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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 8 de fevereiro de 2020

POR QUE ESTÃO A DESAPARECER OS PIRILAMPOS?

Os pirilampos têm três problemas: luz artificial, pesticidas e perda de habitat, revela um novo estudo científico. Estas ameaças podem mesmo acabar por extinguir algumas das 2.000 espécies de pirilampos do planeta.

Os pirilampos têm uma capacidade muito rara entre os animais terrestres: são bioluminescentes. Estes escaravelhos, pertencentes à família Lampyridae, produzem luz, através de uma reacção química, para atrair parceiros. Mais concretamente as fêmeas, que não voam.

Estas fêmeas podem produzir luz durante horas para atrair um macho. Mas o seu esforço parece ser cada vez mais inglório.

A perda de habitat, o uso de pesticidas e as luzes artificiais são as três maiores ameaças às cerca de 2.000 espécies de pirilampos actualmente conhecidas no planeta, descobriu uma equipa de investigadores coordenada pela Universidade norte-americana de Tufts e pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

O estudo, publicado a 3 de Fevereiro na revista científica BioScience, alerta mesmo que estas três ameaças empurram várias espécies de pirilampos para a extinção.

Para compreender melhor que desafios enfrentam os pirilampos, a equipa liderada por Sara Lewis, da Universidade de Tufts, contactou especialistas em pirilampos de todo o mundo para tentar ter uma ideia das maiores ameaças à sobrevivência das suas espécies locais.

Segundo as respostas destes especialistas, a perda de habitat é a maior ameaça à sobrevivência dos pirilampos na maior parte das regiões do planeta, seguida da luz artificial, mais concretamente da poluição luminosa, e do uso de pesticidas.

“Muitas espécies selvagens estão em declínio porque o seu habitat está a ficar cada vez mais reduzido”, disse Sara Lewis em comunicado. “Por isso não foi para nós uma grande surpresa que esta fosse considerada a maior ameaça.”

Alguns pirilampos sofrem especialmente quando o seu habitat desaparece porque precisam de condições específicas para completar o seu ciclo de vida. Como é o caso do pirilampo da Malásia (Pteroptyx tener), famoso pela emissão de luz sincronizada e um especialista em mangais. Estudos anteriores mostraram declínios drásticos nesta espécie, depois da conversão dos seus mangais em plantações para produção de óleo de palma e em aquaculturas.

Para os cientistas, um resultado surpreendente deste estudo foi o facto de, a nível mundial, a poluição luminosa ser considerada a segunda ameaça mais grave aos pirilampos.

A luz artificial à noite aumentou exponencialmente no último século. “Além de perturbar os biorritmos naturais – incluindo o nosso -, a poluição luminosa atrapalha mesmo os rituais de acasalamento dos pirilampos”, explicou Avalon Owens, investigador na mesma universidade e co-autor do estudo. Muitos pirilampos dependem da bioluminescência para encontrar e atrair os seus parceiros. Demasiada luz artificial pode interferir com esta forma de corte do reino dos insectos.

Os especialistas em pirilampos consideram que o uso cada vez maior de pesticidas agrícolas é outra ameaça grave à sobrevivência destes animais. A maior parte da exposição ocorre durante as fases larvares, porque os juvenis passam até dois anos debaixo do solo ou debaixo de água. Insecticidas como os neonicotinoides são concebidos para matar pragas mas também acabam por matar insectos benéficos. “Apesar de ainda ser necessária mais investigação, as provas mostram que muitos dos insecticidas usados normalmente são prejudiciais aos pirilampos”, escrevem os investigadores.

De uma forma geral, faltam dados a longo prazo sobre as tendências populacionais dos pirilampos, apesar de já existirem alguns estudos que quantificaram os declínios populacionais de algumas espécies.

Por exemplo, em 2018, foi criado o Grupo de Peritos em Pirilampos da UICN para avaliar o estatuto de conservação e o risco de extinção destes insectos a nível mundial. Os responsáveis deste grupo são, precisamente, Sara Lewis e Sonny Wong, da Sociedade Malaia da Natureza e co-autor do estudo. Até ao final deste ano, este grupo prevê, por exemplo, publicar a revisão mundial das ameaças à extinção dos pirilampos.

Ao chamar a atenção para estas ameaças e ao avaliar os estatutos de conservação das espécies de pirilampos de todo o mundo, os investigadores pretendem preservar as luzes mágicas destes insectos para as gerações futuras apreciarem.

“O nosso objectivo é tornar este conhecimento acessível a gestores de terras, a decisores políticos e a todos os fãs de pirilampos”, comentou Sonny Wong.

“Queremos que os pirilampos continuem a iluminar as nossas noites durante muito, muito tempo.”

Nos últimos anos, diversos estudos científicos têm demonstrado que há cada vez menos insectos.

No mês passado, mais de 70 cientistas, incluindo investigadores portugueses, lançaram um roteiro para travar o declínio mundial destes animais.

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