A Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes vai criar uma bolsa de cerca de um milhão de euros para combater os efeitos do Covid-19 no território. A principal prioridade é traçar um plano dirigido, especialmente, aos utentes e funcionários dos lares da região.
Apesar das medidas anunciadas, recentemente pelo Governo, o que é facto é que as Terras de Trás-os-Montes não foram contempladas nesta primeira fase do plano. Para evitar situações limite no território a CIM das Terras de Trás-os-Montes pretende ver o plano a avançar de imediato e já entrou em contacto com o Governo, com a ARS-Norte e ULS-NE solicitando esclarecimentos sobre as medidas que vão ser adotadas, prazos previstos para tal e demonstrando total disponibilidade para colaborar no processo.
A CIM está disponível para apoiar financeiramente a realização de testes aos idosos institucionalizados e aos seus cuidadores, contribuindo assim para evitar a propagação de casos nos lares de terceira idade, apostando no isolamento e acompanhamento dos casos positivos, assegurando também as respostas necessárias aos negativos.
A mediada é considerada como fulcral para evitar a replicação de situações já vividas noutras zonas do país e acautelar a “falência” das respostas aos idosos institucionalizados, provocada também pela escassez de recursos humanos, que, dia após dias, com o avançar dos números da pandemia, são colocados em quarentena obrigatória. Esta é também uma forma de diminuir a pressão sobre os hospitais, contribuindo simultaneamente para salvar vidas.
O plano de ação passará pela aquisição dos testes, definição de locais para acolhimento das pessoas, reforço do projeto da bolsa de voluntários e possível recrutamento de profissionais com formação específica na área.
Esta foi uma das principais conclusões da reunião extraordinária do Conselho Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes, realizada no passado sábado através de videoconferência. Na altura, os autarcas dos nove municípios que integram a CIM das Terras de Trás-os-Montes reconheceram a necessidade de criar um Centro de Diagnóstico no território. No distrito existe apenas um Centro Móvel de recolha, situado em Macedo de Cavaleiros, que dizem ser insuficiente. Não compreendem porque é que a área abrangida pela ULS-NE, na qual se incluem as Terras de Trás-os-Montes, foi excluída deste processo, até porque existe capacidade instalada para efetuar os testes. Por isso, reivindicam a instalação de um Centro de Diagnóstico para a Covid-19 e falam em discriminação negativa e marginalização de um território que pelas características da sua população é muito vulnerável a esta pandemia.
A vulnerabilidade da população do território é também o que leva a CIM das Terras de Trás-os-Montes a levantar a voz contra a suspensão da quarentena obrigatória para os emigrantes que entram nas Terras de Trás-os-Montes. A CIM não entende a suspensão da medida, principalmente numa altura em que o país está em estado de emergência e exige a sua reposição, alargando-a a todos os migrantes. Neste campo reivindica também um controlo mais apertado nas fronteiras, nomeadamente a nível sanitário.
A entrada de pessoas vindas de países ou outras regiões com altos índices de contaminação preocupa CIM das Terras de Trás-os-Montes, que apela ao civismo e bom senso dos emigrantes para que cumpram voluntariamente a quarentena profilática, protegendo-se e protegendo toda a comunidade e relembra que “a liberdade individual termina quando começa a do outro”.
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