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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 22 de maio de 2020

FRAGMENTOS - Comentando o livro de ACAS

Nas minhas buscas de internauta, encontrei este depoimento a respeito de um dos livros do estimado colaborador deste blogue, Antônio Carlos Affonso dos Santos - ACAS, feito por um jornalista da Bahia (Vitória da Conquista).
Certamente que a modéstia que o caracteriza, impediu-o de me enviar este reconhecimento de mérito que tem patenteado, igualmente, nos textos que têm sido publicados no Memórias... e outras coisas.

Aqui fica por ser de inteira justiça que os leitores e amigos deste nosso espaço o saibam.

Grande abraço amigo Antônio e perdoe-me esta intromissão.
HM
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O escritor paulista Antonio Carlos Affonso dos Santos, vencedor de alguns concursos literários realizados em São Paulo, em seu livro FRAGMENTOS, coletânea de Contos, Crônicas e Poemas, muito bem dispostos nas 127 páginas da obra, Editora Nativa – 2004 – entrega-nos ao prazer viajor, uma obra magnífica, da lavra de um escritor que prima pela vernácula, quando conta histórias ou comenta fatos cotidianos com estilo, leveza e profundidade, descrevendo Taboão da Serra, a Grande São Paulo e outras cidades paulistas, ao mesmo tempo, brinda-nos com alguns textos que nos remetem à sua infância rural, carregados de uma linguagem bem característica dos colóquios usuais nas fazendas de café, além de outros tantos relativos à vida na periferia paulista. Sem falar nas investidas do autor pelo cone sul, com a narração fidedigna de suas bonanças e temporais.

Assim, utilizando-se de temas universais, desde o primeiro conto, ACAS em El Tanguero, com incrível capacidade de síntese, em pouco mais de uma página, relata a chegada de um uruguaio - cantor de tangos em uma cidade, cuja fama era de ser “o maior abridor de trancas de quarto de mulher casada,  mal amada e de moça solteirona casadoura ... que só tem Pensamentos Vadios... (sic)”.

Nos sonhos e pensamentos do autor passam fatos os mais diversos, todos descritos com a prosa poética que lhe é peculiar e que nos enche de brios pelas narrações de extrema fidelidade do dia-a-dia do nosso povo. A posse de Barromeu, o dentista que fez uma “ponte (que caiu)” para suprir os dentes que sua mulher perdeu ao levar um soco do sacristão.  Histórias do outro mundo, OVNIS, na verdade há um pouco do muito que vivenciamos neste Mundo. E com certeza, o autor baseou-se em fatos reais, em deduções e idéias que tornam a leitura da sua obra, agradável e educativa a um só tempo. É uma obra fascinante e o leitor, mal termina a leitura de um texto, entra de corpo e alma na seguinte, sob o quase torpor a que está submetido. Há que fazer uma pequena pausa para retomar a leitura do texto seguinte, e assim por diante, até que... como se assistisse uma película, cujo final não se pode definir ao certo - um trem partindo, uma mulher chorando na estação, um avião decolando, um ônibus sumindo na curva do tempo, um navio tragado pelo horizonte marítimo, chegamos à última parte, Temas da Periferia, com dois poemas e um conto de excelente conteúdo e estilo valoroso.

Comentar obra tão simples quanto complexa, pelos diversos elementos nela introduzidos dada a vasta cultura do autor não é tarefa fácil para quem, como eu, também tem uma identidade interiorana, mesclada pela vida urbana, em pequenas e grandes metrópoles, conhecendo, mesmo de passagem, alguns aspectos do meio rural e a linguagem usual do povo do interior, bem como seus sonhos e percalços.

Ao final, posso declinar que o escritor Antonio Carlos Affonso dos Santos, que utiliza-se do pseudônimo ACAS é um dos escritores eruditos que aborda temas os mais diversos, com estilo originalíssimo que muito nos apraz. Um escritor ainda sem a devida fama, o devido reconhecimento, algo que torna-se cada vez mais triste num país que vive uma grande inversão de valores.

E pensar que, mesmo vivendo na Grande São Paulo, um grande e valoroso escritor brasileiro não consiga patrocínio para a sua produção intelectual, uma instituição cultural, a prefeitura da sua cidade -Taboão da Serra - para publicar sua obra, hoje bem mais volumosa, para que todo o Brasil pudesse conhecer o grande escritor paulista.

Esperamos que isso ainda venha a acontecer, mas o tempo não pára e está na hora dos políticos acordarem para a realização de investimentos na verdadeira cultura para evitar que a droga, a criminalidade e a corrupção, sejam o escoadouro dos recursos públicos, justamente por faltar o essencial para a formação das nossas crianças e adolescentes: O Hábito da Leitura e a Motivação para que Crianças e Adolescentes Tenham Contato Permanente com as Artes em geral.

Grande obra, querido amigo e excelente Escritor, Antonio Carlos Affonso dos Santos - ACAS. Meus parabéns.


Ricardo De Benedictis
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Antônio Carlos Affonso dos SantosACAS. É natural de Cravinhos-SP. É Físico, poeta e contista. Tem textos publicados em 8 livros, sendo 4 “solos e entre eles, o Pequeno Dicionário de Caipirês e o livro infantil “A Sementinha” além de quatro outros publicados em antologias junto a outros escritores.

2 comentários:

  1. Caro amigo Henrique,
    É com muita emoção que li e vi,sua homenagem a este escrevinhador caipira, dando a público uma homenagem que um amigo virtual e colega de blog de literatura,o advogado, jornalista,radialista e músico,Ricardo de Benedictis, de vitória da Conquista,Bahia, Brasil, me fez no distante ano de 2004.
    Embora não creio ser merecedor,mesmo assim agradeço,com muita emoção.
    Não sei se é pelo fato de estar em isolamento social desde 13 de março do corrente ano, que me fez ficar mais sensível, porém quero dizer ao Henrique e ao povo transmontano que amo vocês todos. Sei que dificilmente irei conhecer Portugal e a cidade de Bragança,por muitos motivos,mas posso dizer a vocês o respeito e admiração que tenho por vós.
    - Amizade é coisa séria!
    Pensamento de Sêneca: - "quando o homem não sabe qual porto está procurando, qualquer vento lhe serve de orientação"!

    Estou feliz com a homenagem.

    Gratidão!

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  2. Parabéns, caro amigo António Santos. É uma momenagem bem merecida. Um abraço.

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