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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 2 de março de 2019

Caldo de cascas e butelo com cuscus

Estes são apenas dois pratos, confecionados pala mão do brigantino Chef Michelin Óscar Geadas, que poderão ser apreciados a partir de amanhã, sexta-feira, em Bragança no Festival do Butelo, das Casulas e Carnaval dos Caretos.

É um fim-de-semana que pretende enaltecer as tradições. O Butelo é o rei da gastronomia que por estes dias está na maior parte dos cardápios dos restaurantes da cidade transmontana.

Normalmente servido com casulas ou cascas, a TSF quis saber como é que o recente chef estrela Michelin de Bragança, olha para este enchido de ossos que diz ter descoberto na infância. "Segundo os livros e a história era um enchido dos pobres, pois era feito com os ossos do porco que tinham pouca carne como o rabo. Hoje já leva muita carne".

E recorda que na aldeia do pai, no concelho de Vimioso, e, mais tarde, na da mãe, no concelho de Vinhais, se preparava o butelo no dia de Carnaval. " Fazia-se um cozido em que, para lá do butelo, levava mais partes do porco como o pé, a orelha, o focinho, presunto, chouriça a que se juntavam as cascas, batata e cebola".

Ao longo dos últimos anos foi-se valorizando como uma das principais iguarias da gastronomia regional, normalmente servido com as ditas casulas ou cascas. "As cascas são os feijões-verdes que se colhem no verão e depois se poem a secar. Nós só trabalhamos com a variedade "feijão bragançano" que tem menos fios".

O chef Michelin tem um apreço particular por este enchido. "Gosto muito porque tem um sabor muito particular"

No restaurante G. Pousada, na Pousada de em Bragança, que é propriedade da família Geadas, e onde exerce, os pratos têm todos o cunho moderno do Chef mas sempre com os produtos da tradição na inspiração das novas apresentações e ementas, como aliás, acontece com o butelo.

"Com as cascas vou fazer um creme, depois com o pé, com a orelha e com a chouriça faço uma terrina que acompanha com o puré e depois o butelo é desossado, feito um turchon, um tubozinho com a ajuda de película, para ele ficar perfeito e depois cortamos pequenas lâminas".

Antes deste prato, Óscar Geadas serve um caldo único também a condizer com a tradição. " É um caldo de cascas com um falso ravioli de couve penca e por dentro é recheada com o butelo"

O novíssimo Chef Michelin também vai estar no Festival do Butelo, numa apresentação pública, no domingo de manhã, onde, para lá destas receitas vai apresentar uma ainda mais original. " Vou conjugar o butelo com um elemento daa minha infância que são os cuscus de Vinhais".

Não sabendo bem a origem dos cuscus, sabe-se que no território nacional eles eram feitos manualmente no norte do concelho de Vinhais e numa parte da Madeira. No concelho de Vinhais ainda se fazem nalgumas aldeias.

"Na aldeia de Paçó ainda há quem os faça e familiares meus em Travanca, também. Para aqui fomos nós que os fizemos. Cabe-nos a nós, profissionais da cozinha não deixar morrer determinadas tradições que passaram de famílias para famílias, de gerações em gerações e, para mi, os cucus são um dos ex-libris da gastronomia transmontana".

Os cuscus não são fáceis de fazer. É preciso salpicar manualmente, com água e vezes sem fim uma determinada porção de farinha, donde vão nascendo pequenas bolas. Depois é necessário dar-lhe muitas voltas. Uma grande volta foi o que aconteceu à vida de Óscar Geadas depois de ter ganho, no passado mês de Novembro uma estrela Michelin.

" Como profissional cada vez quero aprender mais mas é verdade que temos mais trabalho e que mais gente vem provar os nossos pratos (porque isto é trabalho de uma grande equipa) ao restaurante G. Pousada e cada vez mais gente fica aqui na Pousada".


Os pratos do G. pousada e de grande parte dos restaurantes de Bragança podem ser saboreados já a partir de amanhã num festival que junta o Butelo e toda a gastronomia transmontana ao carnaval dos Caretos.

Afonso de Sousa
TSF

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