terça-feira, 23 de junho de 2020

Mais um verão sem comboio e sem barco no vale do Tua

O plano de mobilidade continua atrasado, as obras na linha ferroviária entre Brunheda e Mirandela ainda decorrem.

O diretor do Parque Natural Regional diz que a culpa dos atrasos é do Governo.
Desde 2017 que anda a ser anunciado o regresso do comboio ao que resta da linha do Tua.
Todos os anos se acredita que haverá mais turistas no vale, mas chega o verão e as expetativas saem goradas.
O comboio Tua Express da empresa de Mário Ferreira continua guardado na estação de Mirandela. O barco rabelo que complementa o plano de mobilidade mantém-se atracado no cais da Brunheda, em Carrazeda de Ansiães. Nos outros concelhos vale (Alijó, Murça e Vila Flor) também aumenta o pessimismo.
O presidente da Agência Regional de Desenvolvimento do Vale do Tua, João Gonçalves, confirma que este verão não haverá plano de mobilidade, mas acredita que acabará por ser concretizado em breve:
“Houve um ligeiro atraso, perfeitamente compreensível e face ao enquadramento da pandemia, mas creio que em meados do próximo mês essas obras estarão terminadas. É um passo muito importante para que a entidade responsável, nomeadamente o IMT, possa desinterditar a linha e prosseguirem os trabalhos necessários para o objetivo final, que é o operador estar em condições de testar material circulante na linha. Estas coisas são em cadência, porque umas não começam sem acabarem outras. Penso que estamos no bom caminho, não para começar a operar a curto prazo, mas julgo que continua possível chegarmos ao objetivo a breve prazo.” 
Artur Cascarejo, que era presidente da Câmara de Alijó quando a barragem de Foz-Tua começou a ser construída e é agora o diretor do Parque Natural Regional do Vale do Tua, assume estar farto de esperar e atira as culpas dos atrasos para o Governo:
“Quem tem falhado nisto não somos nós, é mais uma vez a Administração Central. Espero que não falhe agora que estamos na fase final. O que falta é que o Estado licencie a operação e transfira as verbas a que se comprometeu em contratos assinados. Está na hora de cumprirem o que prometeram quando cá estiveram a dizer que isto era um projeto âncora.” 
No próximo mês de julho a presidência da Agência de Desenvolvimento Regional passa para a ser assumida pela autarca de Mirandela, Júlia Rodrigues, que terá de dar os próximos passos neste processo para ver se em 2021 será de vez.


Foto: Cortesia Eduardo Pinto
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Ansiães)

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