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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

TORRE DE MONCORVO: A TERRA DO BISAVÔ DE JORGE LUÍS BORGES

Fez dia 24 de Agosto de 2019, 120 anos que nasceu Jorge Luís Borges. Um dos antepassados, o bisavô paterno, era de Torre de Moncorvo.

Francisco Borges deixou Moncorvo numa expedição militar para defender Colónia del Sacramento.  É uma bonita cidade que hoje pertence ao Uruguai e que permite o controlo da foz do Rio da Prata. Do outro lado da foz encontra-se Buenos Aires.
Jorge Luís Borges
Rua de Portugal em Colónia del Sacramento créditos: Who Trips
Colónia del Sacramento foi fundada pelos portugueses em 1608. Por sete vezes trocou de administração entre portugueses e espanhóis e ainda fez parte do Brasil. Foi aqui que começou um enigma que levou vários anos a descobrir.
Centro Cultural Jorge Luís Borges em Buenos Aires créditos: Who Trips
O genial escritor argentino falava na sua antecedência portuguesa, os Borges de Moncorvo mas, como salienta o historiador Nelson Rebanda, por vezes era difícil separar a ficção da realidade na vida e obra de Jorge Luís Borges.
Igreja Matriz de Moncorvo créditos: Who Trips
“Ele lembrou-se de dizer isso já numa fase avançada da sua vida. Até dedicou um poema aos seus antepassados, os Borges. Foi mais ou menos nos anos 70”. Ele esteve para vir a Moncorvo por volta de 1985 mas essa visita não se chegou a concretizar. Havia quem colocasse em dúvida esta referência de Jorge Luís Borges, “que fosse mais um dos jogos borgianos”.

Largo em frente da igreja de Torre de Moncorvo créditos: Who Trips
É mais ou menos nesta altura, na década de 80, quando Jorge Luís Borges criou a expectativa de visitar Torre de Moncorvo, que Nelson Rebanda começou a investigar a origem do escritor em Portugal. Conjuntamente com outras investigações em vários arquivos chegaram ao rasto do bisavô, aos Borges de Moncorvo.
Torre de Moncorvo créditos: Who Trips
Segundo Nelson Rebanda, havia várias famílias com o nome de Borges. Uma delas, que será a do bisavô de Jorge Luís Borges, eram os Borges de Castro. Tinham vários terrenos e casas e até eram proprietários da aldeia Peredo dos Castelhanos. Na investigação efetuada descobriu-se que o bisavô saiu de Moncorvo no final do século XVIII, início do século XIX, numa expedição militar para a Foz do Rio Prata, ainda antes da independência do Brasil.

Igreja Matriz de Moncorvo créditos: Who Trips
“Hoje não há margem para dúvidas, para afirmar que Jorge Luis Borges tinha raízes aqui”.

Segundo a memória da família, o bisavô chegou ao Rio da Prata em 1817. 12 anos depois casou em Montevideu com uma argentina. Tiveram um filho, Francisco Borges Lafinur que casou com uma inglesa e também foi militar.

Jorge Luís Borges dedica-lhe um poema – Alusão à morte do coronel Francisco Borges.

Na altura em que o bisavô de Jorge Luís Borges partiu para a expedição militar Torre de Moncorvo tinha grande relevância política e económica em Trás-os-Montes.
Torre de Moncorvo créditos: Who Trips
Dos Borges de Castro já não há memória em Torre de Moncorvo. O bisneto tem o nome numa avenida e um companheiro de armas do bisavô dá o nome a um largo.
Acesso ao Largo Claudino Pimentel créditos: Who Trips
O General Claudino Pimentel partiu na mesma expedição para defender Colónia del Sacramento. O largo fica mesmo em frente da lindíssima e enorme igreja Matriz ou da Nossa Senhora da Assunção.
Interior da igreja Matriz créditos: Who Trips
Já estava construída quando da expedição militar. O órgão da igreja é que é mais ou menos da mesma época.
Órgão da igreja créditos: Who Trips
A igreja e o órgão merecem outra visita mais detalhada, como também o Museu do Ferro onde se guardam outras memórias desta região associada à extração mineira.


Uma visita a Torre de Moncorvo tem de passar obrigatoriamente pela rua dos Sapateiros, a judiaria e o chamado castelo, uma fortificação medieval.
Rua no centro histórico de Torre de Moncorvo créditos: Who Trips
Obrigatório é também saborear um doce de castanha antes de passear pelas ruas do núcleo medieval e renascentista.
créditos: Who Trips
Pequenas casas com varandas e trabalhos decorativos em madeira não ficam aquém, em termos de beleza, de vários solares. Por último, a cordialidade dos anfitriões.


Jorge Luís Borges nasceu em 1899 em Buenos Aires e morreu em 1986 na Suíça, aos 86 anos de idade. É um dos maiores vultos da literatura e poesia sul-americana.
Historiador Nelson Rebanda créditos: Who Trips

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