segunda-feira, 2 de setembro de 2019

José Rodrigues – Escultura do Hospital Distrital de Bragança (1973)

José Rodrigues é hoje um dos maiores nomes da arte contemporânea portuguesa, reconhecido nacional e internacionalmente. As suas origens, pese embora o seu nascimento tenha ocorrido em Luanda, estão ligadas a Trás-os-Montes, terra de seus pais.
Sem título [Jardim]. Hospital Distrital de Bragança (1973). Autoria: José Rodrigues


Regressado a Portugal para estudar, viveu nesta região algum tempo, tendo depois ido para o Porto, onde viria a concluir o curso de escultura, na Escola Superior de Belas Artes do Porto (1963), onde exerceu posteriormente a docência. Desde sempre envolvido na vanguarda dos movimentos artísticos, participando em numerosas exposições nacionais e internacionais, e representado em espaços públicos carismáticos, como a Praça da Ribeira do Porto (Cubo da Ribeira), ou a na Basílica de Fátima (escultura tumular de Jacinto Marto, um dos três pastores), José Rodrigues apresenta ainda uma atividade multifacetada, que vai do desenho à cerâmica e à cenografia.
A sua primeira intervenção artística na Cidade de Bragança encontramo-la no Hospital Regional de Bragança, inserindo-se num contexto de colaboração artística com o arquiteto Viana de Lima, autor do edifício. Executada em 1973, e concebida para o átrio, a escultura representa a planta ornamental vulgarmente conhecida por pata-de-cavalo (ligularia tussilaginea), colocada num espelho de água onde são marcados círculos que repetem a forma da planta, criando a ilusão do movimento da superfície líquida.
José Rodrigues, na década de 1970, devido à sua participação na Exposição Internacional de Osaka, teve a oportunidade de contactar diretamente com a sensibilidade artística oriental. Esta experiência teve reflexo na sua obra, concebendo com um espírito de grande poesia a série de esculturas designada genericamente por Jardins, onde se enquadra a peça de Bragança. O artista, transmitindo-nos a sua visão interiorizada dos jardins japoneses, onde a Natureza frequentemente é reproduzida em miniatura pela mão do Homem, torna possível a sua eterna presença e fruição espiritual.

Título: Bragança na Época Contemporânea (1820-2012)
Edição: Câmara Municipal de Bragança
Investigação: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade

Coordenação: Fernando de Sousa

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