Bragança foi considerado o pior distrito do país em relação à interrupção de tratamentos por falta de medicamentos, no ano passado.
Mais de metade da população enfrenta a indisponibilidade de fármacos e cerca de 40% recorrem a nova consulta para substituir o medicamento em falta. Os dados foram apresentados pelo Centro de Estudos e Avaliação em Saúde. Porém, este ano o mesmo ainda se verifica.
“Há vários meses que isto acontece, em que nós precisamos da medicação que não existe substituto. O utente chega à farmácia e nós temos que lhe pedir para voltar ao hospital ou ao centro de saúde para fazer novamente consulta e novamente aconselhamento por parte do médico com o intuito de fazer a substituição do medicamento, que não temos possibilidade de o disponibilizar ao utente”, disse Rita Domingues, directora técnica de uma farmácia.
A directora técnica acrescenta ainda que o facto de se tratar de um distrito do interior torna mais difícil a recepção dos medicamentos.
Ana Silva, também directora técnica de uma farmácia, refere que alguns medicamentos são difíceis de adquirir. Um problema para os doentes, porque não podem substitui-los por genéricos ou por outros fármacos similares.
“Alguns há genéricos, mas há médicos que não querem que sejam substituídos. No caso das insulinas houve uma altura, que o utente teve que ir ao médico para substituir por outra, porque similar não havia e não conseguíamos arranjar a que andava a tomar”, explicou Ana Silva.
Alguns medicamentos, como “Sinemet” e “Mysoline”, não estão apenas esgotados no distrito de Bragança, mas a nível nacional.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais
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