quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Cruz Vermelha de Bragança diz que rede social falha nas aldeias

A delegação de Bragança da Cruz Vermelha vai neste Natal apoiar, pela primeira vez, pessoas carenciadas das aldeias do concelho, depois de a direção ter constatado que a rede social está a falhar nestas zonas.
"A rede de apoio falha nas aldeias", afirmou o presidente da delegação, Sá Pires, à margem da entrega de vestuário e calçado apreendido, por parte da GNR de Bragança, a instituições da cidade transmontana.

A Cruz Vermelha é uma das entidades que presta apoia social no concelho de Bragança e que neste Natal, pela primeira vez, decidiu virar-se "para as pessoas das aldeias, que vivem no espaço rural".

Na área da cidade de Bragança, segundo Sá Pires, há muitas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) que já desenvolvem a atividade nesta área, enquanto o meio rural tem sido esquecido.

"Neste Natal, temos andado a fazer um levantamento para apoio alimentar e encontrámos casos, muitos graves, de pobreza de exclusão e de abandono", afirmou.

O presidente da delegação da Cruz Vermelha fala em "pessoas nitidamente a precisar desde cuidados médicos, a cuidados dos mais elementares: alimentação, limpeza, habitação, o mobiliário".

"Temos encontrado situações muito graves de pessoas idosas que nem sequer têm capacidade de reivindicar e que já desistiram. Temos um caso em que a pessoa está extremamente doente e nem ao médico quer vir", indicou.

Como disse, "não são muitos" estes casos de alguma gravidade, mas existem e a Cruz Vermelha vai distribuir por eles 12 cabazes de Natal completos, com o apoio de grandes empresas que patrocinam os bens doados.

Esta ação decorre em paralelo "com aqueles casos do dia a dia em que as pessoas têm baixos rendimentos, famílias grandes, fracos níveis de integração social e que precisam em permanência de apoios sociais".

O programa alimentar da Cruz Vermelha está a apoiar 75 pessoas em Bragança, "além daqueles que vão aparecendo diariamente".

"Hoje é dia de feira e apareceram lá três ou quatro pessoas pela primeira vez e que foram lá porque precisavam de roupa", contou.

Além dos cabazes completos, a instituição irá distribuir outros mais pequenos "e esses são os que forem necessários", de acordo com o presidente.

Agência Lusa

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