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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 21 de maio de 2019

O GESTOR PRUDENTE

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..."
Conheci – já passaram algumas décadas, – gestor considerado exemplar. Sempre, que trabalhador era levado à sua presença, para ser repreendido, inteirava-se, primeiro, a influência que tinha entre os “seus “.
Após averiguações, obtidas facilmente, consultando “ espias”, traçava a sentença:
Se era trabalhador, educado, cumpridor, e nada dado a politiquices, mas, infelizmente, por descuido, errara ou prevaricara, lançava, sobre ele, severa reprimenda, e castigava-o, com pena leve ou pesada, consoante a gravidade.
Dizia ele, enfaticamente: “Era para dar o exemplo…”
Mas, se descobria que era influente sindicalista ou militante ativo de partido buliçoso, amaciava a voz, e aconselhava-o com prudência, concluindo: que tivesse cuidado, porque para a próxima, não sairia dali só com palavras amigas, mas com pesada pena.
Era prudente, como D. Afonso de Aragão, que sempre foi generoso com seus detratores. Certa ocasião – conta Manuel Bernardes – os amigos, estanhando a razão do insólito comportamento, inquiriram:
- Por que dá benesses a quem não lhe é fiel?
Ao que este respondeu:
- “Aos cães, dá-se-lhes sopa, para que não ladrem nem mordam.”
Assim agia o nosso astuto gestor, permeando, os operários, não pelo saber ou dedicação, mas pela influência politica e amizades que contavam.
Havia na fábrica trabalhador, que por mais que se esforçasse, nunca era premiado por mérito. Bem via, com tristeza, que sempre havia recompensa para os que não sendo exemplares, eram membros de núcleos políticos, da empresa; mas, para ele, apenas haviam… promessas e mais promessas…
Cansado de esperar, assentou inscrever-se na secção de certo partido, e enchendo-se de coragem, deitou “faladura”.
Todos ficaram estupefactos, e aplaudiram o neófito, que prometia lutar, defendendo os “seus”.
Soube atónito, o gestor, do sucesso. Mandou-o chamar, e com palavras mansas, declarou: que chegara sua vez, por ter sido leal e bom trabalhador…
Como o rei de Aragão, deu-lhe “sopa”, para que não viesse, depois, a ladrar… e morder…; até o promoveu por mérito! …

Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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