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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Leopoldo de Almeida – Busto de Emídio Garcia (1928)

Busto de Emídio Garcia (1928).
Autoria: Leopoldo de Almeida
O busto de Emídio Garcia, da autoria de 
Leopoldo de Almeida (1898-1975)892, um dos mais reputados escultores do século XX, pode ser considerado uma das melhores representações escultóricas de uma figura de relevo nacional executadas pelo artista. Depositado nas reservas do Museu do Abade de Baçal até 2003, o busto transitou para o Liceu quando se comemoravam os 150 anos da instituição, sendo colocado no átrio.
A formação artística que Leopoldo de Almeida recebeu na Escola de Belas-Artes de Lisboa, onde foi aluno do pintor Luciano Freire e do escultor Simões de Almeida (Sobrinho), caracterizou-se por uma visão académica marcada profundamente por uma linguagem classicizante. Mais tarde, a França e a Itália iriam estar presentes no seu per curso artístico, como era habitual no seu tempo, sendo depois professor de escultura e desenho na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa.
Integrando a chamada corrente modernista em Portugal, Leopoldo de Almeida seria um dos vultos mais representativos da escultura do século XX, desenvolvendo um estilo académico modernista representativo do Estado Novo. Prova do grande apreço em que era tida a sua obra, foi a atribuição do Prémio Soares dos Reis, em 1940, ano da realização da famosa Exposição do Mundo Português, ex-libris do regime, onde participou com a estátua alegórica intitulada Soberania.
A sua obra, ligada essencialmente à encomenda pública, e onde constam inúmeros baixos-relevos e bustos, ficaria associada a representações oficiais de figuras marcantes da vida nacional, tais como: Oliveira Martins e António Feliciano de Castilho (Lisboa, Avenida da Liberdade); Nuno Álvares Pereira (Batalha); D. João I (Lisboa, Praça da Figueira); Óscar Carmona (Lisboa, Jardim do Museu da Cidade); Padrão dos Descobrimentos (Lisboa, Belém, em colaboração com Cottinelli Telmo); Calouste Gulbenkian (Lisboa); Alegoria da Justiça (Porto, Palácio da Justiça).
Relativamente ao representado, deve mos referir que o movimento republicano português teve em Emídio Garcia um dos seus vultos mais notáveis. Nascido em Bragança a 6 de janeiro de 1838, Manuel Emídio Garcia, faleceu em Lisboa, a 15 de outubro de 1904, sem assistir à realização dos seus ideais. De Bragança a Coimbra, seria o caminho do estudo que iria traçar o seu percurso como universitário e como cidadão. Enviado para Coimbra para prosseguir a sua formação, primeiro no liceu, e depois na Universidade, a escolha do Curso de Direito (1856-1861) iria ser determinante para o seu futuro. Em 1862, feitas as provas académicas, e recebido o grau de Doutor, estava aberto o cursus honorum que, em 1871, iria culminar com a cátedra.
Ligado profundamente às ideias positivistas de Augusto Comte, cuja influência seria notória nos seus cursos lecionados na Universidade, Emídio Garcia tornar-se-ia também um reputado orador, participando ativamente nos meios culturais coimbrãos, deixando uma extensa obra escrita. Tendo sido procurador à Junta Geral do Distrito de Coimbra (1870 1874), apresentou em 1881 a sua candidatura pelo Porto a deputado pelo Partido Republi-cano. A morte, ocorrida em 1904, privou-o de assistir à implantação da República. É este homem notável que Leopoldo de Almeida retrata no magnífico exemplar bragançano.

Título: Bragança na Época Contemporânea (1820-2012)
Edição: Câmara Municipal de Bragança
Investigação: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
Coordenação: Fernando de Sousa

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