segunda-feira, 1 de abril de 2019

Projeto ‘Junto à Terra’ alarga atividades ao Vale do Tua e sensibiliza novas gerações a valorizar e preservar a Biodiversidade dos seus territórios

As atividades de campo da 3.ª edição do projeto ‘Junto à Terra’ (JaT) no território do Baixo Sabor (JaT Sabor) arrancaram no dia 19 de março, em Macedo de Cavaleiros, com uma visita de alunos/as do 8.º ano de escolaridade ao Geossítio Gnaisses de Lagoa, localizado na margem direita do Rio Sabor, muito próximo da aldeia de Lagoa. O ciclo de atividades de campo do JaT Sabor irá decorrer ainda nos dias 3 de abril, em Alfândega da Fé; 4 de abril, em Mogadouro, e 5 de abril, em Torre de Moncorvo. 

Neste ano letivo 2018/2019, o projeto JaT alargou a sua área de intervenção, e realiza também, pela primeira vez, atividades no território do Foz Tua (JaT Tua), nos cinco concelhos por ele abrangidos, durante os meses de março e abril, nomeadamente nos dias 25, 26 e 27 de março, em Mirandela; 28 de março, em Carrazeda de AEPGA – Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino, a APFNT – Associação de Produtores Florestais do Nordeste Transmontano, o Grupo Lobo – Associação para a Conservação do Lobo e do seu Ecossistema, a Associação GeoPark Terras de Cavaleiros, a Zasnet - Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial, o SEPNA-GNR – Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da Guarda Nacional Republicana, o PNRVT – Parque Natural Regional do Vale do Tua, o Grupo Nordeste – Grupo para a Promoção do Desenvolvimento Sustentável, a Silvidouro – Associação Agro-Florestal, a Aflodounorte - Associação Florestal do Vale do Douro Norte e o IPB-CIMO – Centro de Investigação de Montanha do Instituto Politécnico de Bragança. 

Cada uma das entidades mencionadas é responsável por uma Oficina dinamizada durante os vários dias de atividades de campo com os/as alunos/as. As várias entidades trabalham, junto da comunidade escolar, temas bastante diversificados, escolhidos tendo em conta as especificidades de cada território, que estão inseridos nas Oficinas de campo. No Jat Sabor, os temas das Oficinas são: 

Oficina 1 - "Pastorícia e Biodiversidade" | Promotor: AEPGA 
Oficina 2 - "Biodiversidade Florestal" | Promotor: APFNT 
Oficina 3 - "Os Minerais e a Biodiversidade" | Promotor: GeoPark Terras de Cavaleiros 
Oficina 4 - "À Descoberta do Lobo" | Promotor: Grupo Lobo 
Oficina 5 - "Biodiversidade Agrícola e Selvagem" | Promotor: Palombar 
Oficina 4 - "Proteção da Natureza e do Ambiente" | Promotor: GNR - SEPNA 
Oficina 7- "Reserva da Biosfera Transfronteiriça da Meseta Ibérica" | Promotor: ZASNET 

Já as Oficinas do JaT Tua são dedicadas aos seguintes temas: 
Oficina 1 - "A avifauna do Vale do Tua" | Promotor: Grupo Nordeste 
Oficina 2 - "As náiades do Tua e a biodiversidade de rios" | Promotor: IPB-CIMO 
Oficina 3 - "Morcegos no Vale do Tua" | Promotor: PNRVT 
Oficina 4 - "Proteção da Natureza e do Ambiente" | Promotor: GNR - SEPNA 
Oficina 5 - "Microrreservas e Habitats" | Promotor: Silvidouro/Aflodounorte 
Oficina 6 - "Reserva da Biosfera Transfronteiriça da Meseta Ibérica" | Promotor: ZASNET 

Durante as oficinas, os jovens participantes recebem um kit composto por um saco de pano, um “Passaporte”, uma t-shirt e uma caneca. O “Passaporte JaT Sabor” e o “Passaporte JaT Tua” são cadernos didáticos com conteúdos de educação ambiental que são também um guia para as Oficinas temáticas integradas nas atividades de campo, com uma componente vincada na valorização do território, e fomentando uma cultura cívica que considere o ordenamento do território e a conservação e respeito pelo património - natural, paisagístico e cultural - que nos permita viver em harmonia e conscientes sobre os limites do Planeta, incluindo a adaptação às alterações climáticas. 

A componente prática do projeto JaT pretende sensibilizar as novas gerações, através da realização de atividades junto à terra, ou seja, in loco, para a importância do seu contexto ecológico e ambiental, bem como dos recursos e património naturais. O grande objetivo é ensinar os mais novos a valorizar e a preservar a Natureza e a Biodiversidade dos territórios onde vivem. 

José Pereira, presidente da Palombar e membro da direção do Grupo Nordeste, sublinha a importância deste projeto para “potenciar, num futuro próximo, a fixação destes jovens no seu território e incutir-lhes um olhar diferenciador sobre os recursos endógenos e o seu potencial como motor do desenvolvimento regional e rural, desenvolvimento este baseado em conceitos de sustentabilidade mais amplos que integrem a vertente ambiental, mas que considerem também as vertentes económica, social e cultural, numa perspetiva de manutenção do desenvolvimento e dos padrões de vida atuais e da sua necessária evolução com maior responsabilidade, ética e eficiência”. 

Nuno Portal, diretor de sustentabilidade da EDP Produção, manifestou estar “muito satisfeito com a aceitação do Junto à Terra pela comunidade escolar” e “acredita que os jovens, depois de beneficiarem destas iniciativas, passam a valorizar o seu património natural como fator de desenvolvimento socioeconómico e, assim, a compreender a necessidade de respeitar e proteger este valor endógeno”. 

O JaT Sabor é dirigido a alunos/as do 8.º ano de escolaridade dos Agrupamentos Escolares dos concelhos de Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro e Torre de Moncorvo. Já o JaT Tua é direcionado para alunos/as do 8.º ano de escolaridade dos Agrupamentos Escolares dos concelhos de Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor, e ainda a alunos/as da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Carvalhais e da ESPROARTE – Escola Profissional de Arte de Mirandela. A rede de parceiros, além dos agrupamentos escolares e escolas profissionais, estendese ainda a todos os Municípios abrangidos pelo projeto, bem como à Associação de Municípios do Baixo Sabor. 

O projeto Jat
O JaT é um projeto de educação ambiental dirigido para a Comunidade Escolar, “onde a importância da biodiversidade é comunicada numa linha concetual que parte do pensamento global para a ação local. É um processo que procura criar, nos jovens, uma abordagem de Sustentabilidade feita de atitudes, de mudança comportamental e de uma (re)valorização do território por força do contributo do património natural e dos serviços dos ecossistemas para a economia local e bem-estar da sua comunidade e população em geral”, explica Rui Manuel Rodrigues Lopes Teixeira, do Conselho de Administração Executivo da EDP. 

O JaT nasceu da estratégia definida pela EDP para mitigar o impacte na biodiversidade decorrente dos aproveitamentos hidroelétricos do Baixo Sabor e Foz Tua. Um perfil que contrarie a tendência natural de degradação ambiental e de perda de biodiversidade verificada nestes territórios do interior, provocada, em grande parte, pelo êxodo rural e pelo consequente abandono das atividades agro-silvo-pastoris tradicionais. 

O JaT é, desta forma, um processo que procura criar, nos jovens, uma abordagem de Sustentabilidade feita de atitudes, de mudança comportamental e de uma (re)valorização do território por força do contributo do património natural e dos serviços dos ecossistemas para a economia local e bem-estar da sua comunidade e população em geral. 

O JaT teve a sua fase piloto no território do Baixo Sabor (JaT Sabor), onde, ao longo dos anos letivos 2016/2017 e 2017/2018, foi construído, testado e maturado em todas as ações didático-pedagógicas das três vertentes/etapas (prática, teórica e patilha), num envolvimento ativo de todos os parceiros de projeto (escolas, autarquias, e outras organizações públicas, privadas ou da sociedade civil). No corrente ano letivo, 2018/2019, para além de ser a sua 3.ª edição no território do Baixo Sabor, é a 1.ª edição na expansão para o território do Foz Tua (JaT Tua). 

As atividades do Jat 
As atividades do Jat estão organizadas em três etapas que, percorridas sequencialmente, fecham um ciclo anual, coincidente com um ano letivo: Etapa I -componente teórica; Etapa II - componente prática e Etapa III – componente partilha. 

A atividade da Componente Teórica decorre numa dinâmica ensino-aprendizagem em modo e-learning e em contexto de sala de aula, com recurso a uma ferramenta eletrónica didático-pedagógicas (site e e-learning) construída para o efeito, disponibilizada em juntoaterra.edp.pt. Estes conteúdos estão configurados para serem acedidos via computador ou via dispositivos móveis.

A Componente Prática, por sua vez, tem como objetivo levar os/as alunos/as para um contexto de campo próximo dos valores naturais do seu território e, através do contacto direto com as particularidades e os conhecimentos da biodiversidade local, transmitir-lhes todo o potencial valor socioeconómico associado e a importância que representa para o desenvolvimento das comunidades locais. Através de oficinas temáticas, e tendo como “guia” o “Passaporte JaT”, os/as alunos/as percebem a biodiversidade que lhes pertence, que lhes é útil e que deve ser protegida como legado das gerações futuras. 

Para além das atividades de campo, a componente prática prevê ainda atividades de desenvolvimento de competências técnicas e pessoais nos/as alunos/as, indutoras e facilitadoras da execução do trabalho final, um vídeo, candidato a um concurso e prémio. Cada ciclo anual do projeto JaT termina com a atividade ‘Partilha’, designada por ‘Workshop Final JaT’. Esta etapa procura gerar uma dinâmica de intercâmbio entre os/as alunos/as dos diferentes agrupamentos e os demais parceiros de projeto. É neste contexto que os trabalhos da lista final, selecionados pela votação do público, são apreciados por um júri independente constituído para o efeito. 

Este é o momento onde os/as alunos/as autores dos trabalhos têm oportunidade de apresentar os seus trabalhos ao júri e ao restante público para, no final, serem anunciados os 3 vencedores premiados.

in:noticiasdonordeste.pt

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