O município de Alfândega da Fé teve de repetir, com um orçamento mais elevado, o concurso para a reconstrução do imóvel conhecido por Casa do Adro, por falta de concorrentes na primeira tentativa, confirmou hoje a autarquia.
Trata-se da Casa do Arcebispo D. José de Moura, conhecido na vila do distrito de Bragança, como Casa do Adro, e que se encontra em processo de classificação como imóvel de interesse municipal.
O anúncio do novo concurso para as obras foi publicado hoje em Diário da República com um orçamento superior a 576 mil euros, mais quase 200 mil euros do que o valor estipulado no primeiro concurso lançado há meio ano e que “ficou deserto”, segundo confirmou à Lusa o município.
Esta obra está integrada na última fase da reabilitação urbana de Alfândega da Fé e corresponde à reconstrução da centenária Casa do Arcebispo José de Moura, que nasceu neste concelho do distrito de Bragança, em 1794, e morreu, em Braga, em 1876.
O concurso público destina-se à recuperação e reconstrução do edifício para ali ser exposta arte sacra e obras do escultor José Rodrigues e os interessados têm 30 dias para apresentar propostas.
O projeto faz parte do Plano para a Reabilitação Urbana (PARU) que atribuiu ao município um milhão de euros aplicados em duas fases. A primeira destinou-se a reabilitar o largo com o nome do arcebispo e onde se encontra o edifício conhecido como Casa do Adro.
O novo espaço irá reunir peças de arte sacra que estão espalhadas por vários sítios do concelho e também mostrar exemplares da obra do mestre José Rodrigues, natural deste concelho transmontano, que já o homenageou com a atribuição do seu nome a um Centro Cultural.
A Câmara de Alfândega da Fé fez saber, em outubro, que deu também início ao processo para elevar a monumento com classificação de imóvel de interesse municipal.
A decisão da classificação cabe à autarquia que necessita, contudo, de um parecer do Ministério da Cultura.
Com o início do processo de classificação foi também criada um zona geral de proteção do imóvel.
A Casa do Adro fica situada no largo com o mesmo nome, junto à igreja matriz, e a autarquia destaca a ligação do imóvel à história local.
Foi propriedade de famílias abastadas e importantes do concelho e, por esse motivo, constitui o suporte físico das memórias associadas a figuras notáveis do concelho.
O imóvel teve ao longo dos tempos vários usos, como estação telégrafo-postal da vila de Alfândega da Fé, nos finais do século XIX, e residência do médico-municipal Carlos Augusto de Ataíde Figueiredo Sarmento.
Este edifício assegurou, ainda segundo o município, “ao longo do tempo um papel fulcral na malha urbana desta localidade, conformando o Largo do Adro, local que foi o centro comunitário da vila de Alfândega da Fé”.
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