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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 6 de março de 2020

AS RELAÇÕES DE BRAGANÇA COM ESPANHA NO SÉCULO XIX

No século XIX, período da instauração e consolidação do liberalismo em Portugal e Espanha, os dois países, se bem que com alguns desfasamentos cronológicos, conheceram uma história paralela, uma evolução de certo modo semelhante até às crises de 1890-1898, que afetaram os dois países de forma significativa. Veríssimo Serrão escreveu que, por força dos laços de vizinhança “a que se juntaram as vicissitudes políticas da Espanha liberal, nenhum outro país teve com Portugal, na segunda metade do século XIX, relações mais estreitas e melindrosas”.
Foi uma época caracterizada por importante relacionamento político e económico, sobretudo a partir de 1820, com a instauração do regime liberal em Portugal. Sob o ponto de vista político-militar, importa referir que em nenhuma outra época da história dos dois Estados peninsulares se detetam tantos movimentos militares, autorizados, consentidos ou forçados, como aqueles que se desenvolveram entre 1823 e 1847, tendo sido Bragança, pela sua localização geográfica, uma das cidades de maior protagonismo intrapeninsular. Basta lembrar a retirada da Divisão Transmontana do segundo conde de Amarante, em 1823, para Espanha, onde se manteve vários meses, com total autonomia de comando e de ação; as várias invasões das tropas portuguesas absolutistas vindas de Espanha e suas retiradas para o mesmo país em 1826-1827, pela Cidade do Nordeste Transmontano; as movimentações de forças militares portuguesas e espanholas, além de civis, nesta região fronteiriça, em 1834; a entrada em Portugal, por Bragança, em 1837, de uma das brigadas da Divisão Portuguesa que combatera em Espanha os carlistas; a fuga para Espanha e posterior regresso de forças militares e civis, por aquela Cidade, no âmbito da Patuleia; e a entrada do exército espanhol em Portugal por Bragança, comandado pelo general Manuel de la Concha em 1847.
Tais movimentações, a partir da Regeneração em Portugal (1851), vão atenuar-se fortemente. E a partir de 1870-1875, por razões que agora não importa analisar, mas que se prendem com a afirmação dos nacionalismos, a delimitação e controlo rigoroso das fronteiras, e com a lenta mas irreversível construção dos espaços económicos nacionais, que então se estruturam graças aos caminhos-de-ferro, os dois Estados peninsulares irão manifestar a vontade política de se afastarem progressivamente.
É neste contexto que importa analisar as relações do Município de Bragança com a Espanha, inseridas logicamente, no âmbito das relações de Trás-os-Montes com a Galiza e Castela-Leão, estas últimas, objeto de um profundo estudo por Maria da Graça Martins, que na sua tese de doutoramento estudou as relações do Nordeste Trasmontano com Castela-Leão no século XIX.
Tendo em consideração este facto, iremos pois, analisar, as relações do Município de Bragança com a Espanha no século XIX, basicamente através da correspondência do Governo Civil de Bragança, sobretudo no domínio sociopolítico.

CONTINUA...

Título: Bragança na Época Contemporânea (1820-2012)
Edição: Câmara Municipal de Bragança
Investigação: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
Coordenação: Fernando de Sousa

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