Bragança revive em exposição dedicada a Vicente Sousa os tempos aúreos do jazz na cidade

Vicente Sousa, um dos primeiros médicos de Bragança, contagiou os brigantinos com as suas sessões de Jazz no Bô Bar. 30 anos depois, uma parte da colecção de discos, cd’s e até revistas do amante deste estilo musical, está exposta no Teatro Municipal de Bragança.

Francisco Sousa, neto de Vicente Sousa, confessa que ficou com o “bichinho” do jazz graças ao avô. "É um grande orgulho poder reviver a colecção dele e mostrá-la ao público de Bragança, depois de alguns anos e sabendo que tanta gente foi educada pelo meu avô, musicalmente falando. Embora já tenha apanhado a parte final de vida do meu avô, absorvi, desde tenra idade, o jazz e fiquei com esse bichinho".
Paulo Xavier, vice-presidente da câmara de Bragança, que foi também proprietário do Bô Bar, estabeleceu relação com Vicente Sousa e recorda as sessões de Jazz com carinho. Uma época em que os brigantinos ficaram mais ricos culturalmente. "Bragança viveu, possivelmente, na altura, estamos a falar de há 30 anos, dos melhores momentos culturais. Tive uma paixão também pelo jazz e ele ajudou, e de que maneira, porque fez com que as pessoas gostassem de jazz. Quando fazíamos as sessões, em que ele punha todo o seu empenho e conhecimento profundo, em que disponibilizou o seu saber, em noites culturais para a cidade, ele não punha só música, era o comentário da evolução do próprio jazz.
A exposição foi inaugurada no dia mundial da música, terça-feira, como forma de marcar o arranque do festival Bragança Jazz. Sara Pinto, Bernardo Moreira e a Orquestra de Jazz de Matosinhos são músicos portugueses que vão pisar o palco este ano. O jazz português é a característica desta edição, explica Helena Genísio, directora do teatro municipal. "Este mês vamos destacar o jazz em português, é a característica distintiva deste festival. É Bragança Jazz com muito jazz em português e muito jazz de gente jovem".
Vicente Sousa vai ser homenageado a título póstumo no dia 19 de Outubro em Bragança.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais