O primeiro balanço é positivo da campanha de escavações arqueológicas que vão terminar com o arranjo daquela parte da cidade de Miranda do Douro.
Em Miranda do Douro foram apresentados os primeiros resultados das escavações arqueológicas ao antigo castelo da cidade. O objectivo dos trabalhos é conhecer mais factos históricos da guerra do Mirandum, evento histórico do século XVIII.
Na campanha têm aparecido novas estruturas para as quais ainda não existem explicação e que precisam de mais estudo. Mas as descobertas já são algumas como indica o arqueológo Rui Pinheiro.
“Temos uma bancada do séc. XVI que já é uma adaptação de guerra de pirobalística com uso de mosquetes e armas de fogo. À frente encontramos um muro em pedra seca sem argamassa que ainda não sabemos o que é e que ainda estamos a escavar. À frente disso temos uma muralha medieval que poderá ser do tempo de D. Dinis ou do séc. XI ou XII. Depois encontramos um grande derrube que ocupa grande parte exterior da muralha. Debaixo desse derrube temos uma estrutura militar que é uma barbacã feita no séc. XV e um empedrado que liga a essa barbacã, que tem um reboco exterior que ainda não sabemos de quando é”, contou o arqueológo, Rui Pinheiro, um dos responsáveis pelas escavações arqueológicas.
Segundo os estudos em curso, no ano de 1780 um perito verificou o estado do castelo e aconselhou não se investir na sua requalificação. Para além disso, os arqueólogos concluem que o soterramento de três companhias de militares, não passa de "um mito histórico”, como destaca Artur Nunes, presidente da câmara municipal de Miranda do Douro.
“Estamos a assistir à desmitificação de alguns mitos, relativos ao castelo de Miranda, à sua intervenção e à própria guerra do Mirandum. Há aqui uma nova história ao próprio castelo” afirmou Artur Nunes, presidente da câmara municipal de Miranda do Douro, na apresentação.
O projecto está dividido em quatro fases: a aquisição de terrenos, as escavações que vão decorrer até final de Fevereiro do próximo ano, a musealização e o arranjo urbano da área. Para já são mil metros de escavação mas que vão estender-se a seis mil metros. O orçamento dos trabalhos está orçado em 500 mil euros e faz parte da «Operação Castelos a Norte» promovido pela Direcção Regional de Cultura do Norte, em parceira com o município.
A guerra do Mirandum matou cerca de um terço dos habitantes e levou à destruição de parte do povoado, nomeadamente de parte do castelo e das muralhas, quando um paiol de pólvora explodiu.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Maria João Canadas
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