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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 19 de maio de 2019

Poetas Emigrantes Não Imigrados!

Por: Silvino dos Santos Potêncio
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..")
Emigrante Transmontano em Natal/Brasil – desde 1979

Caro Amigo Henrique Martins

Recentemente eu li aqui um artigo sobre a origem da Poetisa Emma Lazarus a qual tem o seu nome gravado em bronze no Pedestal da Estátua da Liberdade, e isso me suscitou a vontade de rever alguns poemas meus retroactivos ao ano de 1975 e posteriores.
Teoricamente ela teve antecedentes Judeus Lusitanos da tempo da Inquisição.  
Com certeza o seu colaborador sobre o tema de Judeus oriundos da nossa região poderá comentar algo mais, eu espero. 


… Não como a fama do gigante de Bronze, da Grécia, com suas pernas conquista, espaçadas, todas as terras, aqui em nossos portais lavrados pelo pôr-do-sol marinho.
Uma mulher poderosa, com uma tocha, cuja flama é o relâmpago aprisionado, e seu nome, mãe de todos os Exílios. 
De seu punho farol brilha a acolhida abrangente, seus olhos meigos, comandam. O porto, estendido nas alturas emoldurado pelas cidades gêmeas "Guarde terras ancestrais, com sua pompa histórica!",
Grita ela com lábios silenciosos, "Dêem-me os cansados, os pobres, suas massas apinhadas, que anseiam por respirar em liberdade.
A recusa desventurada de seu porto abundante envia a mim esses desabrigados assolados pela tempestade.
Ergo meu tocheiro ao lado do Portão Dourado…

Poema gravado em Bronze no Pedestal da  Estátua da Liberdade para os milhões de Emigrantes que procuram na terra Americana um abrigo seguro, é o símbolo da promessa de liberdade. 
Mas o que poucos sabem, é que o poema gravado nos pés desta estátua, famoso em todo solo Americano, e que expressa a angústia e a esperança destes homens, é de autoria de uma poetisa judia Americana nascida em Nova York logo, portanto, é lógico pensar que esta Poetisa não foi Imigrante – já nasceu lá, e lá deixou o seu Sonho de liberdade eternamente. 
Emma nasceu em 1849, em Nova York,  filha de uma abastada família Sefardita. Educada por tutores particulares demonstrou muito cedo seus dons poéticos, publicando em 1867, seu primeiro livro em versos, "Poemas e Traduções". Coletânea escrita entre a idade de 14 a 17 anos, chamou a atenção de Ralph Wald Emerson, Poeta com o qual Emma se correspondeu durante muitos anos. Sua aptidão para a poesia foi grandemente louvada por Bryant e Whitman. 

Em 1871, no seu segundo livro "Admerus e outros poemas" contém um trabalho com tema judaico, "Na sinagoga judaica de Newport". Esta poesia foi reproduzida pelo "American Hebrew", jornal da comunidade judaica, juntamente com a tradução de Emma de grandes poetas sefarditas da época de ouro da Espanha, como Ibn Gabirol e de Judah Halevi. Segundo alguns estudiosos da diáspora Transmontana Emma tem ascendentes Judeus em Portugal do tempo da Inquisição. 
A onda de perseguições na Rússia, aos Judeus, que resultaram em uma migração em massa para os Estados Unidos, afetou a vida e as ações da Emma Lazarus. Mas para Emma, as palavras não eram suficientes para exprimir sua angústia e preocupação com os milhares de refugiados judeus que chegavam a terras americanas.

Certa vez o poeta americano William James escreveu para Emma: "O poder de brincar com palavras e pensamentos deveria ser o ponto culminante de uma vida rica em muitos outros aspectos". Mas o que se tornou "o ponto culminante" na vida de Emma foi seu incansável trabalho de assistência aos milhares de refugiados judeus que perseguidos chegavam famintos. Emma juntou-se a grupos judaicos de assistência e lançou-se em todo tipo de trabalho. Nada era duro ou difícil para ela. Chegou a usar seu próprio dinheiro para ajudar os emigrantes em sua fase de adaptação. 
Quando o poeta James Russel Lowell leu seus versos, escreveu: "Gostei do soneto mais do que gostei da Estátua da Liberdade. O soneto deu ao objeto em questão uma ‘raison d´être’, (um razão de ser) que é, sem dúvida, necessária mais do que o pedestal".
O meu Poema a “Balada do Emigrante Luso” foi escrito após a minha saída de Angola em 1975, em circunstâncias que muitos já conhecem porém foram poucos os da minha faixa etária, e acima, que me souberam interpretar da forma que o fez o meu Saudoso Amigo, Jornalista Fernando Cruz Gomes que Deus já lá tem.

De: Silvino Potêncio (ano 1975) 

Pelas ruas da amargura,
Eu passeei o meu coração.
Vi todos de alma pura, 
A caminho da emigração!
De longe... lá do fim do mundo, 
Aonde a saudade é remota.
Eu desci ao poço sem fundo, 
Quando eu voltei à minha porta. 

Nesta minha volta a casa, 
Encontrei tudo tão mudado.
Fui Emigrante sem nunca ter Imigrado. 
Como pássaro que não tem asa,
Eu me tornei um "Retornado"!
Vivi triste e sem destino,
Passo na rua acabrunhado. 
De volta ao meu caminho, 
Eu orei ao Senhor Roubado!... 

Ao ler este meu poema Fernando Cruz Gomes escreveu sem que eu jamais o tenha encontrado pessoalmente;
 “ Deixem o Silvino chorar. As suas lágrimas juntam-se às de muitos outros, espalhados pelo mundo. Pode ser que façam um mar. 
Um mar só nosso. Que nos una a todos. Mesmo àqueles que da lei da morte se foram libertando.
Olá, Silvino! Eu também choro... sabe?! 
Só não tenho – não consigo ter – a sua habilidade de amarfanhar os sentimentos. 
E tentar que pareçam sorrisos... as tristezas de uma alma que é igual à sua”. ( Fernando Cruz Gomes – Toronto)
Depois de receber esta carta eu ainda escrevi muitos outros poemas relacionados com o Mar. Foram cinco anos no mar e ali sim nem somos emigrantes nem somos imigrados. Porém hoje fico por aqui. 

Um forte e fraterno Abraço Transmontano a todos! 


Silvino dos Santos Potêncio, nascido a 04/11/1948, é natural da Aldeia de Caravelas no Concelho de Mirandela – Trás-Os-Montes - Portugal.
Este Autor tem centenas de crônicas, algumas já divulgadas sob o Título genérico de “Crônicas da Emigração”.  Algumas destas crônicas são memórias dos meus 57 anos na Emigração foram incluídas nos Blogs que todavia estão inacessíveis devido ao bloqueio do Portugalmail.pt, porém algumas foram já transcritas para a Página Literária. 
Presidente Fundador do Clube Português de Natal e Membro activo de várias páginas em jornais virtuais ligados ao Mundo da Lusofonia.
01 – POEMAS DE ANGOLA – “Eu, O Pensamento, A Rima!...”
02 – E-Book (Livro Electrônico): “UM CONVITE P’RA TOMAR CHÁ”
03 - CURRIÇAS DE CARAVELAS- TROVAS COMENTADAS é uma Antologia que contém  Trovas  e Textos Auto Biográficos da Aldeia Transmontana. 
        São livros da minha autoria já prontos para Edição e publicação brevemente. 
Actualmente mantenho uma página literária própria, como Emigrante Transmontano em Natal/Brasil, no Portal Recanto das Letras.   
O sitio do Escritor Silvino Potêncio  www.silvinopotencio.net  está aberto a visitas de todos os leitores de Lingua Portuguesa. Conta já com mais de 56.000 visitantes à data actual. 
Muito grato pela Atenção e receba um Forte e Fraterno Abraço. 

Endereço atual para contato: 

Silvino Potencio
Rua Maçaranduba Nº 7838 – Bairro Pitimbu – Conjunto Cidade Satélite
59067-610 – NATAL – BRASIL 
Email: sspotencio@yahoo.com.br
SKYPE: sspotencio 
www.silvinopotencio.net

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