quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

A MOÇA TEIMOSA

Era uma vez um homem que tinha uma filha com quem vivia.
Quando a filha chegou à idade de casar, não faltavam pretendentes, porque o pai possuía umas boas terras.
Porém quando vinham pedir a filha, o pai dizia sempre:
- Por mim está bem, mas tenho que lhe dizer, que ela é muito teimosa.
Por fim apareceu um, pois os outros desanimavam, que respondeu ao pai:
- Está bem. Olhe, eu também sou muito teimoso e então vamos fazer farinha.
Arranjaram tudo e casaram.
À noite, quando se iam deitar, o noivo levou uma arma que colocou ao lado da cama.
A noiva admirada perguntou-lhe para que era a arma, ao que ele disse, que era sempre bom ter uma defesa ao lado.
Deitaram-se (era no tempo das candeias) e o moço disse para a noiva, que apagasse a candeia. Ela respondeu que a apagasse ele. Por sua vez teimou que fosse ela e daí uma teimosia entre os dois.
O homem pega na arma e com um tiro, apagou a candeia. A moça tão assustada, não deu mais pio. O homem foi-lhe dizendo:
- É assim que eu curo os teimosos... Não houve mais barulho e foram felizes.

RECOLHA (1985) de Branca do Sacramento Rodrigues, Sambade – Alfândega da Fé.

FICHA TÉCNICA:
Título: CANCIONEIRO TRANSMONTANO 2005
Autor do projecto: CHRYS CHRYSTELLO
Fotografia e design: LUÍS CANOTILHO
Pintura: HELENA CANOTILHO (capa e início dos capítulos)
Edição: SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BRAGANÇA
Recolha de textos 2005: EDUARDO ALVES E SANDRA ROCHA
Recolha de textos 1985: BELARMINO AUGUSTO AFONSO
Na edição de 1985: ilustrações de José Amaro
Edição de 1985: DELEGAÇÃO DA JUNTA CENTRAL DAS CASAS DO POVO DE
BRAGANÇA, ELEUTÉRIO ALVES e NARCISO GOMES
Transcrição musical 1985: ALBERTO ANÍBAL FERREIRA
Iimpressão e acabamento: ROCHA ARTES GRÁFICAS, V. N. GAIA

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