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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Uma oportunidade única dificilmente repetível

Por: José Mário Leite
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)


Vem aí mais dinheiro, da União Europeia. Muito mais e com uma larguíssima fatia a fundo perdido. Esta característica tem uma relevância enorme porque com financiamento total e integral a capacidade financeira de cada município deixa de ter qualquer relevância. Já não importa a dimensão nem a folga orçamental nem tão pouco a capacidade de endividamento. Veja-se, a título de exemplo o que acontece em ciência onde os projetos nacionais e da União Europeia são, normalmente, na sua totalidade suportados pelas entidades financiadoras. Essa é uma das razões, sem dúvida, que permitiram ao IPB guindar-se ao lugar cimeiro dos Instituto Politécnicos nacionais e rivalizar com universidades com recursos muito superiores. Nos dois anos que se seguem, vai haver muito dinheiro para financiar projetos desde que sejam bons, de qualidade, sustentáveis, fomentadores do progresso e desenvolvimento. Haja capacidade, qualidade, imaginação e talento.
Não é, não poderá ser, obra de um homem só, em qualquer município, pequeno ou grande. Para ter sucesso terá de ser obra de uma equipa coesa, talentosa e competente. Infelizmente há quem, à frente dos destinos municipais entenda que a defesa dos interesses concelhios passa pelo “despedimento” de colaboradores competentes e responsáveis pois com isso estará, pasme-se!, a fazer poupanças importantes para os cofres camarários.
Mas isto não é óbvio. O discurso arrogante de que se promove o concelho “acabando com algumas mordomias” (qualquer observador atento verificará que as maiores mordomias dificilmente são efetivamente cerceadas), colhe, dá dividendos políticos e, frequentemente, casa bem com a subsequente história do coitadinho a quem os mauzões de Lisboa e até do Porto, retiram os recursos para verdadeiros investimentos tão necessários (se bem que os recursos próprios são, vulgarmente, generosamente usados para festas e folguedos).
Alguma razão para essa justificação cai agora por terra. Dinheiro não faltará para suportar, na totalidade, projetos de qualidade e rentabilidade futura. “Basta apenas” pensá-los, desenvolvê-los, apresentá-los, defendê-los e, claro, fazer com que sejam aprovados. Mas, não pode haver dúvidas nem se podem criar ilusões: vai haver muita competição. E, para isso, é importante reunir boas equipas, congregar os melhores esforços, reunir o maior talento porque, por maior que seja o custo associado, o rendimento compensará largamente. Quem souber rodear-se de técnicos competentes levará vantagem sobre os restantes. Pelo contrário, os que afastam e diminuem quem se distingue, os que excluem quem lhes “faz sombra”, para promoverem a subserviente incompetência, poderá ter algum ganho pessoal (o voto unitário é igual em qualquer um e costuma ser mais fiel, quanto mais dependente), mas as perdas para o concelho serão enormes... Irrecuperáveis.
O maior obstáculo ao aproveitamento da grande oportunidade que a desgraça nos colocou na mão pode estar precisamente na incapacidade de quem tanto se queixa da falta de oportunidades.
Aqueles que só conseguem evidenciar a sua suposta competência, sabedoria e capacidade de pensamento próprio, afastando e subalternizando quem saiba mais do que eles, numa ou várias matérias, podendo com isso “consolidar” o seu poder transitório, igualmente cavam a tumba onde será enterrada a maior oportunidade dos últimos cinquenta anos (e, provavelmente dos próximos)!


José Mário Leite, Nasceu na Junqueira da Vilariça, Torre de Moncorvo, estudou em Bragança e no Porto e casou em Brunhoso, Mogadouro.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia) e A Morte de Germano Trancoso (Romance) tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.

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