Hélder de Carvalho – Homenagem ao Carteiro (2002)

Hélder de Carvalho (Hélder José Teixeira de Carvalho), nascido em Carrazeda de Ansiães, forma-se em Artes Plásticas na Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde teve como professores vultos importantes da Arte Contemporânea Portuguesa, como Júlio Resende, Gustavo Bastos, Alberto Carneiro e Zulmiro de Carvalho. Professor no Departamento de Artes Visuais na Escola Superior de Educação em Bragança, tem participado em diversas exposições e recebido vários prémios ao longo da sua carreira como escultor, encontrando-se representado nas coleções de prestigiosos museus do País, entre os quais se destaca o Museu Abade de Baçal, sendo também de referir a sua produção escultórica destinada a espaços públicos.

Neste último contexto, inserem-se quatro dos seus trabalhos em Bragança: a Homenagem ao Carteiro (2002); Homenagem ao General Humberto Delgado (2004); Homenagem a Paulo Quintela (2005); e a Homenagem à Caça.
O conjunto escultórico conhecido por Homenagem ao Carteiro foi colocado no Largo dos Correios, em frente do edifício que lhe deu nome. Em junho de 2001, tomamos conhecimento de que foram apresentadas duas propostas pelo artista (referidas numa carta sua de 24 de maio de 2001), tendo sido aprovada por unanimidade aquela que contemplava a execução global do projeto. Na memória descritiva, refere-se que a obra devia ser colocada em frente do Edifício dos Correios, no centro urbano da Cidade de Bragança – Praça Cavaleiro de Ferreira, com o objetivo de fazer perdurar a memória da figura do carteiro, elemento fundamental na vivência de outras épocas, aguardado sempre com uma certa ansiedade pelas populações, já que pela sua mão chegavam as notícias esperadas em alguma altura das suas vidas.
Servindo de enquadramento ao carteiro, portador da carta que simboliza a sua atividade, o escultor coloca “um outro elemento escultórico depurado que remete para a leitura da fachada do edifício dos Correios”, contemporâneo do funcionário representado.
Ainda de acordo com as palavras do artista, foi tida em consideração “a articulação do conjunto escultórico de acordo com o espaço existente, de modo a impor a sua leitura sem retirar funcionalidade ao mesmo”.

Título: Bragança na Época Contemporânea (1820-2012)
Edição: Câmara Municipal de Bragança
Investigação: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
Coordenação: Fernando de Sousa