos, como agora são chamados os lares, passam por semana "cerca de quatro mil pessoas", entre utentes, colaboradores, familiares e visitas.

A Fundação Betânia será a primeira IPSS do distrito de Bragança a disponibilizar esta resposta já que, segundo dados do INEM, nesta região existem apenas cinco entidades com o programa DAE, concretamente um hipermercado (Continente), o shopping e um hotel (Ibis) na cidade de Bragança e mais duas em Mirandela e Torre de Moncorvo.

Os instrutores da formação que está a ser ministrada na instituição de Bragança, são Norberto Silva e Domingos Fernandes, dois profissionais de saúde que sublinham que "nos espaços públicos que tenham um movimento considerável de pessoas é recomendável que haja DAE".

A vantagem deste programa é treinar leigos para passarem a ter a competência para utilizar um desfibrilhador, o que numa situação de paragem cardiorrespiratória faz completamente a diferença, segundo os profissionais.

"Numa paragem cardiorrespiratória, em cerca de dez minutos, se não se fizer nada, a probabilidade de sobrevivência é próxima de zero. Tendo pessoas treinadas a probabilidade de sobrevivência pode ser superior a 60%", explicou à Lusa Norberto Silva.

A existência do equipamento e pessoal preparado para a primeira atuação até chegar o socorro, faz com que "a probabilidade de sobrevivência com qualidade de vida posterior seja significativamente superior" em relação onde não existam estes meios.

Num lar de idosos, como realçaram, as doenças associadas à idade contribuem para que haja um risco maior de morte súbita, de paragem cardiorrespiratória.

Agência Lusa

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