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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Bragança: Uma aldeia de outros tempos entre muralhas

A cidadela de Bragança é um pequeno aglomerado de ruas tranquilas com encanto próprio e percorre-se em poucos minutos. Mas para ver e conhecer a sério, convém não ter pressa, pois as ruas têm muito a revelar.
Depois de se cruzar a estreita Porta da Vila, entra-se naquilo que parece uma aldeia de outros tempos. A cidadela de Bragança é um pequeno aglomerado de ruas tranquilas com encanto próprio e percorre-se em poucos minutos. Mas para ver e conhecer a sério, convém não ter pressa, pois as ruas (parece só uma, mas a meio ela muda de nome) que ligam esta porta da muralha à imponente Torre de Menagem e à lendária Torre da Princesa têm muito a revelar.

Logo no número 24 da Rua D. Fernão “O Bravo” funciona o Museu Ibérico da Máscara e do Traje, que mostra em três pisos as tradições ligadas às festas dos rapazes ou dos caretos, que se celebram no inverno no nordeste transmontano e em toda a região raiana, inluindo na Galiza. Ali pode-se percorrer uma coleção de máscaras e fatos das festas e ainda ficar a conhecer os artesãos da região.

Uns metros mais à frente, já com o castelo à vista, está a Taberna do Javali, restaurante, cafetaria e bar, aberto em abril do ano passado por Flávio Gonçalves. Membro de uma família de cozinheiros – os pais são os donos d´O Javali e os primos são os irmãos Geadas – recentemente distinguidos com uma estrela Michelin – Flávio quis fazer algo diferente. Foi assim que apostou na carne de javali, seja em sandes, francesinhas, em arroz cremoso e chouriça, mas não é de correr para provar – em janeiro, a taberna encerra, para reabrir em fevereiro.
Trufa de butelo com casulas, maionese de cebola roxa e rebentos de mostarda da Tasca do ZéTuga. (Fotografia: Rui Manuel Ferreira/GI)
Para uma experiência gastronómica mais sofisticada, basta procurar, na rua ao lado, a Tasca do ZéTuga, do chef Luís Portugal, que muitos devem conhecer do programa televisivo Masterchef. Aqui, o chef transmontano gosta de apresentar a sua cozinha criativa baseada em bons produtos portugueses – a maior parte deles transmontanos. Com o castelo como pano de fundo, o restaurante é um dos chamarizes da Bragança intramuralhas e o chef gosta deste ambiente de aldeia. «As pessoas que aqui vivem são de famílias muito antigas e têm orgulho em ser da cidadela. Tratam-na bem», diz.

A maior parte dos clientes do ZéTuga vêm de fora, são os muitos turistas que enchem a cidadela aos fins de semana e no meses mais quentes. Agora, na época fria, há menos forasteiros, mas raramente a cidadela está vazia de visitantes. E são eles que enchem também o castelo e o Museu Militar que ocupa a Torre de Menagem e que, dentro do género, é o mais concorrido do país.

Subindo as estreitas escadas, fica a conhecer-se as vivências militares da cidade, até porque a maioria das peças foram doadas por habitantes que lutaram em África e na I Guerra Mundial. Nesta altura do ano, o castelo e o museu encerram às 17h00. Acessível, cá fora, estão os adarves das muralhas que delimitam a leste a cidadela e a porta secundária. Ao lado estão ainda a Igreja de Santa Maria e o enigmático Domus municipalis, edifício que remonta ao século XII, e que terá funcionado, entre outras coisas, como cisterna.

Ao final da tarde, com o frio a apertar, é tempo de entrar num bar com uma lareira confortável e variedade de licores e cervejas. É a Taverna O Celta, um agradável espaço de convívio, liderado pelo carismático e bem-disposto Amílcar Moreira, conhecido como Mica. É frequentado por muitos alunos de Erasmus que estudam no Politécnico e por turistas, que ficam encantados com os licores, a lareira, os dois cães e o gato que por lá se passeiam. E quem não há de ficar encantado quando se sente bem-vindo?


Fotografias: Rui Manuel Fonseca/GI
Luísa Marinho

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