Em Macedo de Cavaleiros, os discursos comemorativos do 25 de Abril ficaram marcados pelo apelo à regionalização do país, prevista na constituição da República Portuguesa desde 1976.
Uma reforma que Benjamim Rodrigues, autarca macedense, considera necessária, nomeadamente para o interior:
“O interior continua a precisar da regionalização e o voto é a nossa arma. Quando temos oportunidade de fazer a regionalização, temos de aproveitar e votar maciçamente nela porque só assim conseguiremos equiparar-nos e estar no mesmo patamar de igualdade com regiões como a Madeira e os Açores que eram pobres e, fruto desta política regional, conseguiram defender os seus interesses, fazer investimento e implementar o turismo à economia.
É nisso que temos de apostar também.”
Para o autarca, a regionalização traria mais-valias para esta zona do país a vários níveis, considerando as ligações rodoviárias e a educação como áreas mais prementes:
“As vias interconcelhias estão muito degradadas e temos de apostar nisso.
O ensino é muito importante e se forem criadas bases para ter uma extensão do ensino superior aqui, poderemos ter o desenvolvimento, inovação, novas empresas e jovens a fixarem-se, trazendo progresso e economia.
Sabemos que há territórios muito degradados e empobrecidos onde se fazem investimentos nessas áreas e aparecem startups de grande valor, com grande capacidade de inovação, que levam a que as populações invertam o ciclo tendencioso de despovoamento, voltando para os seus territórios.
Eu penso que essas são duas áreas importantes, assim como assegurarmos serviços mínimos básicos de saúde.”
Também Camilo Morais, presidente da Assembleia Municipal de Macedo de Cavaleiros, defende que a regionalização promoveria a coesão territorial, definindo Trás-os-Montes e Alto Douro como uma das regiões autónomas:
“É fundamental que a regionalização se inicie porque acabará definitivamente com a guerra que existe entre os autarcas que olham para os seus municípios, esquecendo-se da coesão territorial.
Eu espero que Trás-os-Montes e Alto Douro se constitua como uma região autónoma, com o seu próprio Governo que terá as competências que não cabem nos municípios. Com certeza que isso trará desenvolvimento para a nossa região, até porque nos próximos quadros comunitários de apoio, vão haver fundos comunitários para regiões deprimidas. Se pertencermos ao Norte, o que virá para o desenvolvimento de Trás-os-Montes, acabará por ser aplicado em todo esse território, mantendo-se esta zona na mesma.
Por isso, espero que, desta vez, os transmontanos lutem pela sua própria região.”
A defesa da regionalização de Portugal Continental a guiar os discursos que marcaram as celebrações do 45º ano da revolução dos cravos em Macedo de Cavaleiros.
Escrito por ONDA LIVRE
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