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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 5 de janeiro de 2019

O “ 2099”: UM RAPAZ ENDIABRADO

Por: Humberto Pinho da Silva
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..."
Eugénia de Mello Breyner da Câmara
D. Thomaz da Câmara, era moço destemido e corajoso; defensor aguerrido da monarquia: Não por capricho ou interesse pessoal, mas por estar convencido que era o melhor regime para a Pátria.
Tinha vinte e um anos – então a maior idade, – e tanto evidenciou-se, e tanto lutou pela causa que abraçara, que acabou por ser preso, arguido como perigoso conspirador.
Meteram o nosso Thomaz numa enxovia, que tinha sido recusada, pelos veterinários, para estábulo! … juntamente com outros políticos e presos de delito comum.
Habituado aos carinhos da mãe, a Senhora Dona Eugénia de Mello Breyner da Câmara, o rapaz acalmou a sua ira, e mostrou-se: “ Muito encolhido e calado”, palavras do jornalista Pedro Correia Marques.
Deram-lhe, então, o número: “ 2099”; proibindo, determinantemente, receber visitas. Nem a mãe, mulher de D. João da Câmara, nem o famoso médico, seu tio Tomás Mafra, apesar da influência que tinham, conseguiram permissão de o visitar.
Decorrido dias, depois de ser submetido a severo interrogatório, foi julgado e absolvido; levaram em conta o facto de ter sido bastante afetado, psicologicamente, durante o período que esteve preso. Resolveu Thomaz da Câmara exilar-se – seguindo o exemplo de muitos jovens portugueses, – para a Bélgica, onde estudou.
Regressou, mais tarde, ao País, e conseguiu empregar-se na Carris.
Mas, em dia de greve, greve de ânimos exaltados, com tiros e bombas, o nosso rapaz, saltou para elétrico, e sozinho, “ passeou” por Lisboa! …
Essa aventura, obrigaram-no a emigrar para o Brasil, onde veria a falecer com oitenta anos, como figura eminente e respeitada, da colónia portuguesa.
Era diretor e proprietário do conceituado Colégio Padre António Vieira, no Rio de Janeiro.
Thomaz da Câmara era o filho mais novo do célebre dramaturgo D. João da Câmara, Homem de extraordinárias qualidades morais, e figura querida no meio literário e artístico de Lisboa.
A atriz Maria Mattos, tinha por ele (D. João da Câmara,) grande admiração, e, quando se sentia preocupada, ia junto do túmulo, rezar e pedir-lhe auxílio.
Para terminar, apenas dizer: que Thomaz da Câmara faleceu no dia 26 de Abril de 1970, no Rio, vitima de atropelamento, quando saia do seu estabelecimento de ensino.

Humberto Pinho da Silva, nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA.Foi redactor do jornal: “Notícias de Gaia"” e actualmente é o responsável pelo blogue luso-brasileiro: " PAZ".

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