Municípios espanhóis exigem construção da auto-estrada que ligue Zamora à fronteira portuguesa

Os municípios espanhóis das comarcas de Aliste, Alba e Tierra del Pan, tomam posição para exigir a construção da auto-estrada que deverá ligar Zamora à fronteira portuguesa.

Será assim pedido ao Governo espanhol e ao Ministro dos Transportes, Mobilidade e Agenda Urbana, que, de forma definitiva, se aborde a conversão da nacional 122 em auto-estrada. Foi este o resultado de uma reunião que juntou, em Alcanices, vários presidentes dos municípios interessados na construção.

“Já estamos fartos dos acidentes no tramo da nacional 122. Passar por esta estrada é um suplicio, o transito de camiões é muito grande. Tem que haver um compromisso sério e firme do estado Espanhol para que a auto-estrada se torne realidade. Vamos enviar cartas para a comissão europeia e para o ministro. Queremos que Pedro Sanchez passe por aqui para comprovar os perigos desta estrada”, disse Vanessa Mezquita, alcaldesa de San Vitero e responsável pela realização da reunião.

Vanessa Mezquita mostrou-se também descontente com o dinheiro que tem sido gasto com estudos de impacto ambiental, já que até agora ainda não se chegou a lado nenhum.

Em Alcanices a estrada nacional passa pelo meio da povoação. Jesús Lorenzo, presidente do município, frisou que a situação é um verdadeiro perigo para as pessoas que frequentam as ruas nas suas rotinas diárias.

“Se alguém necessita é Alcanices. Temos esta passadeira, andamos todos os dias para baixo e para cima e este é o único ponto que temos para passar. Já houve aqui quatro atropelamentos nesta passadeira. Não temos sequer um semáforo”, disse.

Luis Alonso é presidente de Muelas del Pan, o município onde os acidentes rodoviários mataram mais gente. Segundo o autarca, a auto-estrada, além de reduzir este problema, criaria uma boa relação económica com Portugal.

“Esta é a zona que, por desgraça, tem havido mais acidentes mortais. Preocupação é segurança. Também é a zona mais despovoada de Zamora e uma boa comunicação com os nossos vizinhos portugueses vai beneficiar uma boa economia”, explicou.

Do lado português, na reunião, esteve o presidente da câmara de Miranda do Douro. Artur Nunes disse querer fazer parte da solução de um problema que é de todos e espera que o Governo espanhol faça o seu papel.

“Acho que olhando para Portugal e olhando para a Península Ibérica, devem olhar para nós como exemplo de um compromisso do lado português, que nós estamos à espera que os espanhóis também cumpram o compromisso de ligar Portugal a Espanha, através da A11, para que não se continuem a dar estes acidentes e penso que é justo criar-se esta A11 e fazê-la definitivamente”, acrescentou.

A recolha de assinaturas, para que a auto-estrada seja uma realidade, foi uma das várias propostas discutidas, numa reunião que pôs em contacto presidentes e utilizadores do traçado e onde muito se ouviu que tudo continua como estava há 20 anos.

Escrito por Brigantia

Jornalista: Carina Alves