As casas de alojamento rural estiveram fechadas durante dois meses, mas agora os proprietários começam a ver a luz ao fundo do túnel. João Saraiva tem um solar, em Chacim, concelho de Macedo de Cavaleiros e admite que a reabertura está a superar as expectativas, com taxas de ocupação a rondar os 90%.
“O nosso pós confinamento a partir do mês de Junho foi positivo, tem sido sempre a crescer. As taxas de ocupação no mês de Junho e Julho foram bastante favoráveis. As pessoas fugiram do litoral para vir para o interior, procurando alguma tranquilidade. O mercado estrangeiro quase desapareceu”.
Manuel Batista abriu o seu negócio de turismo rural em tempos de pandemia, em Formil, uma aldeia do concelho de Bragança. Apesar do receio em abrir portas com a crise que o país está atravessar, acreditou que o interior seria o refúgio dos turistas.
“Acreditávamos que o interior este ano, devido a tudo que tem estado a acontecer, fosse privilegiado na opção de férias pelo menos dos turistas nacionais. O que tenho notado é que as reservas são quase imediatas, mas a afluência tem sido muito elevada, temos tido taxa de ocupação perto dos 80%”.
Em Miranda do Douro, se o alojamento costumava estar cheio de turistas espanhóis, agora são os nacionais que procuram o concelho raiano. Domingos Raposo é proprietário de um alojamento rural na Aldeia Nova há cinco anos e confessou que o público maioritário agora é português. Apesar da pandemia, este verão diz não ter mãos a medir.
“Se tivesse mais, mais alugava. Não tenho aceite, pedimos desculpa, mas não temos capacidade. Ainda ontem disse que não a três ou quatro casais. Claro que as pessoas procuram turismos rurais, porque se sentem mais seguras. Neste momento o público português que tenho é da zona de Lisboa”.
Actualmente a taxa de ocupação nas regiões de Trás-os-Montes, Douro e Minho ronda os 80%. Contrariamente ao que se perspectivava este verão, os proprietários dos alojamentos rurais estão a ver as casas cheias.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais
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