O espaço cultural recebe a quarta grande exposição da artista natural de Macedo de Cavaleiros e apenas a segunda na região.
A historiadora de arte, Raquel Henriques da Silva, reconhece que a artista é bastante desconhecida do público e considera que a exposição em Bragança é uma boa oportunidade para conhecer a obra de Túlia Saldanha. “Porque é que uma mulher como a Túlia Saldanha ficou tão pouco conhecida? Na verdade, ela desenvolveu muito tarde na carreira, não tem formação artística e, depois, tem 20 anos de produção. Morreu com 58 anos mas a morte vem num momento de grande produção dela. Talvez por isso e porque as artes ligadas à performance e à instalação nos anos 80/90 tiveram menos aceitação. É um nome que agora está a ser valorizado. Não é um é desconhecido dos especialistas mas será uma revelação para o público”.
A filha da artista, Luísa Saldanha, considera que esta exposição tem um significado especial, por trazer a obra da mãe ao território transmontano e também à presença público. “A missão da arte é precisamente estar acessível a um público e haver capacidade de colaboração, conversa e de reconhecimento. Esta exposição é muito especial porque está muito bem montada e é uma forma muito autêntica de perceber o trabalho que a Túlia deixou para nós vermos”.
As obras de Túlia Saldanha guardadas habitualmente em espólio podem vir a ganhar uma casa. É pelo menos esse o objectivo da câmara municipal de Macedo de Cavaleiros. O autarca Benjamim Rodrigues admite a possibilidade de ser criado em Macedo um centro de arte contemporânea e que pode mesmo ter o nome da artista. “Era nossa intenção, desde há anos, criar um espaço de arte contemporânea e nada mais propositado que ser um espaço com o nome da Túlia Saldanha”.
Trás-os-Montes é um tema sempre presente na produção artística de Túlia Saldanha, marcada pelo experimentalismo e conceptualismo. Foi uma das primeiras artistas portuguesas a trabalhar disciplinas como a performance e a instalação, a par do desenho e pintura.
A exposição intitulada "Uma Hora Vi" foi prolongada e pode ser visitada, no centro de arte contemporânea Graça Morais até 31 de Janeiro do próximo ano.
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