sábado, 1 de junho de 2019

…conta das rosas para as minhas netas Lara e Joana e para todas as netas e netos no dia mundial da criança

Por: Fernando Calado
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
- Bom dia! 
Disse eu a todas as roseiras que milagrosamente se fazem junho. Perfume. E a cor é tanta que os olhos ficam.
Bom dia!
Disse a roseira que tem muitas rosas, muito bonitas! Perfumadas. Mas todas iguais. É uma roseira muito vaidosa e gosta de morar à beira do caminho para ouvir as pessoas dizer:
- Que rosas tão bonitas e cheiram tão bem!
E a roseira fica toda orgulhosa e no dia seguinte ainda tem mais rosas. Perfumadas. Muito bonitas!
- Obrigado roseira que tens muitas rosas!
Digo eu, mas a roseira não diz nada… mas noto que fica contente e no dia seguinte ainda tem mais rosas e mais e mais! És tão bonita!
Mas perto estão duas pequenas roseiras. Uma tem uma rosa branca e a outra uma rosa cor-de-rosa toda aos caracóis!
- Bom dia rosa branca e rosa aos caracóis!
Das suas pétalas caíram duas lágrimas de orvalho!
… estavam tristes por serem, somente, uma rosa branca e uma rosa aos caracóis e ninguém reparar que estão ali e por ninguém dizer que rosas tão bonitas!
Mas eu fiquei mais feliz e a manhã mais bonita, não por ter muitas rosas, mas por ter uma rosa branca e uma rosa aos caracóis… únicas… diferentes!
As lágrimas das rosas orvalharam os meus olhos e toda a natureza se harmonizou!
…um rouxinol cantava!

Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança. 
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.

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