segunda-feira, 2 de março de 2020

Autarca de Vimioso crítica motivos que levaram ao chumbo de documentos para regadio de Santulhão

Em 2018 previa-se que o concelho de Vimioso iria ter, a curto prazo, o primeiro sistema de regadio.
O projecto para o Aproveitamento Hidroagrícola de Santulhão, que estava inserido no Plano Nacional de Regadios, tinha garantia de financiamento e o município avançou com os estudos Prévio, de Impacto Ambiental e de Viabilidade Económica. Segundo avançou agora, Jorge Fidalgo, presidente da câmara de Vimioso, os documentos foram chumbados. O projecto é da responsabilidade da Direcção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, entidade, que o financiaria a 100%, com a qual o autarca se mostra descontente. “Fui com a equipa projectista à DGADR, em 2018, e deram a informação à equipa técnica de como deveria ser feito o projecto. Nesse ano, em Novembro, mandei, por email, para a DGADR, o estudo prévio e de viabilidade económica e nunca me responderam. Apareceram as candidaturas e nós candidatamos, enviando a versão final do estudo prévio e de viabilidade económica, já mais avançados que o exigido, para a DGADR. O parecer foi desfavorável, quer para um quer para outro. Mas porquê? E disseram-nos que não sabiam se iria ter água. Não sabiam ter visto isso antes?”.

Jorge Fidalgo garante que já transmitiu o seu descontentamento ao Primeiro-Ministro, António Costa, e acrescenta que quer ver a situação resolvida. “É inaceitável, uma falta de respeito e de consideração por quem andou a investir tanto dinheiro em projectos e quer concretiza-lo. De todos, daquilo que tenho conhecimento, é o mais pequeno e com menor financiamento necessário. Era exemplificativo para o concelho e até para o planalto mirandês que não tem, praticamente, um grande regadio. Trasmiti isto ao senhor Primeiro-Ministro e ou se resolve a situação ou isto é, de facto, a desconsideração total”.

O presidente da câmara de Vimioso sublinha que, caso o projecto não se concretize, a culpa é dos organismos do Estado, neste caso da DGADR. “É caricato, é anedótico até. Eu não vou permitir isto. É o único regadio, dos que eu conheça daqui, mapeado no Plano Nacional de Regadios. Quem o mapeou foi o Governo e se o fez é porque acredita que ali é para ser feito um regadio e é uma coisa pequena. Se não se concretizar, nesta caso, a culpa é toda dos organismos de Estado, neste caso da DGADR”.

O regadio serviria cerca de duas centenas de hectares e traduz-se num investimento na ordem dos 4 a 5 milhões de euros.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

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