quinta-feira, 20 de agosto de 2020

De quando em vez…. Este mundo em que vivemos…

Um dos grandes problemas da vivência atual, é que, muitas pessoas estão convencidas, ainda que mal preparadas, que alguma cultura livresca e até alguma erudição que não é suficiente para ser competente.
Os seus conhecimentos não contemplam a reflexão e/ou a meditação.

A sua incompetência cega-as, ao ponto de não reconhecerem, em nenhuma circunstância, os seus próprios erros. São intolerantes para quem está abaixo de si e lambe botas para quem se encontra acima.

É assim, que muita da nossa “Elite” – aquela que sabe, de facto, o que é o saber  e conhecimento – se encolheu numa concha e desistiu de debater a estupidez humana.

António Damásio consagrado cientista escreveu um livro intitulado “A Estranha Ordem das Coisas”, no qual chama a atenção para a necessidade de “educar massivamente as pessoas para que aceitem os outros”, caso contrário, os seres humanos vão matar-se uns aos outros”.

Na realidade, salvo melhor opinião, talvez se deva dar uma certa apetência pela quantidade em detrimento da qualidade.

É a nova norma. Para que exista qualidade basta apenas dominar o vocabulário português.

Por outro lado, o efeito “Werther” como é designado em psicologia, em referência a uma onde de suicídios descrita na obra “O Sofrimento de Werther” da autoria de Goethe, já dizia que a difusão de acontecimentos, em particular os mais funestos, propiciam a um caminho para a sua mimetização (disfarce).

Num país, como o nosso, e mais alguns por esse mundo fora, onde a justiça se pratica de uma forma injusta – um homem é condenado à cadeia por roubar 6 euros, enquanto muitos, considerados elite, roubam milhões e estão em liberdade – não tem sido possível garantir que há dignidade nas relações comunitárias. Elas sobrevivem numa elevada tensão entre os seus membros.

É por isso, importante realçar a dignidade de cada ser vivo, porque, nos proporciona uma visão sobre o nosso semelhante, de que, não sendo como eu, não significa que seja menos que eu.

Não é a consciência da raça, da cor da pele, da terra de origem, do partido político ou do clube de futebol a que pertencemos, que define a nossa consciência. O que deve defini-la é o humanismo que nos está a faltar.

Tendo em conta que a idade deste universo se situa nos 13,82 biliões de anos e considerando que a nossa perspetiva de vida anda pelos 90 anos, podemos concluir que somos muito efémeros.

Há que aproveitar o melhor que a natureza nos oferece, não deixando que ela esteja a ser alternada por interesses insondáveis, que podem causar a destruição do Planeta.

Mário Lisboa

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