Os canis intermunicipais do distrito de Bragança estão lotados. O canil Intermunicipal da Terra Quente Transmontana acolhe 200 animais com capacidade para 80, já o Centro de Recolha de Animais da Terra Fria Transmontana tem 55 animais de companhia, com capacidade máxima para 60.
A mudança da lei que proíbe o abate de animais tem contribuído para o aumento de cães e gatos à espera de adopção, como destaca Manuel Miranda, secretário-geral da Associação dos Municípios da Terra Quente Transmontana. "Obriga a que os animais tenham de sair esterilizados e as eutanásia só podem ser efectuadas por critério clínico. Tem levado a que, por muito esforço que tenhamos feito nas adopções, e conseguimos, mas a lotação tem estado no máximo. Tivemos que limitar as entregas feitas pelos munícipes de forma voluntária e deixar exclusivamente aqueles animais que constituem um risco ambiental e para as pessoas".
Para este centro de Recolha Oficial de Animais para o próximo ano estão previstas obras de ampliação no valor de 150 mil euros. "No próximo semestre de 2019 vamos desenvolver um conjunto de projectos que temos de beneficiar o canil e capacitá-lo para estas novas exigências legais e aumentar significativamente essa capacidade. Estamos já num processo de aquisição de terrenos na área envolvente para ampliar as instalações e temos já uma candidatura aprovada para beneficiar o bloco operatório onde são feitas as esterilizações e melhoria das condições que o canil tem neste momento", esclareceu Manuel Miranda.
Para o centro de recolha de animais da Terra Fria Transmontana foi realizada uma candidatura para melhorar condições, apesar de ter pontuação, as verbas não foram suficientes para ser contemplada, como destaca Jorge Fidalgo, presidente da câmara municipal de Vimioso. "Fizemos uma candidatura para poder alargar o canil mas apesar de ter pontuação as verbas não são suficientes para garantir todas as candidaturas. Nós quando fizemos o canil fizemos com a lei que existia e, neste momento, o canil é intermunicipal, não existindo possibilidade, não podemos recolher os animais".
A lei de proibição de abate de animais entrou em vigor no final de Setembro do ano passado. A lei determina que se os animais acolhidos pelos Centros de Recolha Oficial que não sejam reclamados pelos seus donos no prazo de 15 dias, a contar da data da sua recolha, são “considerados abandonados e são obrigatoriamente esterilizados e encaminhados para adopção”.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Maria João Canadas
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