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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

COMO MÚSICO, ADVOGADO E PADRE, SAÍRAM DE BOA

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Richard Strauss
Quando, em 1945, os americanos ocuparam Garmish, um jeep, cheio de soldados, estacionou, à porta da casa de Richard Strauss.
Apearam-se, na intenção de entrar à força – se necessário fosse, na residência, – (desconhecendo que era do famoso compositor,) para a revistar.
Surgiu-lhes, então, idoso de oitenta e um anos, que tranquilamente os interrogou:
- “O que desejam?! …”
Os militares ficaram mudos de espanto. O dono da casa era o grande e conhecido Maestro Richard Strauss.
E prosseguiu:
- “ Sou o compositor do: “Cavaleiro da Rosa”.
De imediato o comandante, em sentido, cumprimentou-o, fazendo a continência, seguido pelos subalternos.
Estavam diante do músico, do compositor, Strauss, admirado em todo o mundo.

***
Outra história, igualmente verídica, ocorrida em meados do século XX, em Gaia (Portugal):
Havia, na rua Cândido dos Reis (Direita,) farmacêutico, republicano de sete costados.
Certo dia, o abade de santa Marinha (dr. Azevedo Maia,) que não poupava, nas homilias, os desvarios dos republicanos, foi seriamente ameaçado de morte, por certa organização secreta.
Aflito, não conhecendo a quem recorrer, lembrou-se do farmacêutico, Homem reconhecido pela bondade e justiça.
Atónito, ouviu-o atentamente, condoído da má sorte do abade. Deu-lhe guarita, em sua casa, durante semanas, facilitando-lhe a fuga, para o exílio (Paris)
Há homens justos, de consciência, desde a extrema-direita, à mais nefasta esquerda…; até entre bandidos…
Não dizia, ao morrer, o gangster americano, Crowley: que possuía coração bondoso, e que matava, apenas, para se defender?! Se assim pensava um bandido, o que dizer de um politico…

***
Agora, outro episódio curioso:
Contaram-me – já lá vão muitas décadas, – que uma manhã, a policia secreta portuguesa (PIDE) bateu à porta de famoso advogado, para o levar a interrogatório.
Como o jurista estivesse a almoçar, juntamente com a família, a criada, a tremer, foi avisá-lo.
Regressou com o seguinte recado:
-”O Senhor Doutor está a terminar a refeição…”
O agente, amavelmente, respondeu-lhe:
- “Pois diga ao Senhor Doutor que não se apresse. Eu aguardo que termine de comer…”
Decorrido minutos, o advogado apareceu. Ao dirigir-se ao agente, disse-lhe em tom interrogatório:
-”Não receou que fugisse? …”
Ao que o policia, prontamente, respondeu:
- “ Nós sabemos, que o Senhor Doutor, é pessoa de bem. Não ia fugir…Não anda a lançar bombas…”
Esta cena verídica, ilustra bem, que, mesmo para a famigerada policia, as pessoas honradas e honestas ainda eram respeitadas.
Na vida, como na política, pouco importa a ideologia e os partidos; mas, o carácter, a bondade e os bons sentimentos de cada um.

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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